Jornalistas veteranos oferecem dicas para recém-formados encontrarem emprego

por Dena Levitz
Oct 30, 2018 em Jornalismo básico

Julho é sinônimo de férias, viagens e, para muitos profissionais que trabalham, descanso bem merecido.

Para recém-formados, é o oposto. Os meses pós-universitários são focados em tentar conseguir um emprego e garantir um trabalho pago. No campo competitivo e em constante mudança do jornalismo, isso nem sempre é uma tarefa fácil.

É por isso que a IJNet pediu a repórteres, editores e produtores experientes que trabalham para uma variedade de canais de notícias por seus conselhos para os colegas mais jovens. Qual é a melhor abordagem para conseguir assinar uma matéria, um lugar na equipe de uma publicação de qualidade e um bom desempenho nos primeiros dias na posição?

Para procurar um emprego em jornalismo, existem dezenas de sites para conferir, de JournalismJobs a MediaBistro aos próprios sites das empresas de notícias. Não importa qual você usa. Missy Frederick, editora do popular site de culinária Eater D.C., sugere não limitar a pesquisa a um trabalho de sonho, editoria ou cidade.

"Busque um trabalho que você sabe que vai ajudá-lo a aprender o básico para que você tenha experiência quando quiser buscar por trabalhos de sonho no futuro", disse ela. "Os jornais comunitários são particularmente bons para isso, pois repórteres muitas vezes fazem papéis múltiplos. Também procure por empregos não-tradicionais, como publicações comerciais, publicações de negócios, etc."

Estágios também podem ser um grande pé na porta. Só não mire nas publicações ou emissoras grandes, disse Susan Valot, jornalista de rádio independente que trabalhou para vários programas como "The California Report”, "Only A Game" e "Marketplace" da NPR.

"Não se preocupe com lugares de grande nome que não vão deixar você fazer muito mais que acompanhar [um jornalista] e buscar café. Vá para lugares menores que lhe permitirão produzir um trabalho", Valot acrescentou. "Por exemplo, se você é um formado querendo fazer TV, olhe para ver se uma emissora de cabo local tem um noticiário comunitário e veja se pode fazer matérias para eles."

Brittanie Shey, blogueira de estilo de vida e escritora que divide seu tempo entre Amsterdã e Houston, Texas, acrescentou que revistas semanais alternativas são uma escolha subvalorizada para jornalistas iniciantes.

"Quando eu era editora de uma revista semanal, os estagiários faziam basicamente o mesmo trabalho da equipe", disse ela. "Os alternativos têm escassez de pessoal, e a equipe é pequena o suficiente para que estagiários possam obter atenção e orientação pessoal."

E, especialmente nesta era quando tantos profissionais de mídia gastam pelo menos parte da carreira fazendo freelance, Valot aconselhou novos graduados a propor matérias a publicações que admiram ao mesmo tempo que caçam posições permanentes. "Este trabalho freelance pode ajudar a construir clipes e experiência, além de colocar algum dinheiro no bolso", disse Valot.

Ao se candidatarem, novos jornalistas precisam de pelo menos uma pequena oferta de clips para mostrar um corpo de trabalho em desenvolvimento. Mas tão importante pode ser uma carta de apresentação personalizada que explica o valor que você pode trazer. Frederick disse que vê um monte de cartas de apresentação de candidatos mais jovens que enfatizam por que eles querem o trabalho "em vez de por que eu deveria contratá-los ou por que eles se encaixariam bem."

A melhor abordagem é enfatizar suas habilidades e a experiência e talento que você pode oferecer para a posição, com exemplos, se possível.

Uma vez contratado para esse primeiro ou segundo emprego em jornalismo, a dica principal de Maggie Leung, diretora sênior de conteúdo do NerdWallet, é priorizar aprender com as melhores pessoas possíveis. Gaste tempo para descobrir quem na emissora ou publicação ganhou o respeito dos outros. Nem sempre é a pessoa com o maior título do trabalho.

"Se você aprender as melhores práticas, vai construir uma base sólida", disse ela. "Se aprender com pessoas medíocres ou trabalhar sob padrões baixos, vai desenvolver práticas ruins que serão difíceis de superar mais tarde."

Da mesma forma, a crítica pode ser uma ferramenta eficaz para melhorar quando jovens jornalistas têm a atitude certa, disse Leung, ex-editora de notícias supervisão na CNN. Isso significa aprender quaisquer lições que puder.

"As pessoas que fazem o maior progresso e que têm sucesso rapidamente absorvem o máximo possível. É assim que ficam mais fortes. As piores pessoas -- não importa o trabalho que fazem -- perdem tempo protegendo seu ego e nunca melhoram ou progridem devagar demais", disse ela. "Quando alguém pede mudanças significativas ou corrige seu trabalho, certifique-se de entender o porquê. ... Se você compreender a razão e é uma razão sólida, pode aplicá-la a circunstâncias semelhantes no futuro."

Acima de tudo, a flexibilidade é uma obrigação, pois a indústria continua a evoluir. Segundo Carla Jean Whitley, editora da Birmingham Magazine, é essencial para os jornalistas de todos os níveis.

"Se você está disposto a aprender e evoluir, pode forjar o seu caminho nesta indústria", disse ela.

Imagem principal sob licença CC no Flickr via Merrill College of Journalism Press Releases. Imagem secundária cortesia de Susan Valot; terceira imagem cortesia de Maggie Leung.