Este ano vai acontecer a ascensão dos robôs de bate-papo?

por Stephen Abbott Pugh
Oct 30, 2018 em Redes sociais

Você já falou com um robô de bate-papo? Pode ter feito isso e sem nem ter percebido. Mas se for pelas empresas de tecnologia, é provável que você vá passar mais tempo em conversa com um robô em 2016.

E se os robôs de chats avançarem com sucesso em 2016, como é a mídia poderá aproveitar essa nova tecnologia?

Os robôs (ou bots) são serviços online programados para tomar medidas ou dar respostas automatizadas com base em comentários ou perguntas que um usuário envia a eles. Essas respostas podem ser muito simples, como verificar o tempo perto de você ou fornecer o horário do ônibus.

Mas, recentemente, as empresas de tecnologia começaram a lançar bots de bate-papo mais complicados que interagem com serviços e são infundidos com tecnologia de inteligência artificial (AI, em inglês) para fazê-los agir de uma forma mais natural que as pessoas se sintam como se estivessem falando com uma pessoa ao invés de um robô.

Serviços como Telegram e Slack têm ferramentas que permitem aos desenvolvedores criar bots ou aplicativos de conversa dentro das plataformas, enquanto que companhias como Layer, Viv, Wit, Intercom e Howdy apareceram para tornar mais fácil adicionar interfaces conversacionais a qualquer serviço, muitas fezes usando técnicas de inteligência artificial e linguagem natural processando as respostas automatizadas ao usuários. 

Outros como Operator, Luka, First Opinion, Magic e Assist criaram serviços pagos usando interfaces conversacionais ou de chat em que o usuário envia uma mensagem de texto ao serviço ou chat em seus aplicativos para ajudar com qualquer coisa, por exemplo, de falar com um médico a consultar um terapeuta a fazer uma reserva num restaurante ou outras tarefas pessoais. 

Enquanto isso, o Facebook está testando M, o seu “assistente pessoal digital”, que fica na plataforma do Messenger, para ajudar o usuário com uma variedade de tarefas e é “alimentado por inteligência artificial treinada e supervisionada por gente".

Este ano vai o Facebook vai expandir a plataforma Messenger para que mais desenvolvedores possam criar serviços como a plataforma de trasnporte que o Facebook recentemente lançou com o Uber.

O ano de 2016 também deve ter o lançamento do novo serviço de mensagens do Google, com alguns desenvolvedores especulando se o iMessage da Apple também pode se tornar uma plataforma.

Então, grandes jogadores de tecnologia estão apostando em interfaces conversacionais para ser a maneira como os usuários acharão mais fácil interagir com os seus serviços. Ao fazer isso, essas empresas estão ansiosas para emular o sucesso do WeChat, da China, um "applicativo de comunicações do tipo tudo em um lugar só", que teve 650 milhões de usuários ativos mensais no final de 2015.

Em seu artigo “Futures of text (Futuros do texto), Jonathan Libov escreve que "as interações de conversação com base em texto são liberadores em sua familiaridade" e há muitos outros que concordam que mensagens-como-interface podem causar um grande impacto sobre a forma como usar a tecnologia em 2016. Assim, como a ascensão de bots e serviços de chat de conversação podem ter um impacto sobre a mídia e os hábitos de mobile do público?

A maioria dos editores já está achando cada vez mais difícil alcançar confiavelmente leitores móveis sem publicidade ou trabalhar em estreita colaboração com os novos gatekeepers que administram as plataformas de mensagens ou de mídia social, que são os aplicativos mais utilizados pela maioria dos usuários móveis conectados à internet. Enquanto essas plataformas incorporam mais e mais serviços para suas interfaces de conversa, há um perigo de que muitas empresas de mídia vão sofrer uma queda no número de leitores de dispositivos móveis a menos que possam responder, tornando seu conteúdo disponível através das mesmas plataformas.

O ano de 2015 viu a mídia realizar algumas experiências com plataformas de aplicativos de bate-papo como WhatsAppLine ou Slack para testar maneiras de chegar a novos públicos. Mas muitos sofreram desafios em escalar os esforços manuais necessários para fazer estas plataformas funcionarem em favor dos editores. O Guia do Centro Tow para Aplicativos de Conversas por Trushar Barot e Eytan Oren dá uma boa visão de alguns desses esforços.

Jornalistas não devem deixar esses desafios detê-los. Como Barot e Oren notam, há grandes oportunidades nestas novas plataformas de mídia social para melhorar as maneiras como eles verificam notícias de testemunhas oculares, coletam conteúdo gerado pelo usuário e se envolvem com seu público. Mas 2016 terá que ter muito mais experimentação para garantir que empresas de mídia não fiquem de fora da conversa.

Imagem principal sob licença CC do Traveller_40