ProPublica: Para conseguir melhores resultados de engajamento, crie comunidades

por Angelique Lu
Oct 30, 2018 em Diversos

Construir audiências através da mídia social é um meio vital de receber a atenção para matérias do ProPublica, de acordo com Amanda Zamora, editora sênior de engajamento do veículo de notícias investigativas sem fins lucrativos nos Estados Unidos. Ela falou com Angelique Lu [da WAN-IFRA] sobre aplicativos de bate-papo, curadoria de conteúdo e inovação nas redações.

1. Construir audiência é fundamental para o sucesso da ProPublica

Nós realmente dependemos de parceiros nos primeiros dias da ProPublica para encontrar um público para o nosso trabalho, mas agora através da mídia social, conseguimos construir uma audiência com os leitores e não ser tão dependentes de parceiros de notícias tradicionais. Isso tem sido muito poderoso para nós.

2. Encontre especialistas nas redes sociais que você constrói 

Tem sido uma ótima maneira de engajar as pessoas quando fazemos chamadas. Podemos divulgar nossas chamadas através das redes sociais e encontrar comunidades que estão por aí e interessadas e investidas nos tópicos que cobrimos. [Então] vamos até elas e pedimos a sua ajuda. Tem sido ótimo.

3. A mídia social leva tempo – mas vale o investimento 

É preciso esforço. [Há] muita ênfase agora sobre o uso de redes sociais para distribuição, mas há um monte de oportunidades na utilização de redes sociais para o engajamento em torno das histórias que estamos contando. É preciso planejamento e recursos, e eu estou esperançosa de que as redações vão começar a investir no social, tanto para distribuição e engajamento.

4. Você pode naveagar o monopólio de newsfeed do Facebook criando comunidades

Eu acho que o Facebook é realmente a chave para estratégia social de qualquer organização. Não há como fugir disto. É onde muitas pessoas estão gastando seu tempo. É importante para nós também. Temos tido muito sucesso por não depender inteiramente do feed de notícias, mas criando grupos e comunidades para tentar concentrar a conversa em um espaço dedicado. Mas em termos de feed de notícias, trabalhamos duro para ter certeza de que estamos divulgando nosso conteúdo lá.

5. Fazer curadoria do trabalho de outras organizações de notícias ajuda a ProPublica a se manter relevante 

Uma coisa que nós tendemos a fazer é ser generosos com a curadoria de trabalho de outras pessoas porque nos ajuda a permanecer relevantes no feed de notícias, mesmo quando nós não podemos ter o nosso próprio conteúdo original para compartilhar naquele dado momento em torno desse tema. Então nós fazemos isso.

Também prestamos atenção realmente em quem está compartilhando o nosso trabalho e não assumimos que postando diretamente na nossa página de Facebook vamos ter o tipo de impacto que queremos em termos de engajamento ou cliques, mas pensando em como chegar aos influenciadores no Facebook da maneira tradicional: enviando mensagens, conversando com eles, pedindo e convidando-os a compartilhar o nosso trabalho. Então, tentamos fazê-lo de todas as maneiras criativas que podemos, porque no final do dia é realmente importante para nós ter certeza de que nós estamos achando uma audiência no Facebook.

6. Apps de chat facilitam a interação entre público e jornalista 

Eu acho que são fantásticos para dar aos leitores o acesso direto aos repórteres. Pode ser duro construir audiência ou consciência. Snapchat é assim também. É uma espécie de incômodo fazer essa ligação, mas depois de fazer é tão fácil interagir. Eu acho que há um atrito baixo de ida e volta; é fácil para os repórteres usarem e é ótimo para os consumidores, porque você está aproveitando as plataformas de uma maneira que as pessoas realmente estão usando.

Essa é a expectativa quando você está usando um aplicativo de bate-papo, de ter essa troca leve e se você pode divulgar informações privilegiadas ou insights de sua investigação dessa maneira, tanto melhor.

7. Experimentos com SnapChat em redações representam um momento emocionante para o jornalismo 

Eu acho que é fascinante assistir. É ótimo ver as organizações de notícias serem muito mais pró-ativas em testar algo em vez de ser medrosas e observar todas as outras fazê-lo e perderem o bonde. Então, na verdade, é realmente ótimo ver que estamos adotando novas plataformas como essa mais rapidamente. Aonde vai parar, nós vamos ter que ver.

8. Sobre a estratégia de SnapChat do Mashable

Mashable para mim foi incrível, porque eles foram uma das primeiras marcas de notícias a realmente tomar essa plataforma e torná-la sua própria em termos de narrativa. Foi quase arte a maneira que eles estavam fazendo "fatos-chave" das histórias que estavam compartilhando.

9. O futuro da ProPublica

Nós estamos interessados em realidade virtual. Nós estamos interessados em algumas das coisas que a WNYC está fazendo... experimentação como o projeto do sono e do projeto da cigarra. Botando a mão na massa com o povo em termos de coleta de informações de seus ambientes e como podemos usar a tecnologia para talvez conseguir a ajuda das pessoas na recolha de dados de novas maneiras, quer se trate de dados ambientais ou outros. Eu acho que todos esses são possibilidades para nós. Trata-se de encontrar a tecnologia certa para a história certa.

Este post apareceu originalmente no blog da WAN-IFRA e é traduzido e publicado na IJNet com permissão.

Main image CC-licensed by Flickr via Joe the Goat Farmer.