A ProPublica, um site de jornalismo investigativo sem fins lucrativos, é a mais recente organização a adicionar WhatsApp a suas reportagens.
O site está usando o aplicativo de bate-papo para iniciar uma conversa com cidadãos liberianos e qualquer pessoa interessada em sua investigação recente sobre o papel da companhia americana Firestone nas guerras civis da Libéria na década de noventa.
A investigação, Firestone and the Warlord [Firestone e o Senhor da Guerra], revelou que a empresa, na época o maior empregador na Libéria, fornecia recursos que beneficiaram o exército rebelde liderado por Charles Taylor.
Este é o primeiro experimento da ProPublica com WhatsApp e chega numa hora em que a editora sênior de engajamento, Amanda Zamora, está ponderando sobre as tendências móveis.
"Eu tenho pensado muito desde o ano passado sobre a ascensão do móvel e as formas que podemos usar ferramentas móveis cuidadosamente para contar histórias em formato longo e [para] engajamento na ProPublica", ela escreveu num e-mail. "Temos observado organizações de notícias como a BBC e a experiência do jornal Extra no Brasil com WhatsApp tanto para distribuição e engajamento, e achei que a nossa investigação sobre Firestone - que se passa na Libéria - apresentava uma grande oportunidade para engajar com uma audiência internacional."
Trabalhando em colaboração com a PBS Frontline, a investigação durou vários anos, resultando em uma matéria de 20.000 palavras. Para manter os leitores interessados, a ProPublica conta a história em uma séria de sete capítulos, promovendo um novo capítulo a cada semana.
"Nós também estavamos interessados em ver se poderíamos apresentar uma enorme investigação, em termos de tamanho e elementos ricos de mídia, de uma forma que os usuários móveis pudessem digerir muito facilmente", disse Zamora.
Qualquer pessoa com interessa na investigação pode assinar para receber atualizações no WhatsApp. Os usuários vão receber um resumo e link para cada capítulo, perguntas de discussão feitas pelo autor da investigação, T. Christian Miller, trechos de capítulos - incluindo texto, imagem ou áudio - e a chance de perguntar a Miller sobre qualquer coisa referente à reportagem.
O primeiro lote de mensagens da ProPublica incluiu uma introdução de áudio por Miller, descrevendo que tipo de atualizações poderiam esperar durante a semana. Ele colocou duas questões no final de sua gravação de áudio: por exemplo, "Deveríamos estar falando sobre o caso 25 anos depois?". E pediu que os usuários compartilhassem suas opiniões. No final da semana, o app destacou as principais perguntas feitas pelos usuários do WhatsApp e Miller respondeu a cada uma com gravações de áudio.
"Receber uma mensagem de texto no seu telefone é algo muito íntimo e pessoal, [e] queremos que nossa resposta reflita isso e achamos que seria um bom começo se as pessoas ouvissem a voz [de Miller]", escreveu Terry Parris Jr., editor de comunidade da ProPublica. "Também estamos descobrindo que o público parece se engajar um pouco mais."
Atualizações adicionais incluiram imagens de entrevistados da matéria da Frontline com fatos curtos sobre a investigação e mapas da região.
Os usuários de WhatsApp podem acrescentar +1 917-331-4989 a seus contatos e textar "WARLORD" para assinar.
Imagem principal sob licença CC no Flickr via Luis