Quando o furacão Irene passou pelo leste dos Estados Unidos, o New York Times usou a oportunidade para lançar seu novo feed de Twitter para a cobertura ao vivo de notícias de última hora.
O Twitter feed, chamado @NYTLive, foi projetado para fornecer um espaço separado para os editores tuitarem notícias ao vivo - sem sobrecarregar a conta principal do Times. Ele só é ativado durante eventos principais de notícias, como o furacão. Desde sua estréia no final de agosto, a nova conta já atingiu 25 mil seguidores.
A IJNet conversou com Liz Heron, editora de mídia social do New York Times, sobre a disseminação de grandes notícias, os perigos em retuitar e o futuro do feed.
IJNet: Como funciona o novo feed de Twitter?
LH: O @NYTLive se destina a ser ativado durante os eventos principais de notícias urgentes que inspiram o apetite para muitas atualizações adicionais. É também uma ferramenta para destacar reportagens em tempo real e conversa -- dentro e fora do New York Times -- sobre um evento importante que está dominando o Twitter.
Finalmente, é um recurso para envolver usuários e convidá-los a participar da nossa cobertura, enviando reportagens e impressões sobre a matéria. Difere da conta principal @nytimes, porque é ativa somente durante grandes eventos, e não todos os dias, e irá se concentrar em um determinado momento em apenas um assunto.
IJNet: Por que o jornal decidiu criar um feed de notícias urgentes?
LH: Lançamos o @NYTLive para resolver o problema de como cobrir um acontecimento grande abrangente sem inundar os seguidores da nossa conta principal.
Nem todos os seguidores do New York Times no Twitter vão querer atualizações a cada minuto sobre um furacão afetando a costa leste dos Estados Unidos. Para aqueles que querem, oferecemos o @NYTLive.
IJNet: Quem escreve os tuites e qual é a sua frequência?
LH: Dividimos as tarefas entre quatro editores: eu, a editora de mídia social Lexi Mainland, a vice-editora interativa Sasha Koren e o editor executivo assistente Jim Roberts.
Buscamos enviar atualizações frequentes entre de 6hs da manhã e 1h da manhã. Nossos tuites também são complementados pelo @NYTMetro, mantido durante o fim de semana pelo vice-editor da editoria Clifford Levy.
IJNet: Qual tem sido a resposta dos usuários até agora?
LH: A resposta do usuário do @NYTLive foi predominantemente positiva. As pessoas nos disseram que contaram com o feed para ter uma perspectiva geral da notícia que estavam seguindo a cada minuto. Dentro de dois dias, mais de 22.000 pessoas acompanharam a conta.
As únicas informações negativas foram que, para aqueles que já estavam seguindo alguns dos nossos jornalistas e fontes no Twitter, alguns dos nossos retuites pareciam duplicação. Por este motivo, rapidamente passamos a usar a função "nativo" do Twitter para retuitar, que, para evitar a duplicação, apenas destaca um retuite para os usuários que ainda não seguem a fonte original.
IJNet: Como você vê o futuro dos feeds pós-furacão Irene?
LH: Imaginamos que seguidores da conta se correrão para ele e longe dele, dependendo da notícia que estamos cobrindo. Pessoas que estão acompanhando de perto a notícia de um furacão não devem ser as mesmas pessoas que seguirão um evento internacional importante no Oriente Médio.
Da próxima vez, esperamos também concentrar mais nossos esforços em fazer crowd-sourcing das testemunhas oculares das notícias. Mas o principal objetivo permanecerá o mesmo: Oferecer informação de alto valor e abrangente sobre uma notícia em movimento, usando todas as boas fontes disponíveis para nós no Twitter e em outros lugares.
Foto por NASA Goddard, usado com CC-license