Jornalista do mês: Kiarinna Parisi Pedrá

por IJNet
Oct 30, 2018 em Jornalista do mês

A cada mês, a IJNet apresenta um jornalista internacional que exemplifica a profissão e usa o site para promover sua carreira. Se você gostaria de ser apresentado, envie um e-mail com uma curta biografia e um parágrafo sobre como usa os recursos da IJNet, aqui.

Filha de pai italiano e mãe venezuelana, a jornalista do mês Kiarinna Parisi Pedra sempre foi curiosa sobre o mundo ao seu redor.

"Desde pequena, essa cultura misturada influenciou minha vida", disse Kiarinna disse à IJNet. "Quando eu estava no ensino médio, decidi me tornar jornalista. Eu queria saber mais sobre tudo."

Tendo crescido em Maracay, Venezuela, Kiarinna estagiou em uma estação de rádio local quando era adolescente antes de ir para a universidade e estudar comunicações. Ela conseguiu seu primeiro trabalho em tempo integral na Televisora Regional del Venezuela (TRV) Em seguida, tornou-se correspondente de dois grandes meios de comunicação, Radio Caracas Television Internacional (RCTV) e Globovisión, antes de ser forçada a procurar trabalho em outro lugar. Ambas as agências de notícias sofreram pressão do governo constantemente até que a RCTV fechou.

Kiarinna veio para os Estados Unidos em busca de trabalho e começou debaixo novamente. Como estagiária na emissora local da Univision Noticias 34 em AtlantaKiarinna aprendeu a fazer um pouco de tudo. Editou vídeo, ajudou a produzir e escreveu notícias.

Agora, como produtora em tempo integral e repórter da Noticias 34, Kiarinna cobre acontecimentos em toda a área metropolitana de Atlanta. Quando os dois primeiros doentes de ebola nos Estados Unidos foram tratados no Hospital Emory University em Atlanta, ela e seus colegas estavam no local para cobrir a notícia nacional. Kiarinna e sua equipe receberam um prêmio Emmy por sua reportagem sobre a chegada do paciente de ebola.

Ultimamente, Kiarinna tem usado a IJNet para aprender mais sobre jornalismo de dados. Depois de ver uma oportunidade para um curso online gratuito de jornalismo de dados oferecido pelo Centro Knight para o Jornalismo da Universidade do Texas em Austin, ela se inscreveu e concluiu o curso.

Abaixo, Kiarinna conta para a IJNet mais sobre as dificuldades que enfrentou ao reportar na Venezuela.

Que tipo de coisas aprendeu enquanto trabalhava na RCTV?

Eu aprendi a trabalhar como correspondente e como estar ciente de todos os temas em minha região. Quando você trabalha localmente, sempre cobre coisas específicas, mas como correspondente, era difícil decidir qual era o tópico mais importante do dia.

Foi uma situação muito difícil para nós, porque esse canal foi fechado pelo presidente Hugo Chávez. Sempre tivemos medo de que talvez no dia seguinte não teríamos trabalho. Havia muita solidariedade e muito amor e paixão pelo que fizemos. Nós continuamos trabalhando mesmo quando fomos tirados do ar [da TV aberta]. Daí nós ficamos na TV a cabo. Depois disso, eles também proibiram as empresas a cabo de transmitir a RCTV. Claro, nós continuamos online, mas depois decidiram ter uma equipe menor. Foi muito difícil.

Como conseguiu seu trabalho atual na Univision?

Comecei a bater nas portas e disseram: "Você pode ser uma estagiária". Foi muito difícil começar tudo de novo. Eu estava em um canal nacional de TV no meu país e, então, tive que ser estagiária novamente. Mas eu aprendi muito. Os jornalistas aqui [nos EUA] e na Venezuela são realmente diferentes. Eu tive que aprender como usar uma câmera. Eu tinha um cinegrafista na Venezuela e alguém para editar nosso pacote.

Passei três meses como estagiária e depois me tornei funcionária em tempo parcial. Em seguida, seis ou sete meses depois disso, virei repórter em tempo integral.

Conte uma história memorável que cobriu para Noticias 34.
 
Nós cobrimos a situação da maconha medicinal aqui. Eles acabaram de passar a legislação sobre a maconha medicinal aqui [em abril]. Eu conheci uma família venezuelana que tinha uma criança chamada Natasha, que sofria de convulsões. Ela tinha 100 por dia. Eu vi como a maconha medicinal melhorou sua vida e é bom que as pessoas saibam sobre esta situação. Uma boa parte da população hispânica sofre de acidentes vasculares cerebrais, doença de Crohn ou câncer, que são todas doenças que a maconha medicinal pode tratar sob a lei.
 
Imagem principal cortesia de Kiarinna Parisi Pedrá