Pesquisa revela que jovens sabem distinguir melhor fato de opinião

por Christine Schmidt
Nov 2, 2018 em Combate à desinformação
Classroom

Esses jovens irritantes com seus smartphones não conhecem os dias dos jornais impressos que separavam as páginas de notícias da seção de opinião. Mas eles não são necessariamente com quem temos que nos preocupar sobre discernir notícias de opiniões, de acordo com uma nova análise do Centro Pew de Pesquisa nos Estados Unidos.

Com base em uma pesquisa realizada pelo Pew em fevereiro e março, americanos com idades entre 18 e 49 anos foram mais propensos a categorizar com precisão as declarações factuais como fatos e as declarações de opinião como opiniões. Um terço dessa faixa etária identificou corretamente todos os cinco itens de notícias em um teste, em comparação a 20% de pessoas com mais de 50 anos; e 44% do grupo mais jovem identificou corretamente todos os itens de opinião, em comparação a 26% dos mais velhos.

(Você pode testar sua habilidade aqui, não importa a sua idade).

"Além da sagacidade digital, o estudo original descobriu que dois outros fatores têm uma forte relação com a capacidade de classificar corretamente declarações factuais e de opinião: maior consciência política e mais confiança nas informações da mídia nacional", escreveu Jeffery Gottfried, pesquisador do Pew. “Apesar do fato de que os jovens adultos tendem a ser menos politicamente conscientes e confiam menos na mídia do que os mais velhos, eles ainda se saíram melhor nessa tarefa.”

Isso corrobora a nota de rodapé de um recente estudo do American Press Institute (API), que descobriu que apenas 43% dos americanos achavam que era fácil distinguir as opiniões das notícias nos sites de notícias digitais e nas mídias sociais. Os pesquisadores do API descobriram que 52% dos adultos com menos de 30 anos disseram que é pelo menos razoavelmente fácil diferenciá-los nas redes sociais, contra 34% dos adultos com 60 anos ou mais: “O nível de facilidade foi o mesmo para os jovens em todas as mídias. O estudo também observou que os jovens estavam compreensivelmente menos familiarizados com o jargão impresso, como "op-ed", do que os adultos mais velhos.

Um outro estudo recente do Pew descobriu que, enquanto 57% dos usuários de redes sociais esperavam que as notícias que encontravam eram "geralmente imprecisas", os consumidores mais jovens de mídia social --sem surpresa-- eram mais propensos a dizer que as mídias sociais "impactaram seu aprendizado positivamente” (48% das pessoas entre 18 e 29 anos, em comparação com 28% das pessoas entre 50 e 64 anos).

Os editores de opinião têm desempenhado um papel muito maior no atual ciclo de notícias, com um artigo publicado no New York Times por um anônimo que trabalhou para Trump e a contribuição equivocada do presidente americano ao USA Today. Em vez de lutar com termos que estão rapidamente se tornando arcanos, há algumas opções além de torcer pelo fato de que gerações crescentes de consumidores de notícias entendem o layout do jornal.

Este artigo foi originalmente publicado pelo NiemanLab e reproduzido na IJNet com permissão.

Imagem sob licença CC no Unsplash via NeONBRAND. Imagens adicionais do Pew Research Center e American Press Institute