Ao longo do ano, trouxemos para você um panorama semanal da conversa no Twitter em torno do jornalismo de dados. Mas nesta semana, reunimos o que a comunidade global de jornalismo de dados mais tuitou durante todo o ano de 2019. Abaixo, você encontrará links para reportagens do Brasil, Alemanha, Suíça, Reino Unido, Estados Unidos e outros países.
Entre os destaques, nosso mapeamento do NodeXL #ddj entre 1º de janeiro e 17 de dezembro mostra Ben Casselman, do New York Times, lembrando que, apesar de todos os avanços no jornalismo de dados, os dados não são a história — as pessoas são. Também achamos a Al Jazeera analisando as principais questões votadas na Assembleia Geral das Nações Unidas ao longo de sete décadas. O Süddeutsche Zeitung provou com dados que a literatura infantil está repleta de estereótipos de gênero e o Datajournalism.com fornece um fluxo constante de recursos.
Dados não são a história, as pessoas são
Ben Casselman, repórter de economia do New York Times, usa a linguagem de programação R, trabalha com vastos conjuntos de dados, faz gráficos e organiza dados em planilhas — e, no entanto, ele diz que o aparelho de tecnologia mais importante em sua mesa é o telefone fixo. Isso ocorre porque, explica ele, “as melhores histórias quase sempre surgem da conversa com as pessoas, sejam elas especialistas ou apenas pessoas comuns afetadas pelos problemas sobre os quais escrevemos”.
"At the end of the day, data isn’t the story; people are the story."
— Ben Casselman (@bencasselman) November 13, 2019
Why, for all my love of data and code, my landline phone is still the most important piece of tech I use:https://t.co/loZPhU9B1B
Questões-chave na ONU
Todo mês de setembro, líderes em todo o mundo se reúnem na Assembleia Geral das Nações Unidas para examinar os maiores problemas que o planeta enfrenta. Para entender as principais questões debatidas e votadas pelos estados membros da ONU ao longo das décadas, a Al Jazeera Labs analisou os padrões de votação de 1946 a 2018. Leia aqui sobre o processo deles.
How has your country voted at the UN historically?
— Al Jazeera English (@AJEnglish) September 23, 2019
We analysed 6,112 votes from 1946 to 2018, exploring the biggest issues facing the planet and how they evolved.
Find out more: https://t.co/wh777wfy1c pic.twitter.com/okEaiRFPDv
Piratas para meninos, princesas para meninas?
Uma análise de dados surpreendente sobre os livros infantis realizada pelo Süddeutsche Zeitung revela que estão cheios de estereótipos de gênero. Palavras-chave como princesa, magia, arco-íris e unicórnio foram normalmente encontradas em livros para meninas, enquanto os livros para meninos tinham palavras-chave como tesouro, capitão e aventura. Na maioria das vezes, os protagonistas masculinos nos livros tinham mais relação com "viajar", enquanto as protagonistas estavam vinculadas com "se apaixonar". (Em alemão)
Really cool project by @cutterkom, @sebitsch, @nachsichtgeraet & @MSchories: Pirates for boys and fairies for girls? A @SZ #ddj investigation of 50k German language children's books identifies enduring stereotypes around gender -> https://t.co/waSun3o0ZT
— Daniele Palumbo (@Danict89) January 23, 2019
Jornalismo de código aberto
O jornalismo de código aberto pode ser o melhor antídoto para a manipulação da informação: a transparência de seus autores mostrando seu trabalho durante cada etapa do processo investigativo ajuda a ganhar a confiança dos leitores. O New York Times destaca o Bellingcat, um site de notícias investigativas que utiliza técnicas de código aberto.
A great story on an important point: journalism isn’t some mystical magic and doesn’t always require access & stealth sources. Quite often, the best journalism can be done by just studying the fine print & the arcane data that’s right there in front of us. https://t.co/iILn2wGRl6
— David Sirota (@davidsirota) December 2, 2019
Recursos de dados
Quer vencer seu medo de matemática, números e dados, além de adquirir novas habilidades em dados? O Datajournalism.com é um recurso regular de análise de jornalismo de dados, cursos online e discussões da comunidade para jornalistas de dados aspirantes e experientes. Seus editores também estão finalizando o manuscrito do segundo "Data Journalism Handbook", e agradecem o feedback aqui sobre como a comunidade usou o manual até agora.
