Jornalismo significa descobrir fatos, interpretar sua importância e compartilhar essa informação com o público.
Isso é tudo que os jornalistas fazem: encontrar, verificar, enriquecer e divulgar a informação.
Parece fácil, mas lidamos com uma matéria-prima volátil. Tratados sem cuidado, os fatos que descobrimos, apuramos e apresentamos têm o poder de causar mal-entendidos, danos, e podem mudar o curso da história.
É por isso que é essencial aplicar uma verificação sólida dos fatos a todo o nosso jornalismo. Este é o processo que distingue fatos de boatos e fofocas.
A seguir veja uma lista de verificação que todos os jornalistas devem seguir se quiserem desempenhar um papel eficaz na informação do debate público.
1. Você está prevenindo uma verificação completa dos fatos?
O primeiro obstáculo à verificação dos fatos pode ser você mesmo.
Você tem um interesse no tema, ao contrário de um genuíno interesse jornalístico?
Você investigou a situação, porque tem um resultado desejado em mente?
Você está tentando fazer os fatos se encaixarem numa manchete já montada na sua cabeça?
Se assim for, você pode ter comprometido a sua objetividade, o que pode dificultar na produção um artigo de jornalismo que seja estritamente fatual.
Claro que sempre haverá causas queridas ao seu coração, mas isso não deve influenciar o seu trabalho.
2. A regra das duas fontes confiáveis
A maioria das organizações de mídia tem a regra de que todos os fatos devem ser confirmados por duas fontes confiáveis. Muitas vezes, as agências de notícias são contadas como uma única fonte.
O jornalista, então, tem que encontrar uma outra fonte disposta a falar publicamente para verificar a informação. Idealmente, você deve ser capaz de atribuir a informação encontrada à fonte citada.
Às vezes, por razões jurídicas, questões de privacidade ou a probabilidade de perigo, não é aconselhável revelar o nome da fonte. Nesses casos, você precisa ter certeza de que sua fonte é confiável.
Será preciso convencer seu editor que a fonte é legítima e que as informações compartilhadas pela fonte são corretas.
3. Não confie nas agências de notícias, pois podem estar erradas
Algumas organizações de mídia simplesmente copiam e colam artigos de agências. Isso é bom; organizações de mídia pagam um monte de dinheiro pela distribuição de notícias das agências para que possam também tirar o máximo partido delas.
No entanto, as agências às vezes erram e publicam retrações.
Você não vai querer ter que pedir desculpas a seu público por ter copiado e colado cegamente informações não verificadas.
Se fizer isso, você terá decepcionado o seu público e reduzido o prestígio seu e da sua organização nas mentes daqueles que contam com você para obterem informações verificadas e confiáveis.
4. O jornalista pode confiar em quem?
Bem, a verdade é ninguém. O jornalista nunca deve aceitar o que lhe é dito, sem examinar a informação. E deve ter uma visão cética de cada pedaço de informação compartilhada.
5. Notícias urgentes, atribuição e qualificação
Haverá momentos em que você pode quebrar a regra de duas fontes.
Talvez chegue uma notícia de agências que seja evidente que aconteceu e, apesar de não conseguir confirmar a informação, você quer dar a notícia rapidamente. Esta decisão dever ser da equipe editorial sênior.
Nesse tipo de caso, você deve adicionar as palavras "de acordo com as agências" ou algo similar e qualificar a informação, declarando que "nós ainda não conseguimos confirmar os relatos" ou palavras semelhantes.
Contudo, você sempre deve buscar confirmação para grandes notícias, enviando um repórter para o local ou ligando para as pessoas envolvidas.
Para ler o artigo integral (em inglês), clique aqui.
Este artigo foi publicado originalmente no Media Helping Media (MHM). Foi traduzido e publicado pela IJNet com permissão. Media Helping Media é um site de capacitação que dispõe de recursos de mídia gratuitos para jornalistas que trabalham em países em transição e pós-conflito e regiões onde a liberdade de imprensa é ameaçada.
Imagem usada com licença CC, cortesia do Apreche no Flickr.