Enquanto os jornalistas dependem mais da mídia social para se conectarem com fontes, também estão enfrentando ataques online, como resultado dos tópicos que abrangem. Recentemente escrevi sobre a minha experiência em lidar com ataques online de partidários do Estado Islâmico em um post publicado no Huffington Post.
Hoje em dia, a maior parte dos ataques acontece em sites de mídia social como o Twitter. Dick Costolo, CEO do Twitter admitiu recentemente em um memorando vazado que a empresa "é uma droga em lidar com trolls e abuso". Alguns usuários e jornalistas têm se encarregado de lidar com o assédio. Entre eles está Michelle Ferrier, a primeira colunista mulher e afro-americana no Daytona Beach News Journal, que teve de lidar com a sua parte do assédio.
Esta experiência levou-a a colaborar com outras mulheres jornalistas para criar Trollbusters, uma plataforma --atualmente em desenvolvimento-- que permite que mulheres nos meios digitais sofrendo ataques online possam digitar a URL de uma mensagem ofensiva para localizar o troll. A plataforma recebeu o prêmio máximo na hackatona "Cracking the Code" da International Women Media Foundation.
Usando a tecnologia de análise de rede desenvolvida por alunos de Michelle na Universidade de Ohio, Trollbusters irá identificar "ninhos de trolls", ou grupos online de agressores. A vítima também receberá o apoio de uma comunidade online que vai lutar contra a enxurrada de abuso com mensagens positivas.
Quando perguntada sobre o conselho que daria para jornalistas enfrentando ataques online, Michelle deu as seguintes dicas:
- Se estão ameaçando com lesão corporal, vá à polícia e documente o assédio (ou seja, guarde capturas de tela de ameaças/mensagens abusivas).
- Se estão insultando você (mas não estão ameaçando), afaste-se do computador.
- Se estão atacando a sua reputação profissional, peça a a amigos para apoiá-lo e fornecer endossos profissionais.
- Alguns jornalistas têm lidado com o problema revelando os trolls. Nenhuma pesquisa foi feita sobre a eficácia dessa estratégia, mas isso funciona como um alerta a outros sobre potenciais trolls.
Ferramentas similares que têm sido desenvolvidas para combater os ataques online incluem Block Together, um aplicativo desenvolvido por Jacob Hoffman-Andrews da Electronic Frontier Foundation (EFF). O app combate assédio no Twitter. Outra ferramenta é o Block Bot, que bloqueia as "pessoas mais desagradáveis" no Twitter.
"Eu acho que os jornalistas devem tomar cuidado extra para diferenciar entre o assédio, que é [algo] pessoal, e a crítica, que pode ser terrível e persistente, mas é sobre ideias", Jillian York, escritora, blogueira e diretora para Liberdade de Expressão Internacional na Electronic Frontier Foundation, disse à IJNet.
Jillian, que disse que foi atacada por sua "posição sobre a Palestina" e também por sua visão sobre "feminismo" e "liberdade de expressão", aconselhou os jornalistas a uso o botão de bloqueio no Twitter.
"Eu acho que a melhor ferramenta para jornalistas, ou qualquer figura pública, é cuidar de si mesmo", disse ela. "Saia das redes sociais um pouco, faça um chá, medite. Envolva seus amigos para ajudarem você a combater os trolls com contra-argumento, se necessário. E converse com seus amigos, especialmente colegas jornalistas, sobre o assédio --não devemos ter que lidar com isso sozinhos."
Imagem sob licença CC no Flickr via thamirainbow