O Instituto Poynter realizou uma conferência na semana passada para apresentar o seu mais recente estudo sobre como usuários de tablet consomem notícias e os problemas que os designers estão resolvendo para satisfazer as demandas desses usuários.
Os tablets estão rapidamente se tornando uma plataforma preferida. Mais de 20 por cento dos adultos norte-americanos possui um tipo de tablet, o dobro do percentual em apenas um ano, de acordo com um estudo do Pew Research Center.
Para economizar, as editoras estão tentando encontrar maneiras de "publicar o conteúdo uma vez só e fazê-lo adaptado a todas as plataformas" -- celulares, tablets, computadores e mídia impressa -- Sam Kirkland disse.
Uma solução para este problema é o chamado "design responsivo", que foi muito discutido durante a conferência, realizada na Escola Medill de Jornalismo. O design responsivo permite que as organizações de notícias evitem empregar legiões de programadores para criar uma plataforma única para exibir o conteúdo em cada uma das dezenas de celulares, tablets e outros dispositivos usados para receber a notícia. Até agora, apenas algumas organizações o utilizaram.
Use modelos
Pequenas organizações de notícias que não têm recursos para criar aplicativos especializados para exibir o conteúdo podem usar modelos de baixo custo que funcionam em plataformas, disse Mario Garcia, diretor do estudo Eyetrack.
Organizações de notícias que querem permanecer relevante para seus leitores precisam estar em todas as plataformas, porque muitos leitores estão usando mais do que um dispositivo em um único dia, Regina McCombs do Poynter disse aos participantes da conferência.
Os leitores tendem a usar tablets e imprensa para uma leitura mais agradável, enquanto usam o telefone celular e online para um engajamento mais intenso com as últimas notícias.
Leitores íntimos
Aqui estão algumas das conclusões do Eyetrack sobre leitores de tablets:
Antes de selecionar um artigo para ler, os leitores olham para uma média de 18 itens no tablet.
Eles passam uma média de 98 segundos no primeiro artigo, o que demonstra aos editores e redatores a necessidade de criar um conteúdo atrativo.
Leitores tendem a preferir ler o tablet em posição horizontal.
Um total de 61 por cento são "leitores íntimos" que constantemente tocam a tela para mover o texto e ajustar a visualização.
Muitos falam com esperança sobre os leitores de tablet salvando os jornais e jornalismo de longa forma, porque oferecem o tipo de experiência íntima que leitores do impresso prezam. O colunista Felix Salmon da Reuters disse que não vê futuro nessa fonte de renda, prevendo fracasso para a Newsweek digital. Um novo estudo do Pew Research Center, citado por Rick Edmonds encontra alguns sinais de esperança de renda para dispositivos móveis: 19 por cento das pessoas que recebem notícias via celular pagaram por uma assinatura digital. Destes, Pew revelou que 33 por cento disse ter adicionado algum tipo de assinatura digital nova desde a obtenção de seu dispositivo. Mas apenas um quarto, 27 por cento, disse que suas assinaturas digitais substituíram aquelas que usavam para receber impressos. Isto sugere que a maioria desses assinantes digitais representa uma nova fonte de receita para o jornalismo.
Olhando para a oportunidade de negócio no tablet, Edmonds conclui, "Minha própria visão sobre as implicações das conclusões do estudo: as soluções da publicidade móvel ainda estão em andamento, mas as assinaturas incluídas estão melhor do que nunca. Venda aos usuários uma assinatura à sua plataforma favorita e dê acesso ao resto gratuitamente ou a um custo até menor."
Dado o crescimento nos tablets, os editores têm correr atrás. O estudo Eyetrack dá algumas pistas sobre como engajá-los. Mas todo mundo ainda está aprendendo e, enquanto aprendem, novos dispositivos estão sendo criados, podendo tornar os que temos menos relevantes.
Este artigo foi publicado originalmente no blog News Entrepreneurs e traduzido ao português para a IJNet com permissão.
James Breiner é co-diretor do Global Business Journalism Program na Universidade Tsinghua e ex-bolsista do programa Knight International Journalism Fellow, tendo lançado e dirigido o Centro de Periodismo Digital na Universidade de Guadalajara. Ele é bilíngue em espanhol e inglês e consultor em jornalismo online e liderança.
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Foto courtesy de Sean MacEntee, CC-licensed on Flickr.