Como medir o impacto da mídia? Seu jornalismo é bem-sucedido? E quem é o seu público?
Estes temas existenciais foram discutidos no evento Dissection em Seattle realizado pelo Center for Investigative Reporting (CIR) e com a presença de uma grande variedade de renomadas organizações de mídia financiadas por doadores.
Houve um aumento notável da ansiedade sobre os temas de impacto e engajamento enquanto organizações de mídia procuram compreender mais sobre seu público online, a fim de salvaguardar seu futuro. Mas a atenção muitas vezes foca em conseguir grandes números ou medidas de monitoramento que não necessariamente levam a um futuro relacionamento saudável com o público.
Então, para progredir a conversa, os princípios orientadores durante a discussão em Seattle foram: como as organizações devem usar análise para tomar decisões de forma eficaz; como entender o seu público além da análise; e como controlar e medir o impacto offline.
A principal lição que eu tirei do evento foi que todas as organizações que conseguiram um sucesso maior tinham começado projetos com objetivos claramente definidos, testaram rapidamente e escolheram os melhores métodos de medir o progresso em direção aos objetivos originais.
Isto pode soar como bom senso, mas mesmo as organizações de mídia mais inovadoras tiveram que fazer um autoexame e mudar suas formas tradicionais de trabalho para alinhar seu trabalho com metas específicas e mensuráveis, em vez de declarar, mais vagamente, que todo o seu trabalho foi feito no interesse público.
Seja o Nollywood Workshops rapidamente produzindo conteúdo de vídeo viral para disseminar informações corretas sobre o Ebola em vez de criar um filme de longa-metragem ou a equipe do The Conversation que está ocupada criando a sua própria métrica depois de perceber que não havia nenhum padrão online para o envolvimento com trabalhos acadêmicos, o sucesso era sempre relativo, pois não há uma "métrica divina" (ou métrica universal) no programa que poderia ser usada por todas as organizações.
Este ponto chave foi defendido por Dana Chinn do Media Impact Projec, que também advertiu contra a prática -- comum entre organizações de mídia que podem se concentrar simplesmente no crescimento -- de recolher ou monitorar cada medida de sucesso sem ter um alvo decidido para concentrar seus esforços.
E esta observação foi reforçada apenas alguns dias depois na sessão "Measuring What Matters" realizada durante o Mozilla Festival 2015, em Londres. Liderando a sessão, Livia Labate, bolsista do OpenNews na National Public Radio em Washington, disse que rastrear tudo sobre uma matéria e todas as reações após a publicação é muitas vezes inútil se você não pode conectar todas essas informações com a busca de um objetivo original.
A boa notícia para organizações de mídia é que, depois de criar objetivos para sua cobertura, há uma infinidade de ferramentas, como mostradas no evento, que podem ser usadas para rastrear aspectos-chave de como as matérias são recebidas, como se espalham peas redes e impacto online e offline geram.
Entre as ferramentas exibidas para o entendimento do público e monitoramento do impacto incluem-se o MediaCloud do MIT Center for Civic Media, Impact Tracker do CIR, Scale Model do Betaworks, Newslynx, Impact Monitor do EJC e o Flowli do Ludopoli/Project Syndicate.
Muitas organizações de mídia provavelmente adorariam se houvesse uma métrica online simples que a indústria pudesse usar como indicador de sucesso. A realidade vai ser mais complicada e sutil do que isso. Mas as recompensas em oferta são grandes para aquelas organizações que ganham clareza em suas missões e podem provar movimento em direção a seus objetivos.
Imagem sob licença CC no Flickr via Josep Ma Rosell