Quando acontece uma notícia, os repórteres se esforçam para encontrar fontes em lugares remotos. Apesar das redes sociais muitas vezes ajudarem o jornalista a encontrar informações importantes, pode ser difícil encontrar o sinal do ruído.
É nesse momento que as ferramentas de geolocalização podem fazer diferença, diz Mark S. Luckie, gerente de conteúdo criativo de jornalismo para o o Twitter. Luckie, autor do Digital Journalist's Handbook, compartilhou dicas com jornalistas na conferência do Investigative Reporters and Editors (IRE), em San Antonio, Texas, onde ele participou de um painel sobre o poder das mídias sociais.
A geolocalização no Twitter é um recurso opcional que pode ser ativado na seção de configuração. Embora o percentual de pessoas que ativam essa função não seja muito alto, Luckie acredita que ainda assim pode ser útil. O Twitter agora permite procurar os tuites por localização e você pode até limitar os resultados da pesquisa a uma área geográfica específica. Isso é algo que uma simples busca por palavra-chave não pode garantir.
Luckie recomenda aos jornalistas que desejam pesquisar geograficamente usar o TweetDeck para área de trabalho, ao invés da versão Web do Twitter. O TweetDeck também oferece uma pesquisa avançada mais sofisticada do que a versão Web e permite pesquisar não só pela localização, mas filtrar por imagens, vídeo, usuários verificados ou número de retuitea
Ele recomenda a combinação de uma pesquisa geográfica com uma pesquisa por palavra. Você pode usar comandos como "near (perto de): localização" (por exemplo, perto de: San Antonio) para encontrar os tuites em uma cidade específica ou "within (dentro de): x kms" (por exemplo, dentro de: 10 km) para cobrir uma determinada área geográfica. Para maior precisão, Luckie sugere combinar estes comandos com uma hashtag.
Os jornalistas podem usar o recurso para apresentar uma matéria geograficamente, como fez John D. Sutter da CNN em uma reportagem sobre as consequências de um forte tornado em maio no estado de Oklahoma. Sutter permitiu a localização em seu telefone e tuitou fotos e trechos de entrevistas de quando ele trilhou o caminho de 17 quilômetros que o tornado havia tomado. Ao seguir a matéria que ele escreveu depois de sua caminhada, os tuites, fotos e pontos de mapa aparecem em cada parada que ele fez ao longo do caminho.
Outro exemplo: A revista Atlantic usou geolocalização para mostrar a influência crucial dos tuites durante os recentes protestos na Turquia e quão rápido essas mensagens viajaram o mundo.
Gabriela Manuli é uma jornalista freelance argentina e editora da IJNet em Espanhol. Ela fez mestrado em políticas públicas e mídia na Central European University.
_Imagem do mapeamento de tuites durante o protesto turco_