Jornalistas cidadãos podem melhorar e diversificar a cobertura jornalística através da mídia social, mas devem ser responsabilizados pelo que escrevem, um grupo de jornalistas e especialistas disseram na terça-feira no Clube Nacional de Imprensa.
Quem impõe essas normas ainda está sendo debatido, de acordo com os panelistas e participantes do “Padrões Jornalísticos Reformulados”, um painel no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa em Washington, D.C.
Alguns dizem que a auto-regulação deve ser o suficiente, argumentando que isso já acontece.
Grandes provedores de pesquisas na Internet provavelmente irão gerar um sistema de avaliação ou verificação parar ajudar a direcionar os leitores na direção de sites confiáveis, disse Emily Bell, diretora do Tow Center for Digital Journalism na Columbia University Graduate School of Journalism.
"Eu acho que o que está faltando… é um conjunto de ferramentas para as pessoas navegarem”, disse ela.
Outros afirmam que os governos deveriam fornecer algum tipo de supervisão.
Regulamentos do governo podem ser eficazes em garantir que os jornalistas dos novos meios sejam responsabilizados em alguns países, disse o blogueiro nigeriano Aliyu Tilde após assistir a sessão. Oficiais nigerianos recentemente começaram a exigir cartões de módulo de identificação de assinantes (SIM cards, em inglês), em telefones celulares registrados. Desde que os registros começaram, o número de postagens anônimas na Internet caíram drasticamente, disse ele.
"Isso colocou um fim naquele abuso”, disse Tilde, que escreve uma coluna sobre agricultura. “Eu quero liberdade, mas vem com responsabilidade. Caso contrário, não significa nada.”
Miklos Haraszti, moderador do painel, disse que com a facilidade e o imediatismo de se postar mensagens na Internet, não há muito tempo para se checar os fatos e “a ética, na maioria das vezes, entrou em colapso online”. Costumava ser a decisão do editor se identificaria ou não uma fonte. Agora são as fontes que decidem se querem ser identificadas, disse ele.
“Nós precisamos da auto-regulação para dar apoio as nossas liberdades,” disse Haraszti, um Professor Adjunto na Columbia Law School. “Nós fazemos para que quando formos lutar pela liberdade de imprensa, tenhamos o apoio da população”. Bell sustentou que alguns jornais já policiam seus próprios sites. Por exemplo, eles pedem que alguns usuários identifiquem suas postagens e estão removendo comentários ofensivos.
Numa época em que qualquer um pode ser jornalista, a imprensa tradicional precisa encontrar uma maneira de repassar os valores do bom jornalismo – verdade, exatidão, equilíbrio – para todos, disse Ioana Avadani, diretora executiva do Center for Independent Journalism na Romênia.
„É algo que nós devemos ensinar as nossas crianças na escola”, disse Avadani. “Eu diria que os valores e padrões jornalísticos não devem ser privilégio dos profissionais.“
Você pode saber mais sobre a cobertura continua do IJNet sobre o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa aqui.
A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) organiza as comemorações pelo Dia Mundial da Liberdade de Imprensa para celebrar os princípios fundamentais da liberdade de imprensa; defender a imprensa dos ataques à sua independência e pagar tributo aos jornalistas que perderam suas vidas no cumprimento do dever. Para maiores informações sobre a conferência global de 2011 do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa em Washington, D.C., acesse www.wpfd2011.org (em inglês).