Enquanto a mídia norte-americanos está mudando as maneiras de fornecer notícias ao seu público, as próprias redações também estão evoluindo.
Embora a equipe típica de um jornal ainda tenha em sua maioria homens brancos, a indústria da nova mídia introduziu novas possibilidades de reinventar a definição de jornalista. Não se trata apenas de como as notícias estão sendo entregues, mas quem as está entregando.
Elizabeth Plank é um exemplo dessa nova geração de jornalistas. Uma canadense francesa de 28 anos, ela começou no Mic como estagiária em 2013. Em dois meses, ela atraiu um milhão de usuários para o site. Agora, como produtora sênior do Vox.com, Elizabeth cobre política nos EUA e está disposta a fazer uma mudança em sua indústria.
Em 2015, a percentagem de jornalistas minoritários trabalhando para jornais diários americanos atingiu um mero 12,76 por cento, com mulheres representando apenas 37,1 por cento das redações, segundo o censo da Sociedade Americana de Editores de Notícias (ASNE, em inglês). Como perspectiva, minorias compõem 37 por cento da sociedade americana como um todo, de acordo com o Bureau de Censo dos EUA -- e estima-se que superarão o resto da população americana em 2060.* É óbvio olhando para esses números que a mídia americana tem um problema de diversidade e representação.
Mas Elizabeth disse que está otimista sobre a democratização dos meios de comunicação e jornalismo. Ela está vendo uma maior heterogeneidade nas redações e pensa que terá um impacto não só sobre as notícias, mas na democracia.
"Eu acho excitante que temos mais diversidade de vozes e perspectivas", disse ela. "Isso [a diversidade] faz toda nossa sociedade mais rica, porque estamos mantendo os funcionários públicos responsáveis e fazendo o trabalho da mídia, mas fazemos isso de uma forma que reflete a população."
Os artigos de Elizabeth são claramente feministas por natureza, mas ela acha que os jornalistas devem compartilhar seus pontos de vista próprios. No Mic, Elizabeth falou sobre saúde reprodutiva das mulheres na sociedade americana num momento em que a questão era particularmente proeminente: uma de suas matérias mais conhecidas é um vídeo pedindo a homens para desenhar vaginas.
Elizabeth contou à IJNet que era uma ativista antes de se tornar jornalista. Como assistente de pesquisa e consultora de ciência comportamental na London School of Economics, Elizabeth sabia que queria fazer uma mudança no mundo. Ela começou uma petição contra saias para pugilistas femininas que se tornou viral e, finalmente, conseguiu efetuar a mudança. A partir daí, ela começou a escrever colunas no Huffington Post. Elizabeth acabou deixando seu trabalho na universidade ao perceber que "usar o jornalismo era simplesmente o melhor meio" para ela.
Hoje, Elizabeth não é tímida sobre sua postura ativista e trabalha para ampliar as vozes daqueles que muitas vezes não são ouvidos.
"Eu acho que é importante perceber os preconceitos que temos e as perspectivas que temos, então sou muito claramente uma feminista", disse ela. "Eu acho que todo jornalista é de uma forma um ativista."
*De acordo com o Bureau de Censo nos EUA, “minoria” nos Estados Unidos consiste em qualquer grupo além de brancos não-hispânicos.
Imagem principal sob licença CC no Flickr via Elisabeth Woldt. Imagem secundária, captura de tela do vídeo "When Men Draw Vaginas" no Mic.