Jornalistas desbravando o mar de informações na mídia social devem ser bons navegadores ou correm o risco de ficarem sobrecarregados.
Os jornalistas Anthony De Rosa e Lauren Young, ambos da Reuters, compartilharam suas dicas de melhores práticas para navegar no fluxo de informação em um webinário recente.
Os pontos principais do evento, segundo a IJNet, são:
Ajuste a mensagem de acordo com a plataforma. De Rosa e Young disseram que o Facebook é um fórum mais apropriado do que o Twitter para ter uma conversa com os leitores. De Rosa comparou o Facebook a uma "praça pública", permitindo o jornalista pedir feedback dos leitores, buscar fontes ou apenas discutir um artigo recente. O Twitter, por sua vez, serve mais como um "feed de notícias."
"O Twitter não é um lugar ótimo para conversar", disse Young. "É um ótimo lugar para distribuir informações". Ela afirmou que tuites, incluindo pontos de dados e estatísticas rápidas são mais propensos a se tornar viral. De Rosa disse que o Google+ também pode fornecer uma plataforma para o diálogo devido ao seu layout, se sua popularidade crescer.
Evite a sobrecarga de informação. Ao usar o Twitter como uma ferramenta de reportagem, De Rosa sugeriu organizar seus seguidores em listas de editorias, fontes e até mesmo concorrentes para manter o fluxo de notícia em um nível administrável. Para manter a organização simples e identificar tendências, possivelmente, no local, ele também sugeriu o GeoTweeter, uma ferramenta de busca que mapa tuites.
Encontre uma ideia de pauta rapidamente no Muckrack, uma visão diária mostrando os últimas tópicos sendo comentados por jornalistas nas mídias sociais. Para uma dose rápida de histórias sobre tendências, Young recomendou o feed do @nytmostemailed no Twitter. Descrito como um ponto de encontro virtual, o feed apresenta os artigos mais enviados do dia do New York Times.
Young disse que usar as mídias sociais como ferramenta de reportagem tem seu limites. Ela prefere se concentrar nas plataformas sociais como ferramentas de construção da comunidade e ficar com a "boa e velha reportagem" para encontrar uma história. "O jornalismo realmente importante que muda a vida das pessoas, que é o que fazemos na Reuters, vem de estar na linha de frente e não atrás de uma tela", disse ela.
E no futuro? De Rosa disse que o jornalismo pode se beneficiar da personalização das notícias para os leitores, semelhante à forma como o Facebook usa seu gráfico social para dirigir anúncios aos usuários. Ele sugeriu um equilíbrio rigoroso entre personalização passiva e julgamento editorial para decidir qual é notícia mais relevante.
Para realmente reduzir a divisão digital, pare de se referir ao Facebook e ao Twitter como "nova mídia", pois essas são fontes tradicionais de notícias agora, De Rosa disse. As mídias sociais têm causado mudanças duradouras no jornalismo e não há como voltar atrás. Essas plataformas mudaram o ritmo, teor e veracidade do jornalismo, disse Young.
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