Reportagens investigativas de negócios podem parecer assustadores, longas e às vezes perigosas, mas muitas missões de apuração podem ser feitas em um piscar de olhos.
O repórter investigativo, Matt Apuzzo, da Associated Press deu suas dicas durante um webinário realizado pelo Reynolds Center. Apuzzo falou como faz investigações rápidas para projetos paralelos ou matérias com um prazo apertado.
Junto com as dicas, ele ofereceu um mantra para os jornalistas investigativos: "não é para cobrir coisas, mas para descobrir as coisas."
Aqui estão os pontos principais, segundo a IJNet:
Baseie investigações em torno de uma pergunta específica. Começar a fuçar com base em um pressentimento de que algo está errado não te leva muito longe. Começe com uma pergunta bem-pensada e tenha sua investigação como a resposta. "Deixe o jargão para os federais", disse Apuzzo. "Nosso negócio é responder as perguntas". Bethany McLean da revista Fortune perguntou como é que a Enron ganha dinheiro e algumas semanas escreveu uma reportagem investigativa.
Conheça o maquinário da sua editoria. Aprenda as engrenagens internas e externas da máquina -- os grandes jogadores e os pesos mortos. Crie uma lista mental das pessoas que poderiam responder a pergunta-chave da sua investigação. Entre fontes pouco utilizadas incluem-se delatores, concorrentes, fornecedores, principais clientes, executivos aposentados e analistas. Ao lidar com analistas, pergunte como sabem o que sabem e não o que eles sabem.
Tenha cuidado com propagandistas. Profissionais de relações públicas e diretores de comunicação são altamente informados sobre suas empresas, mas pagos para protegê-las a todo custo. Formar um bom relacionamento com eles vai facilitar seu trabalho, mas você não pode confiar neles como uma fonte plausível. Apuzzo citou o livro "Stop the Presses" que ensina assessores a usarem "emoção estratégica" em entrevistas para influenciar uma matéria em seu favor. Eles são bons no que fazem, mas "não conte com eles para a verdade", disse Apuzzo.
Mantenha a conversa casual. Não importa o quão importante é a sua fonte, tente ter conversas francas fora do local de trabalho. Faça um esforço para encontrar-se pessoalmente, em cafés, restaurantes ou mesmo em casa. Empregados não reclamam de seus chefes ou empresas no escritório. Em bares, desabafam regados a bebida. A conversa deve ser casual. Descubra como é seu dia típico ou quem estava na reunião da manhã. Você não está pedindo para fornecer informações altamente sigilosas, mas apenas tentando se familiarizar com o sistema.
Não subestime a riqueza dos documentos. Quase todas as informações que passam por uma empresa estão escritas em algum lugar. É importante saber quem tem os documentos necessários. Isso ajuda o repórter na hora de fazer um pedido pela informação. Mesmo se você não está procurando nada em particular, os documentos podem esclarecer informações com fatos básicos. Alguns documentos obrigatórios são agendas de encontros, registros de lobistas, ações judiciais, contratos governamentais e pedido de acesso a informação. Ver quem pediu os documentos pode mostrar onde organizações de notícias concorrentes estão focando a atenção.