Data remains a big priority for our programming, and I'm keen to make sure we are capturing all trends, and serving all interests & audiences, with our 2020 plans for https://t.co/gLrnISEfHh. #ddj @datajournalism #dataviz #datajournalism
— Adam Thomas (@datatheism) October 18, 2019
Como os gráficos mentem
Os jornalistas certamente adoram brindes como esta prévia de outubro de "How How Charts Lie", o último livro do especialista em visualização de dados Alberto Cairo. Na introdução do livro, Cairo rapidamente mergulha para dissecar como é enganoso um gráfico de "Cidadãos por Trump" mostrando que a maioria dos cidadãos votou em Trump. O livro já está disponível nas lojas.
'How Charts Lie' is already available in the U.S.
— Alberto Cairo (@AlbertoCairo) October 15, 2019
Read the first 20+ pages for free https://t.co/Z2QAd5yG2t
To order:
• IndieBound https://t.co/ixdivyNKgb
• Barnes&Noble https://t.co/faVI3Q1967
• Amazon https://t.co/Fb2i8QspRU#HowChartsLie #DataViz #infographics #ddj
Tutorial de mapa bivariado
Angelo Zehr, do SRF Data, analisou as diferenças salariais na Suíça e criou um mapa interativo mostrando a distribuição de renda em cada comunidade. Com base neste mapa, Timo Grossenbacher trabalhou com Zehr para produzir um tutorial sobre a criação de mapas temáticos bivariados (com duas variáveis) com R.
How to make a (bivariate) choropleth map in #RStats – new tutorial by @angelozehr and me: https://t.co/bWqbIv562E #ddj #rddj pic.twitter.com/A6elvGZwuJ
— Timo Grossenbacher (@grssnbchr) April 19, 2019
Crie gráficos. Rápido.
Este ano, o Financial Times lançou o FastCharts, um criador de gráficos mais simples do que o Excel ou Google Sheets. A ideia de criar essa ferramenta para a redação surgiu quando o FT percebeu que demorava muito tempo para criar um gráfico simples para a web e seu equivalente no impresso.
Exciting #dataviz news!
— John Burn-Murdoch (@jburnmurdoch) March 5, 2019
We’ve just soft-launched a public version of the @FT’s in-house, in-browser charting tool, FastCharts™
Head to https://t.co/wpIMSZ12uL to use it, and leave any suggestions in the feedback form
Here’s a GIF showing how to make a chart in under a minute: pic.twitter.com/d9j3LYArtK
Quanto estão mais quentes as cidades alemãs?
A Alemanha está ficando significativamente mais quente como resultado das mudanças climáticas. O Zeit Online criou um interativo para mostrar aos alemães o quanto a temperatura em sua própria comunidade aumentou nos últimos 137 anos.
Hier könnt ihr sehen, um wie viel wärmer eure Stadt geworden ist in den letzten Jahren: https://t.co/n2wvdQpKvu
— Rico Grimm (@gri_mm) December 14, 2019
Dados abertos no Brasil
O Brasil.io obtém dados públicos, os estrutura adequadamente e disponibiliza ao público para uso. Coordenada por Álvaro Justen, a plataforma possui dados sobre as eleições no Brasil, salários dos magistrados, gastos diretos do governo federal e muito mais.
Esse aqui é um dos caras que mais admiro de todo o movimento open data, pelo trabalho e pela pessoa incrível que é. Parabéns pelo https://t.co/R6jcdabatM! Vida longa a esse e a todos os outros projetos, Turicas 💜 https://t.co/rMoU4clwPq
— Natália Mazotte (@NataliaMazotte) April 19, 2019
Este artigo foi publicado originalmente na Global Investigative Journalism Network (GIJN) e reproduzido na IJNet com permissão.
Este artigo foi criado com ajuda de Marc Smith, da Connected Action, que reuniu os links e fez os gráficos. A lista dos dez primeiros #dj é organizada semanalmente.
Eunice Au é coordenadora de programas da GIJN. Anteriormente, ela foi correspondente na Malásia para o Straits Times da Cingapura e jornalista do New Straits Times.. Ela também escreveu para The Sun, Malaysian Today e Madam Chair.