Por que a verificação de fatos se tornou o centro das atenções nas eleições americanas de 2012

por Ari Melber
Oct 30, 2018 em Diversos

Estamos todos verificando fatos agora.

Por anos, a imprensa política americana estava presa em um modelo de neutralidade sem fatos apurados, muitas vezes cobrindo até mesmo as mentiras mais óbvias como "um dos lados" de um argumento. Do aquecimento global às inexistentes armas de destruição em massa no Iraque, esta cobertura ocultava até mesmo afirmações empíricas rudimentares em uma névoa de falsas verdades. Mas isso pode estar mudando.

Quando a campanha presidencial deste ano entra na reta final, um novo modelo vibrante de verificação de fatos parece estar se firmando. É rápido, energético e às vezes até mesmo indignado sobre as falsidades relacionadas com as campanhas.

Veja, por exemplo, o discurso de Paul Ryan na convenção do Partido Republicano. Ryan ofereceu declarações enganosas e algumas mentiras óbvias -- mentiras que ele tinha de saber que eram falsas -- embora políticos mentindo não seja uma novidade. Basta olhar para companheiros de partido de Ryan: Sarah Palin mentiu sobre a Ponte a Lugar Nenhum em seu discurso na convenção republicana, enquanto que durante um debate nacional, Dick Cheney falsamente disse que nunca tinha encontrado John Edwards e Edwards acusou falsamente a administração Bush de ter feito lobby para cortar o pagamento de soldados. Eles enfrentaram correções leves e danos colaterais muito pequenos por essas declarações importanges.

Desta vez, porém, os repórteres não deixaram Ryan em paz fazendo críticas evasivas ("Adversários discordaram de suas reivindicações") ou reduzindo as correções a uma dessas barras laterais avaliando as distorções ("três Pinóquios para a história sobre a comissão de déficit"). Em vez disso, várias reportagens relevantes sobre o discurso de Ryan decidiram que suas mentiras foram uma parte fundamental da notíciaa, como mostram estas manchetes:

Mr. Ryan's Misleading Speech (Discurso Enganador do Sr. Ryan) - Washington Post

Deficit Vow Lacks Specifics (Promessa sobre o Déficit Carece de Pontos Específicos) - Associated Press

Paul Ryan Address: Convention Speech Built On Demonstrably Misleading Assertions (Discurso de Paul Ryan: Fala da Convenção Foi Construído com Afirmações Comprovadamente Enganosas) - Huffington Post

Comentadores opinativos foram mais duros, concentrando-se mais nas falhas factuais do que em diferenças ideológicas. No final, o veredicto esmagador sobre o discurso de Ryan foi que ele não deve ser acreditado. (Segundo uma medição online, no dia seguinte após o discurso, os artigos de convenções mais citados começam com as mentiras.)

Os anúncios enganosos da campanha de Romney Ryan sobre previdência social têm atraído condenação similar da mídia similar. O mesmo vale para as falsas alegações de que Obama aumentou os impostos sobre os americanos de classe média e, pior ainda, a sugestão falsa de que ele nasceu no exterior.

Este vigor recém-descoberto para relatar fatos em vez de uma falsa equivalência -- o "vigilantismo da verdade" sobre o qual um editor do New York Times escreveu como um desafio opcional para a imprensa de hoje -- parece ter se tornado a base da cobertura da campanha.

Para ler o artigo integral (em inglês), clique aqui.

Este artigo foi publicado originalmente no IdeaLab da PBS MediaShift. O IdeaLab da PBS MediaShift é um blog em grupo feito por inovadores que estão reinventando as notícias comunitárias para a era digital. Cada autor recebeu um fundo do Desafio Jornalístico Knight para ajudar a bancar uma ideia sobre um tema relacionado à transformação da notícia comunitária. O artigo foi traduzido e publicado pela IJNet com autorização.

Foto cortesia do Morguefile