Considere um problema hipotético: você é um editor de notícias e um evento acontece em um lugar onde você não tem nenhum jornalista em terra. O que fazer?
Talvez você recorra a um banco de dados de freelancers e começa a fazer algumas ligações. Mas há a possibilidade de que o banco de dados não foi atualizado recentemente e ninguém responde. Mesmo se alguém responde, a pessoa do outro lado pode não falar a língua da sua agência de notícias e pode não ajudar.
E então? A rede global de jornalistas cresceu significativamente na era digital, mas se conectar com as agências de notícias pode ser um desafio.
Entra PayDesk, uma joint venture com sede em Londres criada em 2015 pelos fundadores Morgan Sowden e Henry Peirse. Os dois se conheceram em Sarajevo, Bósnia-Herzegovina, em meados da década de noventa, e começaram a fazer um plano para gerentes de mídia acharem jornalistas mais facilmente. Sowden trouxe anos de experiência no setor de tecnologia da Califórnia, enquanto Peirse veio com a lista de contatos de sua empresa anterior -- a Global Radio News (GRN), uma rede que nos últimos 15 anos forneceu correspondentes, repórteres, cinegrafistas, fotógrafos e fixadores para clientes de agências de notícias em todo o mundo.
"A ideia é construir sobre o conceito da GRN -- expandir para outros meios de comunicação e editores de informação nicho, Peirse, um ex-jornalista freelance, disse via e-mail de Londres. "Nós nunca poderíamos fazer isso com o velho modelo offline da GRN. Nossa visão é que a notícia está mudando e o jornalista precisa de apoio... nosso papel é ajudar o profissional a fazer o seu trabalho."
O modelo de negócio é simples: uma agência de notícias vem para o PayDesk com a sua necessidade, encontra um freelancer para o trabalho e o PayDesk cuida da fatura, acrescentando uma pequena comissão em cima. O que o cliente oferece ao freelancer é exatamente o que o jornalista recebe -- o PayDesk não tira nada desse negócio.
Se é uma notícia grande, como os atentados de Bruxelas, um freelancer pode fazer milhares de dólares em um dia. Caso contrário, uma ligação típica ao vivo pode gerar uma média de US$50 a US$100, enquanto pacotes de TV podem chegar a centenas de dólares. É o que o cliente está disposto a pagar, Peirse disse, que também observou que o PayDesk estima fazer quase US$500.000 em receita em seu primeiro ano.
Esther Judah, repórter da imprensa britânica, trabalhou para uma variedade de plataformas da Bélgica para vários clientes do PayDesk após os atentados recentes. Ela disse que a agência a ajudou a obter clientes que queriam chamadas de TV e rádio ao vivo, entrevistas por Skype e matérias impressas.
"Isso foi quando o PayDesk funcionou melhor", disse Judah de Bruxelas. "Eles ajudaram a gerir os agendamentos e asseguraram que se os clientes ligaram e reservaram, e eu não conseguia cumprir o horário naquele momento muito louco, eu ainda seria paga. Eles também ajudaram a reservar trabalhos e ir atrás depois para garantir o maior número feito em um curto espaço de tempo."
Ruud Elmendorp, um freelancer holandês do PayDesk, atravessou o continente africano como jornalista de vídeo nos últimos 14 anos, atrás de grandes histórias como uma reunião com o líder rebelde Joseph Kony na República Democrática do Congo.
Elmendorp disse que o PayDesk tem sido bom em lhe conseguir trabalho em um continente pouco reportado, como entrevistas Skype e telefone ao vivo, juntamente com outros projetos de mídia e ONGs.
O PayDesk funcionou bem como uma das poucas agências capazes de obter trabalho para mim, disse Elmendorp via e-mail de Nairóbi, no Quênia. Para freelancers na África, o PayDesk é um grande parceiro de se trabalhar, porque podem vender conteúdo da África."
Peirse disse que cerca de 50 novos freelancers se juntam ao PayDesk a cada semana, com cerca de cinco a 10 novos clientes adicionados por semana também. Entre os clientes estão organizações como CNN, ABC News, France 24, USA Today, The Economist, Associated Press, Vanity Fair, Voz da América (VOA) e mais.
Verificar jornalistas pode ser demorado mas é vital, disse Peirse. Os clientes exigem que os repórteres sejam examinados, pois sua reputação de jornalística está em xeque. Eles não têm tempo para avaliar se cada freelancer do PayDesk tem integridade jornalística.
Sonya Laurence Green, chefe do serviço inglês para a África do VOA em Washington, disse que a organização está satisfeita até o momento com os jornalistas do PayDesk depois de concordar em usar seus serviços como experiência por um ano, usando os repórteres treinados localmente e no exterior.
Nós temos uma necessidade real para repórteres em toda a África, e é aí que o PayDesk entra, porque pode ser difícil encontrar colaboradores confiáveis e a África é um vasto continente", disse Green de Washington. Nós tivemos problemas em encontrar pessoas rapidamente durante notícias urgentes, e o PayDesk tem sido bastante útil."
Imagem principal: Esther Judah conduz uma entrevista em Antuérpia em 2016 na sequência dos atentados de Bruxelas. Cortesia de Esther Judah.
Imagem secundária: Henry Peirse no momento da chegada na base da OTAN na Bósnia em 1995. Cortesia de Henry Peirse.
Terceira imagem: Ruud Elmendorp trabalhando em Maasai Mara do Quênia, na África Oriental em 2012. Cortesia de Ruud Elmendorp.