Quem nunca perdeu horas preciosas transcrevendo entrevistas? Um novo aplicativo, produzido por uma equipe da Universidade do Missouri, quer tornar essa tarefa chata uma coisa do passado.
Lançado para o IOS e o Apple Watch em 6 de outubro, o Recordly combina uma ferramenta de transcrição instantânea com recursos de gravação. Com o aplicativo, os jornalistas podem gravar entrevistas em seu telefone
, controlar a gravação com o Apple Watch se quiserem e receber transcrições em minutos.
Com base na plataforma de inteligência artificial Watson da IBM, o aplicativo oferece uma alternativa mais barata e em tempo real a outros métodos de transcrição, como serviços de transcrição, aplicativos baseados em anotações (em média US$15/hora) e transcrições manuais.
Qualquer pessoa pode testar o Recordly de graça. Após a primeira hora de gravação, o aplicativo cobra US$2 por hora de áudio transcrito.
O Recordly é fácil de usar. Com um toque, jornalistas podem gravar uma entrevista, destacar e marcar passagens importantes, editar seus rascunhos e enviar a transcrição para seus editores, bem como compartilhar trechos da transcrição nas mídias sociais. A integração com o Apple Watch permite que repórteres deixem seus telefones no pódio de uma conferência, por exemplo, e controlem a gravação da audiência.
O app foi vencedor de uma competição estudantil do Instituto Reynolds de Jornalismo em 2016, que reuniu estudantes de diferentes áreas para criar ferramentas de jornalismo inovadoras.
A equipe do Recordly é formada pelo CEO John Gillis, estudante de engenharia informática dos Estados Unidos e as recém-graduadas em jornalismo Anna Maikova, da Rússia, Yaryna Mykhyalyshyn, da Ucrânia e Sintia Radu, da Romênia.
Eles se conheceram no evento inicial da competição. "Lá, vimos como cada um de nós tinha habilidades complementares e, juntos, tivemos a ideia com base no nosso trabalho passado em jornalismo", disse John. O produto levou vários meses a ser desenvolvido, já que a equipe testou constantemente o seu protótipo - e continua a fazê-lo.
"O maior desafio foi garantir que nosso produto responda melhor aos nossos clientes", disse Sintia. "Os jornalistas são um tipo específico de audiência com um conjunto sofisticado de necessidades, por isso temos feito muito esforço para compreendê-los ... e atender com sucesso às suas necessidades."
Sintia, que trabalha como jornalista há mais de uma década, disse que a transcrição é vista como uma "chateação universal" na mídia. "Todo mundo deseja que alguém faça o trabalho para eles, para que jornalistas e redatores possam se concentrar mais na parte da narrativa", disse ela. "Eu uso o Recordly sempre que eu tenho uma entrevista e isso me economiza uma quantidade de tempo incrível."
No entanto, como em outras plataformas de reconhecimento de fala e de voz, tipo Alexa ou Siri, os sotaques estrangeiros podem ser mal compreendidos e afetar o desempenho do produto.
John explicou que a precisão das transcrições varia dependendo de alguns fatores, principalmente o barulho do ambiente e a qualidade de áudio. "Com uma entrevista normal com boas condições de gravação, a precisão será bem acima de 90 por cento, mesmo com um sotaque", ele afirmou.
Atualmente, o Recordly está disponível apenas em inglês nos Estados Unidos através da Apple App Store. Mas a equipe multinacional está ansiosa para expandir internacionalmente nos próximos meses e começar a apoiar idiomas adicionais como o chinês mandarim e o espanhol.
"Somos uma empresa centrada no usuário, então iremos para onde quer que nossos usuários pedirem", disse John.
Para um futuro próximo, a equipe também está trabalhando para adicionar gravação de chamadas telefônicas e planeja levar o Recordly para versões de desktop e Android.
Imagem de captura de tela da página do Recordly no Facebook. Imagem secundária da equipe Recordly da esquerda para a direita: Anna Maikova, Sintia Radu,Yaryna Mykhyalyshyn e John Gillis.