Um jovem conhecido meu se candidatou a uma posição de repórter online em uma organização de notícias de renome internacional.
Mas o entrevistador não se concentrou nos artigos do candidato ao emprego. Ele quis saber mais sobre as métricas de engajamento público dos artigos do candidato -- tempo gasto, compartilhamento social e tráfego de busca.
Como é que o candidato usou as redes sociais para alcançar leitores? Qual foi a eficácia de suas táticas? Quais as ferramentas de medição que ele usou para avaliar a eficácia?
Em outras palavras, este candidato entende como atrair e interagir com o público da Internet?
Para conseguir um emprego, conheça o público
Claro, o editor já tinha lido as matérias do candidato. Obviamente, a qualidade da escrita e comunicação foi importante. A questão é que as organizações noticiosas hoje em dia são todas editoras de multimídia e esperam que graduados em jornalismo tragam um novo conjunto de habilidades.
Antigamente, repórteres e editores sabiam pouco sobre suas audiências e como os leitores e telespectadores interagiam com suas matérias. O público vinha para eles.
Jornalistas não tinham que buscar o público. Marketing era um palavrão. (Televisão, é claro, era melhor do que a imprensa no quesito medição, e podia produzir avaliações de programas.)
Mas hoje, com tanta concorrência pela atenção online, nenhuma organização de notícias e nenhum jornalista podem se dar ao luxo de ser ignorantes sobre o que o público pensa de suas matérias.
Jornalistas estão percebendo que está se tornando um requisito de emprego saber promover seu trabalho. Eles têm que atrair o público e não apenas gerar conteúdo. Têm que ser coordenadores de comunidade.
Vendendo jornalismo sério
Não é uma questão de se curvar e dar ao público o junk food que ele almeja. As organizações que estão gastando tempo e dinheiro em reportagens em profundidade estão procurando maneiras de atrair mais atenção para o jornalismo sério.
Jornalistas investigativos estão se voltando para as mídias sociais para ajudar a atrair atenção para o seu trabalho. (Lauren Fuhrmann do Wisconsin Center for Investigative Journalism tem estas dicas para medir o impacto das histórias e engajamento do público.)
Pesquisadores acadêmicos estão tentando prever a vida útil de um artigo online com base em como as redes sociais reagem ao artigo quando é publicado pela primeira vez.
Portal para o conhecimento e receita
De acordo com Frederic Filloux e Jean -Louis Gassée do MondayNote.com, o artigo ou reportagem não é o fim da linha para o trabalho do jornalista e editor: é apenas o começo.
Nos bons velhos tempos, quando o noticiário terminava ou o jornal era impresso, era hora de dar uma pausa. Agora, a sobrevivência do negócio depende do uso do artigo ou reportagem como o ponto de partida para mostrar aos usuários produtos e serviços auxiliares.
A sobrevivência da marca depende de ela ser um portal útil para um conhecimento mais profundo de um assunto.
E agora a pergunta é: onde os jornalistas podem aprender essas habilidades? A resposta hoje é não necessariamente em uma universidade.
Este post foi publicado originalmente no blog News Entrepreneurs e traduzido pela IJNet com permissão.
James Breiner é consultor em jornalismo online e liderança. Foi co-diretor do Global Business Journalism Program na Universidade Tsinghua e bolsista do programa Knight International Journalism Fellow, tendo lançado e dirigido o Centro de Periodismo Digital na Universidade de Guadalajara. Visite seus sites News Entrepreneurs e Periodismo Emprendedor en Iberoamérica e siga-o no Twitter.
Imagem do usuário do Flickr greyeweed sob licença Creative Commons