Aaron Eaton trabalha em uma redação pequena, onde dirige uma equipe de vídeo de uma pessoa: ele próprio.
Eaton produz pelo menos um vídeo por semana para o Philadelphia Tribune, o jornal mais antigo e maior de publicação contínua nos EUA cobrindo a comunidade afro-americana.
Seus vídeos normalmente atraem entre 1.000 e 2.000 visualizações -- dez vezes mais do que os vídeos do jornal atraíam antes de ele ingressar na redação há um ano. O jornal costumava produzir um ou dois vídeos curtos por mês, de acordo com Eaton. Estes chegavam a apenas cerca de 50 a 100 visualizações cada.
A chave do seu sucesso? Ele se esforçou para conhecer o público do jornal, por exemplo. “O que eu gosto de fazer é sair e encontrar histórias que atraem os corações, que têm um lado emocional para o nosso público”, disse Eaton à IJNet.
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Como ex-produtor de vídeo da NFL Films, ele também conhece suas habilidades. Ele é um contador de histórias. “Eu sabia que poderia entrar e criar histórias reais e fazer mini-filmes. Eu expandi a maneira como eles fazem histórias”, disse Eaton. "Eu faço matérias de três a cinco minutos com música, produção de alta qualidade e isso cria uma dinâmica diferente ao que eles estavam fazendo antes."
E ele tem sido estratégico com sua capacidade. “Eu procuro histórias pessoalmente, seja através da mídia social ou boca a boca. Eu construí uma rede de pessoas em quem posso confiar, com ótimas ideias, histórias e pessoas com que eu posso contar ”, disse Eaton. Depois de publicar um vídeo no site do Tribune, ele também posta no YouTube e circula no Facebook, Instagram e Twitter.
No final de cada mês, ele faz um balanço de quais vídeos tiveram um bom desempenho. “Gosto de fazer um inventário para ver o que as histórias tiveram de bom e colocá-las de lado e dizer: 'Nosso público gosta de histórias como essa ou esse tipo de pessoa -- talvez eu deva abordar mais pessoas assim, criar um perfil de mais histórias assim.'”
Como equipes pequenas de vídeo como a de Eaton no Philadelphia Tribune competem com grandes agências de notícias locais e nacionais, é importante que elas adaptem seus processos e capacidade para maximizar sua produção. Duas coisas são fundamentais para qualquer equipe, especialmente os contadores de histórias em vídeo, devido ao tempo envolvido na criação de conteúdo em vídeo, disse Selymar Colón, jornalista e ex-executiva de redação da Univision.
“Um: entenda muito bem seus fluxos de trabalho. Conheça os processos que você tem e quanto tempo cada um deles leva, porque isso ajudará a identificar as áreas em que você precisa melhorar”, disse Colón. “Segundo: depois de ter um mapa claro de qual é a sua capacidade, você poderá tomar decisões sobre em quais plataformas você deve estar. Você sempre precisa identificar o que pode e o que não pode fazer. Mesmo se você tiver um grande time, não poderá fazer tudo."
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Os vídeos de Eaton destacam histórias positivas das comunidades negras da Filadélfia. Seu vídeo mais popular do Tribune até o momento seguiu um grupo de pais negros que cumprimentaram crianças no primeiro dia de aula. A história viralizou, gerando mais de 30.000 visualizações e 600 compartilhamentos no Facebook, de acordo com Eaton. Foi a matéria principal no site do Tribune por mais de uma semana e foi escolhida pela plataforma HumanKind do USA Today.
Em dezembro, ele fez uma aula de balé-yoga, ou "boga", que pais negros assistiram com suas filhas. Em abril passado, ele publicou um vídeo sobre um homem em situação de rua que dá cortes de cabelo gratuitos na frente da prefeitura da Filadélfia a outros sem teto. "Ele se tornou uma figura da comunidade, as pessoas o veem todos os dias", explicou Eaton. "Eles sabem quem ele é, mas não conhecem a história dele: por que ele faz o que faz ou como resolveu fazer o que faz. Como não podemos contar essas histórias de nossa comunidade?”
Hoje, através de seu envolvimento em um acelerador de vídeo do ICFJ-Facebook Journalism Project, ele está planejando um projeto que mostrará iniciativas na Filadélfia para combater os altos índices de violência armada na cidade.
Eaton aconselha seus colegas jornalistas em vídeo, especialmente aqueles em equipes menores, a continuarem forçando os limites. "As redações em todo o país têm o mesmo objetivo em comum", disse ele. "Não se deixe intimidar; obtenha informações -- mesmo que sejam destinadas a uma redação grande ou a uma organização maior, você pode aplicá-las por decisão própria. Vá lá e não tenha medo de tentar coisas novas, cometer erros."
Em nome do Philadelphia Tribune, Aaron Eaton participou do Acelerador de Vídeo Local dos EUA no Facebook Journalism Project, coordenado pelo Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ, em inglês), um parceiro do Facebook.
Imagem principal sob licença CC Unsplash via Kelly Kiernan