A cada mês, a IJNet apresenta um jornalista internacional que exemplifica a profissão e usa o site para promover sua carreira. Se você gostaria de ser apresentado, envie um e-mail com uma curta biografia e um parágrafo sobre como usa os recursos da IJNet, aqui.
Este mês destacamos o jornalista e tradutor egípcio Mustafa Mahmoud, editor de notícias do mundo para o jornal egípcio Al-Gomhuria. Anteriormente, ele atuou como um operador de rádio para a Operação Híbrida de Manutenção da Paz da União Africana e Nações Unidas em Darfur. No ano passado, ele foi um dos jurados no concurso de melhor cobertura de vacinas da ICFJ e um bolsista do Dii Fellowship, o que lhe permitiu visitar a 4ª Conferência Dii de Energia de Deserto em Rabat. Ele é um BBC Media Action Connection no Egito.
No próximo mês, Mahmoud internará na Sunlight Foundation, em Washington (uma oportunidade que ele conheceu através da IJNet), onde vai focar em corrupção do governo, liberdade de imprensa, sustentabilidade da mídia e ferramentas digitais inovadoras. "Quanto mais eu aprendo, mais quero saciar minha sede de conhecimento", disse ele.
IJNet: Como a IJNet lhe ajudou?
Desde que eu fiquei sabendo da IJNet, tem sido uma grande fonte de informação para mim. Ganhei bolsas da BBC, Ford Foundation, Dii e mais graças às oportunidades publicadas na IJNet. Também aprendi sobre muitas ferramentas digitais para jornalistas através do site da IJNet. O site fornece dicas muito úteis e truques para buscar oportunidades ou dominar uma certa habilidade, e dá um impulso para qualquer jornalista em busca do sucesso profissional. Em resumo, a IJNet é a pedra angular da minha fonte de recursos.
Você teve uma carreira diversificada, com experiências além do jornalismo. Como essas experiências contribuíram para o seu trabalho?
Logo após minha formatura em 2008, fui recrutado pelo exército [egípcio] onde fui implantado em Darfur para uma missão de 12 meses com a Missão de Paz das Nações Unidas em Darfur. Eu estive em contato constante com os moradores locais e pessoas deslocadas internamente cujos rostos revelam o preço de uma vida severa. Certamente, isso ajudou a humanizar a história.
Em Darfur, eu fornecia ajuda humanitária às comunidades empobrecidas. Uma vez, eu fiquei de pé sobre um caminhão da missão jogando pacotes de biscoitos, leite, suco, etc, para o ar acima de uma grande multidão faminta vinda de uma aldeia próxima. Eu pensei comigo mesmo: "Os biscoitos parecem ser uma questão de vida ou morte para eles, enquanto os pacotes são jogados fora descuidadamente em nossas sociedades modernas e educadas. Isso é um desperdício da abundância. "Esta experiência, em especial, reformulou a minha mentalidade como um ser humano. Para mim, os biscoitos são agora uma metáfora para o desperdício de recursos como o vento , sol, água e até mesmo lixo, sobre o qual eu escrevi uma série de matérias para o jornal Al-Gomhuria.
Ser um tradutor também tem um impacto direto sobre a minha carreira como editor. A maioria do meu trabalho nos meios de comunicação é traduzir e editar artigos de notícias de serviços de agências do mundo, escritos principalmente em inglês. A tradução envolve um processo de garantia de qualidade o que exige grande atenção por erros pequenos produzidos em rascunhos. Isso ajuda a desenvolver um bom olho para detalhes minuciosos. A tradução também é notória por seus prazos rigorosos, o que é um bom treino para cumprimento de prazos de uma matéria urgente ou proposta de uma pauta de última hora.
Eu também tive grandes colegas que me ajudaram, como Mariam Sami, Rabie Abdul-Ghfar, Muhamed Fahmy e Noha Hamed.
Que conselho daria a aspirantes a jornalista?
Siga seus editores sêniors e tente absorver o que eles aprenderam ao longo de anos de trabalho. Se você tiver um problema, pergunte logo. Escreva matérias sobre diversos temas, mas, ao mesmo tempo, seja craque de uma editoria determinada. Seja paciente, cada mudança é um processo. Trabalhe fora do horário normal e não seja monótono.
Imagem cortesia de Mustafa Mahmoud: Durante uma visita à Usina ISCC Ain Beni Mathar, em Marroco, novembro de 2013