Imagine um meio de comunicação que sabe exatamente o que o seu público está fazendo e pensando, quais as notícias que querem no momento preciso e exatamente como querem digerir essa informação.
Dirigindo de volta para a casa depois de um longo dia de reuniões de trabalho? Aqui está um podcast de notícias do dia para se atualizar. Pegou um trem para uma viagem demorada e está com vontade de ler? Que tal uma ou duas reportagens de formato longo para sua viagem? Correndo em alta velocidade na esteira da academia? Assista a este documentário animado.
De acordo com a consultora de mídia digital e bolsista visitante do Niemen Fellowship, Amy Webb, assim será o futuro e as organizações de notícias devem embarcar nessa. Nos últimos anos, as agências de notícias têm focado no design responsivo, ou entrega de notícias apropriadas para vários dispositivos, mas que não respondem às necessidades do consumidor, Webb disse em um artigo recente para o Nieman Lab.
"Os consumidores --e não os seus dispositivos-- devem ser o foco de qualquer estratégia de conteúdo em 2015", disse ela.
Se isso soa como uma coisa radical de atingir, considere isto: Os nossos dispositivos móveis já estão equipados com tecnologia útil, como um acelerômetro, que detecta movimento e velocidade para acompanhar o movimento e orientação de um dispositivo eletrônico, e um giroscópio, que utiliza a gravidade da Terra para ajudar a determinar a orientação. E muitos dos aplicativos que já utilizamos conhecem os nossos locais de residência e trabalho. Essa informação pode começar a preencher os buracos para veículos de notícias que querem aprender sobre o seu público para personalizar a notícia.
Agora, como o ecossistema de notícias e informação continua a crescer e se expandir, o público é a grande preocupação para os executivos de notícias, que estão vendo a sua importância para a viabilidade futura das agências de notícias.
"Eu acho que as organizações de notícias estão muito preocupadas com a estabilidade financeira, e audiência é uma parte importante disso", Amy disse recentemente à IJNet. "Meu conceito [distribuição de notícias com consciência sobre o contexto e consumidor] definitivamente tem sido discutido entre os executivos de notícias, mas requer pensar sobre a distribuição de uma forma muito diferente. A importância do público é compreendida por eles."
Para começar, Amy disse que "curadoria algorítmica" é uma boa solução, de baixo custo para as redações --essencialmente, a criação de uma única matéria com variantes que, em seguida, é distribuída em diferentes formas e, possivelmente, en idiomas diferentes, dependendo da situação.
Como uma única reportagem pode parecer e mudar, ela disse que, se uma pessoa está: "de pé na fila no Starbucks, de repente com raiva por causa de um post no Facebook, correndo na esteira na academia, em um tempo de inatividade de cinco minutos entre reuniões, prestando atenção no que muitas pessoas estão tuitando ou em um trajeto de carro à noite."
Mas indo além, o item que é entregue ao consumidor também poderia levar em conta outros fatores ainda mais profundos, por exemplo, se é sua primeira vez olhando o tema, a hora do dia, a quantidade de tempo que o consumidor tem disponível, se está se movimentando rapidamente ou lentamente, e a lista continua.
De acordo com Amy, a "modelagem preditiva" do assistente pessoal Google Now já está fazendo isso. O Google puxa os dados de serviços como o Google Calendar e Gmail em um só lugar, sabendo onde você mora, trabalha e viagens, além de seus "gostos e desgostos detalhados", tais como música, esportes e programas de TV que você está interessado.
"Já que o telefone sabe seus comportamentos e localização física, o Google Now é capaz de enviar informações hiperpersonalizada para você antes de você perceber que precisa delas", disse ela --de alertas meteorológicos e condições de tráfego, ao horário da sessões do filme que você está morrendo de vontade de ver.
O Google Now recentemente integrou 40 plataformas, como o Airbnb e Ford Sync, em suas principais ofertas.
Claramente, a maioria das redações não tem os mesmos recursos que o Google. Mas os desafios para as redações estão longe de ser insuperáveis, disse Amy.
"Vai levar tempo, dinheiro e sistemas de gerenciamento de conteúdo atualizados, mas esta é uma estratégia que está ao alcance de organizações de notícias", disse ela. "É uma questão de tomar a decisão de se concentrar no público e daí alocar recursos para atendê-lo."
Imagem cortesia de Bent Kure no Flickr sob licença Creative Commons