Com 151 assassinatos de jornalistas desde 1992, incluindo 93 não resolvidos, o Iraque continua sendo um dos lugares mais perigosos para trabalhar com jornalismo.
Para rastrear os ataques a jornalistas no país, Ibrahim Alsragey, um repórter iraquiano que dirige o Journalists Rights Defense Association em Bagdá, lançou recentemente um mapa online. O mapa permite que pessoas que presenciem um ataque possam denunciá-lo no site e indicar sua localização.
Alsragey espera que o mapa irá compensar o que ele percebe como uma falta de interesse das organizações internacionais sobre os perigos que os jornalistas enfrentam no Iraque e a falta de vontade do governo iraquiano em parar os ataques. Ele espera que o mapa possa ajudar a "expor aqueles por trás dos ataques e também identificar as zonas de risco" para os jornalistas.
O mapa foi inspirada no trabalho do jornalista investigativo e bolsista do ICFJ Knight International Journalism Fellowship Jorge Luis Sierra. Sierra construiu o mapa "Periodistas en Riesgo" (Jornalistas em Risco) para rastrear ataques contra jornalistas no México. O projeto foi recentemente nomeado ao Human Rights Innovation Award do governo holandês e atraiu o interesse do Instituto da Paz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, que convidou Sierra para participar em seus TechCamps ao redor do mundo.
Quando Alsragey participou da aula de Sierra no TechCamp do instituto em Erbil, Iraque, ele sabia que queria criar um mapa semelhante para os jornalistas em seu país. "Ibrahim mostrou muito interesse quando eu mostrei o mapa de ataques a jornalistas e blogueiros mexicanos", disse Sierra à IJNet. "Começamos a construir o mapa do Iraque imediatamente."
Até agora, o mapa exibe 12 ataques registrados principalmente na capital, Bagdá, desde 30 de setembro, embora nem todos os incidentes tenham sido verificadas. As inscrições publicados no site aparecem em inglês e árabe.
O mapa iraquiano usa a plataforma Crowdmap, que foi desenvolvida por Ushahidi. "Não é muito complicado configurar um Crowdmap", Sierra disse. A plataforma permite às pessoas denunciar anonimamente no website, via SMS, aplicativo para smartphone ou e-mail. Seus relatórios são alimentados automaticamente em um mapa no site, e o editor do site pode, então, verificar a precisão da informação. Depois de verificados, são anotados no mapa. Jornalistas podem se inscrever para receber alertas quando os ataques são relatados.
"Configurar estes mapas é uma maneira simples de acompanhar e entender os padrões de ameaças e ataques contra jornalistas --um passo fundamental para melhorar a sua segurança", disse Elisa Tinsley, que dirige o ICFJ Knight International Journalism Fellowship.
Natasha Tynes é uma jornalista digital de bilíngue com base em Washington. Você pode ler seus pensamentos sobre jornalismo, mídia digital e o Oriente Médio em seu site , segui-la no Twitter ou enviar um e-mail a ntynes@gmail.com.
O conteúdo sobre inovação de mídia global relacionado aos projetos e parceiros do ICFJ Knight International Journalism Fellowship na IJNet é apoiado pela John S. and James L. Knight Foundation.
Primeira imagem do Journalists Memorial do Newseum em Washington, DC. via Steve Wilhelm no Flickr sob licença Creative Commons
Segunda imagem de Ibrahim Alsragey e Jorge Luis Sierra, cortesia de Sierra