Cerca de 3.000 pessoas vivem em um arquipélago próximo à Antártida que já foi centro de uma guerra entre Argentina e Inglaterra.
Chamadas Ilhas Malvinas (em inglês, Ilhas Falkland), ficam no Oceano Atlântico a cerca de 300 milhas da costa da América do Sul. Em vários momentos, as ilhas foram reivindicadas pelos franceses, espanhóis e, atualmente, britânicos.
Em 1982, as ilhas foram invadidas pela Argentina e ainda são contestadas veementemente pelo país.
Os "Kelpers", como os habitantes das ilhas britânicas são conhecidos, estão isolados, mas têm muitas histórias para contar. Toda quinta-feira, o Penguin News destaca acontecimentos locais.
A IJNet entrevistou a editora Lisa Watson sobre como ela cobre um lugar onde todos se conhecem e como a mídia social desempenha um papel vital na sua comunicação.
IJNet: Que tipo de notícias você cobre?
Lisa Watson: Quaisquer notícias relativas às Ilhas Falkland, desde casamentos e eventos locais à política, notícias de turismo, pesca e agricultura. Nós não incluímos notícias internacionais em geral, porque os habitantes têm acesso a TV/Internet.
IJNet: Qual é a dificuldade em cobrir notícias em um lugar onde todos se conhecem?
LW: É muito provável que nos leve a um grau mais elevado de autorregulação do que em jornais que fornecem notícias para uma comunidade maior. No entanto, baseamos muito [a cobertura] nos fatos e evitamos o sensacionalismo. Ao mesmo tempo, nós vemos nosso papel como desafiar o Governo das Ilhas Falkland quando sentimos a necessidade, pois o governo das Ilhas não tem um partido de "oposição" para realizar esse papel.
IJNet: Qual é a chave para fazer um jornal local sustentável?
LW: É o equilíbrio de fornecer cobertura leve de eventos locais e garantir que nada se perca. Nós assistimos às reuniões do governo, reuniões públicas e tentamos incluir artigos sobre todos os aspectos das indústrias principais a cada semana.
IJNet: Que tipo de feedback que você recebe da comunidade?
LW: O Penguin News é muito importante para a comunidade -- muitas vezes se os leitores já ouviram várias versões de uma história ou boato, eles reservam seu julgamento até que ouçam a nossa versão (factual). Serve também como documento histórico registrando a vida diária nas ilhas.
No entanto, por se o único jornal das ilhas que temos que servir um público diversificado -- aquelas que não gostam de política podem reclamar que há "política demais", mas o leitor que aprecia o lado mais sério pode se queixar que "não é suficiente". É um equilíbrio delicado.
IJNet: Você usa com frequência o Twitter para se conectar com os leitores e recomendar as ilhas como destino turístico. Como se encaixa no jornal?
LW: Uso o Twitter como uma ferramenta de trabalho para direcionar as pessoas ao nosso site. Sites de redes sociais são uma excelente forma de passar as nossas notícias além das ilhas e alcançar gente de verdade.
É útil para compreenderem o nosso modo de vida e os problemas que enfrentamos, mas também compreenderem que temos nossa própria identidade como uma população. Nós não somos um pedaço de Inglaterra imperialista como a Argentina tenta nos retratar. Nós temos nossa própria cultura, o nosso próprio governo eleito e nós fazemos o nosso próprio caminho.