De eventos climáticos extremos e conflitos armados a eleições importantes e outros assuntos, jornalistas podem se sentir sobrecarregados pela grande quantidade de pautas que demandam cobertura. Mesmo com sólidas habilidades de gerenciamento, repórteres podem frequentemente se ver tentando acompanhar o ritmo de eventos significativos à medida que eles se desdobram.
Em um webinar recente do Fórum de Reportagem de Crise do ICFJ, o gestor de comunidade Paul Adepoju discutiu como jornalistas podem tirar proveito de habilidades de organização para serem mais produtivos na cobertura de pautas.
Um ponto de partida útil
Organizar um calendário pessoal de reportagens pode ser um ponto de partida útil para jornalistas que estão atrás de pautas críticas.
Adepoju disse que ele usa o Google Agenda para esse propósito, o qual ele preenche com datas importantes e desdobramentos que podem ser associados às suas matérias. "Ao longo dos anos, pela minha experiência na área, existem alguns sites e organizações internacionais que já têm quase todas essas coisas arrumadas psra você", disse. O calendário de datas e semanas internacionais da ONU inclui datas importantes nas quais a audiência vai estar mais envolvida com certos assuntos.
Adepoju sugere que os jornalistas aproveitem os anos especiais designados pela ONU, como o ano que vem, que será o Ano Internacional da Preservação de Geleiras. A preservação de geleiras é um exemplo de assunto que não é datado, mas que pode ganhar uma tração extra se tiver cobertura jornalística em um ano dedicado à conscientização sobre o tema.
O Dia Internacional da Mulher, o Dia Internacional de Erradicação da Discriminação Racial e o Dia Internacional do Lixo Zero são outras datas criadas pela ONU no mês de março destacadas por Adepoju.
Rastreamento de fontes e informações de apoio
Depois de identificar datas importantes para o calendário de reportagens, jornalistas devem pesquisar fontes a serem contatadas.
As páginas da ONU relativas às datas especiais são úteis para essa tarefa, pois oferecem documentos oficiais que os visitantes podem usar como referência para dar início à sua apuração. Jornalistas podem usar ainda fontes como o Google Scholar bem como estudos e publicações de organizações de credibilidade para materiais adicionais a serem usados na reportagem, disse Adepoju.
Ele também sugeriu que jornalistas adicionem conferências e convenções globais em seus calendários. Por exemplo, em maio a ONU vai realizar o 9º Fórum Multissetorial sobre ciência, tecnologia e inovação para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Atualmente, muitos eventos importantes são transmitidos ao vivo online, proporcionando mais acesso aos repórteres.
Colaboração direta
Adepoju encorajou os jornalistas a fazerem um esforço extra e colaborarem diretamente com organizações internacionais para cobrir eventos importantes. Isso pode ser considerado como uma relação de simbiose entre o repórter e a organização.
"Se você conhece uma organização internacional que vai divulgar um estudo, ela sempre está interessada em falar com jornalistas para ampliar o alcance do material", disse Adepoju.
Um calendário de reportagens não é um recurso estático: ele deve ser um documento ativo que jornalistas usam ao longo do ano. "Ao ter esse sistema implementado, você tem um sistema maleável com o qual pode continuar trabalhando. É um documento vivo, e é um recurso vivo que vai ser atualizado continuamente", disse Adepoju.
Foto por Estée Janssens via Unsplash.
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