Rádio e TV: Oito habilidades para cobertura de última hora

por Jill Geisler
Oct 30, 2018 em Jornalismo multimídia

Quando jornalistas de meios audiovisuais trabalham em cobertura de última hora, é um momento que sempre separa os meros leitores de notícias dos verdadeiros líderes. Os melhores âncoras e repórteres fazem seu trabalho "ao vivo" parecer fácil, mas não é. Além da voz, aparência ou produto, os melhores possuem o que eu chamo de "habilidades sem script."

Eles se comunicam com confiança, conforto e clareza, mesmo -- ou principalmente -- quando um acontecimento está se desenvolvendo tão rapidamente que formatos e roteiros são inúteis.

"Habilidades sem script" são construídas com base na agilidade mental, pensamento crítico e a aprendizagem contínua.

Aqui estão oito "habilidades sem script" essenciais que eu ensino aos jornalistas.

  1. Base de conhecimento: Uma compreensão das questões, nomes, história, geografia e a capacidade de colocar tudo isso em perspectiva para os telespectadores. Ela vem do compromisso do jornalista de ser um estudante da notícia.

  2. Capacidade de processar novas informações: Classificação, organização, priorização e retenção de enormes quantidades de dados de entrada.

  3. Bússola ética: Sensibilidade com armadilhas éticas que muitas vezes permeiam as notícias ao vivo -- informações não confirmadas, vídeo impróprio, palavras que potencialmente causam pânico, colocam em perigo a segurança pública ou palavras que aumentam a dor das vítimas já traumatizados e aqueles que se preocupam com elas.

  4. Domínio da língua: Gramática, sintaxe, pronúncia, tom e narrativa -- não importa o quão estressado ou cansado o âncora ou repórter pode estar.

  5. Talento para entrevistar: Um instinto pelo que as pessoas precisam e querem saber, pelos elementos ausentes da história, e a capacidade de extrair informação através do questionamento, hábil e informado, sabendo ouvir bem.

  6. Domínio de tarefas múltiplas: A capacidade de simultaneamente: tomar instruções do produtor através de um fone de ouvido durante a digitalização de novas informações a partir de mensagens de computador, textos ou Twitter; ouvir o que outros repórteres na equipe estão compartilhando e que os entrevistados estão adicionando; monitorar vídeo que chega -- e sim, tuitar ao vivo informação para as pessoas que esperam informação em múltiplos formatos.

  7. Apreciação de todos os papéis: Uma compreensão das tarefas e tecnologia envolvidas na execução de uma transmissão de notícia, a capacidade de ir em frentes apesar de mudanças e falhas, e estar um passo à frente de todos os outros profissionais envolvidos.

  8. Agudo senso de tempo: A capacidade de condensar ou expandir a narração se necessário, perceber quando uma matéria precisa ser renovada ou recauchutada, saber sem sequer olhar para o relógio quantas palavras são necessárias para preencher o minuto, enquanto aguarda a recepção do satélite, imagem ao vivo ou entrevista.

Sempre que telespectadores têm a chance de ver uma sala de controle de uma emissora ou de observar a cobertura ao vivo de eventos, eles inevitavelmente se espantam com a calma no ar que transcende o caos fora do ar.

Essa é a essência das habilidades sem scripts e a medida dos melhores jornalistas.

Este artigo foi publicado originalmente no Poynter Online. Foi traduzido e publicado na IJNet com permissão. A Poynter Online é o site do Poynter Institute, uma academia que apoia o jornalismo e a democracia há mais de 35 anos. O Poynter oferece notícias e treinamento com orientação individual, seminários, cursos onlines, webinars e mais que se adaptam a qualquer agenda.