Plataforma de mapas é ferramenta poderosa e fácil de usar

por Maite Fernandez
Oct 30, 2018 em Diversos

Quando um meteorito caiu na Rússia em fevereiro surpreendendo muitos na cidade de Chelyabinsk e no resto do mundo, várias questões foram levantadas: Quantas vezes isso acontece? Quando foi a última vez que um meteorito daquele tamanho caiu na Terra? E onde outros meteoritos caíram no passado?

A equipe de dados do jornal Guardian aceitou o desafio e mapeou todos os meteoritos conhecidos que aterrissaram no nosso planeta. Usando os dados da Meteoritical Society, o Guardian utilizou inicialmente o Google Fusion Tables para exibir os dados, mas acabou publicando um mapa feito com os mesmos dados pela equipe da CartoDB, uma das mais poderosas ferramentas de visualização disponíveis.

Desde então, o mapa de meteoritos foi destaque no HackerNews, The Verge e Digg, e tornou-se uma história de sucesso para a CartoDB, uma plataforma de mapeamento de banco de dados em nuvem, que permite ao usuário mapear, analisar e construir aplicativos com dados.

Lançada em abril de 2012 pela empresa de tecnologia Vizzuality, com sede em Nova York e Madrid, a CartoDB foi criada para tornar mais fácil e mais rápido trabalhar com dados geoespaciais e dados grandes. Permite que o usuário crie mapas dinâmicos bonitos, como esta visualização dos 50 anos de shows dos Rolling Stones ou este mapa mostrando as linhas de contorno da Islândia.

A CartoDB quer expandir seu público-alvo de desenvolvedores a usuários sem experiência de codificação que só querem mapear (e dar sentido a) dados geográficos. A plataforma é destinada a desenvolvedores e pessoas que criam aplicativos móveis, "mas também a pessoas que têm conjuntos de dados geoespaciais e querem criar visualizações e poderem realmente obter insights profundos de todos os dados que têm", disse Jacek Grebski, o ex-chefe de marketing da CartoDB e fundador da Exversion.

A ferramenta permite que você arraste e solte os dados ou envie um conjunto de dados, utilize o estilo avançado com CartoCSS (uma linguagem específica para CartoDB mas semelhante a CSS), realize consultas com SQL e insira o mapa em seu site ou blog de WordPress.

Com quase 20 mil usuários, incluindo organizações de notícias como o Wall Street Journal, New York Times e National Geographic, a CartoDB é destinado a qualquer usuário com qualquer habilidade. "Você não precisa saber códigos para criar uma visualização", disse ele.

Outras ferramentas de mapeamento populares, como o Google Fusion Tables, também permitem ao usuário criar visualizações de dados, mas a CartoDB oferece mais poder de fogo, Grebski disse.

"O Google Fusion Tables não é tecnologicamente tão poderoso como as pessoas queriam. Enquanto pode render 100 mil pontos em um mapa, somos capazes de gerar milhões. Em termos de escalabilidade e volume de dados geográficos que a CartoDB é capaz de processar, [esses quesitos] realmente fazem com que o produto se destaque", disse ele.

A versão 2.0 foi lançada em novembro e ampliou os mapas de base de Google Mapas a OpenStreetMaps, Mapbox e mapas Nokia. Melhorou as opções de compartilhamento e também adicionou uma nova biblioteca JavaScript, a Cartodb.js, que torna mais fácil criar aplicativos.

Esta plataforma de código aberto teve uma boa corrida nos últimos meses: no início deste ano, a União Europeia deu uma verba de US$392.000 para a Vizzuality mapear a biodiversidade e espécies ameaçadas de extinção com a CartoDB.

A CartoDB segue um modelo freemium, oferecendo uma variedade de planos: a opção livre permite ao usuários fazer upload de até cinco tabelas e oferece até 5 MB de espaço de armazenamento, enquanto a opção mais cara custa US$149 por mês e oferece tabelas ilimitadas com até 500 MB de espaço.

Embora nenhuma codificação seja necessária, usar a CartoDB pode parecer um pouco assustador se você não tem experiência de codificação, especialmente se quer tirar proveito de todos os recursos que a plataforma tem para oferecer. Mas não é difícil se acostumar com a ferramenta, e tutoriais no site e no blog do CartoDB ajudam a encontrar o seu caminho através da plataforma.

Maite Fernández é editora-chefe da IJNet. Ela é bilíngue em inglês e espanhol e fez mestrado em jornalismo multimídia na Universidade de Maryland.

Imagem do mapa da queda de meteoritos na Terra no Guardian