AbreLatam, uma não-conferência organizada no ano passado no Uruguai, reúne praticantes de dados abertos para compartilhar práticas, lições e experiências do dia-a-dia.
Este ano, o AbreLatam na Cidade do México abordou as complexidades que a comunidade em crescimento enfrenta em toda a América Latina. Eu foi organizador líder do AbreLatam, como parte da minha bolsa Knight do ICFJ.
O AbreLatam reuniu 200 especialistas da sociedade civil, jornalismo, governo, ativismo e tecnologia que obtiveram colaboração pública para criar a agenda para discutir as questões mais relevantes em 60 sessões durante o evento no dia 30 de setembro. Nós abordadamos questões complexas, incluindo como o governo e os parceiros da sociedade civil devem promover políticas de dados abertos; o papel dos jornalistas, grupos da sociedade civil e ativistas; e a importância de infomediários em tornar a informação complexa relevante para uma base maior de usuários.
Compartilhando conhecimentos entre as disciplinas
Os profissionais que executam projetos de dados em prestação de contas, contação de histórias, visualização, ensino, economia e jornalismo também compartilharam seus conhecimentos e experiência em profundidade. Os grupos discutiram sobre como diferentes projetos em toda a região estão gerindo o uso de dados na indústria extrativa, defesa dos direitos humanos, educação, violência, privacidade e financiamento dos partidos políticos, entre outras questões preocupantes que comumente afetam a América Latina. E, os tecnólogos dedicaram um tempo para falar sobre normas comuns, metodologias e plataformas de dados abertos em toda a região.
Engajamento e participação orientada a dados
Muitos grupos estão construindo ativamente relações formais e informais com o objetivo de abrir dados públicos e atuar como infomediários para que as pessoas comuns possam se tornar consumidores de dados. Muitos participantes compartilharam o que está funcionando para eles localmente, e os grupos refletiram cuidadosamente sobre as complexidades que surgem nas relações de trabalho entre governo e sociedade civil, técnicos e jornalistas, e infomediários e cidadãos comuns.
Uma região, muitas realidades
A América Latina como região tem muitas realidades diferentes em termos de transparência, prestação de contas e participação cidadã. Indivíduos que lideram agendas de governo aberto, abertura legislativa e cidades abertas compartilharam desafios e lições políticas, tecnológica e de engajamento dos cidadãos. Isso fortaleceu laços regionais e lançou luz sobre os desafios no horizonte para aqueles que estão iniciando esforços similares em outros países e cidades.
Lições-chave
No final, estas foram as principais lições do evento que, eu acredito, devem ser compartilhadas com as comunidades de usuários de dados na América Latina:
- Ainda não há um livro ou varinha mágica para abertura e utilização de dados nos países em desenvolvimento, então conversas horizontais como estas são espaços ideais em que praticantes podem aprender com experiências comuns e replicar as lições aprendidas.
- Os dados são recursos para todos, então os dados abertos devem continuar a abrir legiões des praticantes. Devemos evitar sempre ter reuniões de dados abertos com o pessoal de sempre.
- O movimento de dados abertos deve ser multidisciplinar. Como os dados são utilizados por diferentes grupos de toda a região, mais esforços devem ser feitos para reunir técnicos, jornalistas, analistas de dados, grupos da sociedade civil e ativistas em projetos práticos e espaços para compartilhar ps conhecimentos.
- A América Latina está vivendo um momento vibrante em que alguns governos adotaram a abertura como um discurso. Ao trabalhar em conjunto, jornalistas, tecnólogos, governos, sociedade civil e outros grupos podem explorar o potencial dos dados abertos para causar impacto.
O AbreLatam 2014 é agora um marco para usuários e defensores de dados da América Latina. Nunca houve um evento em que tantos e diversos praticantes de dados tivessem um terreno comum para compartilhar e aprender uns com os outros. Como previsto, muitas colaborações e abordagens mais afiadas sobre a abertura e utilização de dados irão surgir daqui, mas, mais importante, o AbreLatam 2014 deixou muito claro que os latino-americanos estão trazendo coletivamente inovação e mudança orientada por dados.