Encontrar oportunidades de trabalho pode ser uma tarefa intimidadora para profissionais de mídia, especialmente recém-formados e freelancers que podem não saber onde procurar.
Porém, vagas em aberto para jornalistas "estão em todo lugar, são onipresentes e cosmopolitas", afirmou Paul Adepoju, gestor de comunidade do Fórum de Reportagem para a Crise Global de Saúde do ICFJ.
Saber como descobrir oportunidades de trabalho e persegui-las foi o que impulsionou Adepoju a ser o jornalista que ele é hoje, com matérias assinadas em veículos como Business Insider, Nature, The Lancet, New Scientist, BMJ, Quartz e CNN.
Em um webinar recente do Fórum de Reportagem para a Crise Global de Saúde do ICFJ, "Buscando oportunidades de jornalismo", Adepoju discutiu estratégias e ferramentas para encontrar o seu próximo trabalho e revelou sua experiência na busca de trabalho como um jornalista de ciência.
"De tempos em tempos, os membros do fórum me perguntam por que não há oportunidades por aí. Tem, sim! Você só precisa saber onde encontrá-las", ele disse.
Confira a seguir alguns pontos a serem considerados quando for buscar o seu próximo trabalho:
Descubra a sua especialidade e permaneça firme nela
Um passo fundamental para criar uma conexão profunda com editores é ser aberto e honesto sobre quem você é e o que você pode fazer ou entregar, de acordo com Adepoju.
"Para se mostrar por aí, você precisa saber alguns princípios básicos. Identifique as áreas que você pode provar que cobre. Por exemplo, esportes, agricultura, religião, crime — porque vai ser difícil pular de uma área de especialização para outra. Esteja à frente, candidate-se logo e responda logo", disse.
Seja sempre o primeiro a responder às candidaturas, ele observou — mas esteja ciente de que você não vai conseguir toda oportunidade na qual você se inscrever.
[Leia mais: Como lidar com a síndrome do impostor no jornalismo]
Rejeição é inevitável
Você não pode evitar a rejeição quando se candidata a oportunidades de emprego, disse Adepoju. Para evitar o desgaste, e para serem levados a sério pelos editores, os jornalistas não devem se candidatar a tudo.
"Sempre esteja pronto para a rejeição e não seja duro com você se não conseguir a vaga na qual se inscreveu. Tire um tempo para analisar a sua inscrição e se preparar. Por exemplo, muitas pessoas cometem o erro de copiar e colar informação de uma inscrição antiga", disse.
Construa relações com os editores
Muitos trabalhos exigem que os candidatos tenham referências que falem por que eles são a melhor pessoa para a oportunidade em questão. Estabelecer relações com editores é um jeito fácil de assegurar que você tem pessoas que podem atestar a seu favor na hora de tentar dar o próximo passo na sua carreira.
"Tente fazer o seu próprio marketing para os editores e entre em contato com eles durante eventos paralelos. Ninguém deve fazer mais propaganda de você do que você mesmo. Consiga recomendações de editores e empenhe-se em priorizar relacionamentos", afirma.
Jornalistas também podem encontrar editores no Twitter e facilmente entrar em contato com eles por mensagem privada, acrescentou Adepoju.
[Leia mais: 3 dicas para conseguir um emprego de jornalismo]
Use estas ferramentas para buscar oportunidades de trabalho:
- IJNet
- Global Investigative Journalism Network
- Reuters Institute
- @journalism_jobs
"Jornalistas podem se inscrever gratuitamente na newsletter semanal da IJNet para receber oportunidades de trabalho organizadas conforme sua região e prazo de inscrição. A busca do Google [também] é interessante: ela te mostra vagas na sua região, e se você configurar bem o seu perfil no LinkedIn, vai destacar vagas relevantes para o seu currículo", disse.
Elabore um currículo forte
Criar um portfólio online ou um currículo de uma página funciona bem na hora de buscar por oportunidades de jornalismo. Isso acontece porque os editores não têm muito tempo para passar por documentos muito longos, explicou Adepoju.
"Jornalistas podem usar um currículo de uma página para buscar oportunidades e podem criar um usando templates do Office.com. Também devem incluir duas amostras de reportagem relevantes no currículo. Para o envio de emails, evite mandar cópias em massa para vários editores. E não envie seu currículo no Microsoft Word — envie-o como um [arquivo] PDF", disse.
Foto por Markus Winkler no Unsplash.
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