4 fontes que todo jornalista de saúde deveria usar com mais frequência

por Tara Haelle
Jan 19, 2022 em Temas especializados
Nurses and doctors walking.

Se você cobre regularmente estudos médicos, entrar em contato com diferentes tipos de fontes pode enriquecer substancialmente e tornar mais interessante sua reportagem, bem como oferecer contexto, precisão e exatidão. Confira a seguir quatro exemplos de fontes que você deveria incluir nas suas matérias.

Enfermeiros, enfermeiros clínicos e assistentes médicos

Os heróis sem reconhecimento da assistência médica — pelo menos até recentemente, quando eles ficaram sob os holofotes por causa da pandemia — sempre foram os enfermeiros. Porém, enfermeiros clínicos e assistentes médicos são frequentemente mais invisíveis na mídia do que enfermeiros, apesar dos papéis vitais que eles desempenham no sistema de saúde dos Estados Unidos.

Enfermeiros, assistentes médicos e enfermeiros clínicos que aparecem em matérias sobre pesquisa médica são normalmente os autores do estudo. É menos comum consultá-los em outras ocasiões, embora eles possam ter insights que médicos ou pesquisadores não pensariam em mencionar. Se você está escrevendo para consumidores, considere entrar em contato com alguns desses profissionais. Eles tendem a gastar mais tempo com pacientes do que os médicos e podem oferecer uma perspectiva diferente sobre as descobertas de um estudo.

Historiadores médicos

Com a hesitação vacinal sendo o centro das atenções no último ano, muitas pessoas ouviram argumentos surpreendentes contra vacinas. Eu tenho visto muitos comentários deliberadamente provocativos de jornalistas que acabaram de descobrir algum discurso ou linha de pensamento antivacina com os quais pesquisadores de hesitação vacinal estão familiarizados há décadas.

Mas com a exceção dos implantes de chips 5G, eu acho que não ouvi um único argumento contra as vacinas da COVID que não tenha sido reciclado de algum modo a partir de argumentos contra a vacina da varíola mais de 100 anos atrás, ou contra a vacina da poliomielite meio século atrás. (Provavelmente tem um ou dois, mas os mais comuns são tão velhos e familiares quanto cachorros que comem o dever de casa.) Se você ler atentamente jornais da década de 1890, vai se deparar com alegações antivacina que apareceram praticamente igual, palavra por palavra, nas redes sociais hoje. Um historiador médico teria te dito isso, junto com uma boa quantidade de outros casos interessantes e lições úteis que poderiam enriquecer sua matéria.

A história também oferece contexto importante quando se trata de comportamento pandêmico de modo mais amplo — incluindo os perigos de ignorar a história na cobertura da pandemia ou pressupor demais a partir da história. Mas o mesmo princípio vale para muitos outros assuntos, de anestesia a cardiologia a saúde mental e disparidades na assistência à saúde. Uma palestra a que assisti no último encontro do Colegiado Americano de Obstetras e Ginecologistas lançou luz sobre a mortalidade materna de mulheres negras que teria melhorado quaisquer das muitas matérias sobre o tema. E se tem alguém que vai te dar relatos interessantes para uma matéria, esse alguém é um historiador.

Sociólogos e antropólogos

Apesar dos melhores esforços dos cientistas, a cultura sempre vai se infiltrar e influenciar como as pesquisas são realizadas e interpretadas. Nenhuma parte da medicina ou da pesquisa médica permanece intocada pela sociedade na qual ela ocorre. Sociólogos e antropólogos da medicina em particular podem ajudar a entender os elementos humanos que desempenham um papel em todos os números sobre os quais você está reportando.

Muitos pesquisadores nas ciências sociais se especializam em tópicos médicos específicos, mas seus artigos frequentemente estão em periódicos que têm uma cobertura menos frequente do que a dos principais periódicos médicos. Muitas publicações de ciências sociais não são indexadas no PubMed, portanto amplie sua busca quando estiver olhando pesquisas e avalie se um cientista social pode oferecer insight sobre o assunto que você está escrevendo, mesmo se o tema central forem as "ciências duras".

Bioestatísticos

Bioestatísticos são pesquisadores e há normalmente pelo menos um entre os autores de estudos médicos. Mas a não ser que o estudo em si seja sobre um assunto de bioestatística, eles não são frequentemente o autor correspondente, principal ou sênior. Se você quer saber se as estatísticas de uma pesquisa são consistentes, converse com um especialista em bioestatística externo, não o que trabalhou no estudo.

Não sabe onde encontrar esses profissionais médicos? Estes são alguns lugares por onde começar a procurar:


Este artigo foi originalmente publicado pela Associação de Jornalistas de Saúde e republicado na IJNet com permissão.

Foto por Luis Melendez no Unsplash.