6 perguntas que jornalistas deveriam fazer ao avaliar um boato

por Craig Silverman
Oct 30, 2018 em Combate à desinformação

O artigo seguir foi extraído do relatório Lies, Damn Lies and Viral Content: How News Websites Spread (and Debunk) Online Rumors, Unverified Claims and Misinformation", escrito por Craig Silverman, bolsista do Centro Tow para Jornalismo Digital na Universidade de Columbia. Faça o download do relatório completo aqui (em inglês).

Aqui estão seis perguntas que jornalistas devem fazer ao avaliar um boato.

1. Qual é a fonte/evidência?

Quem é a fonte original dizendo/compartilhando a informação, e o que eles têm para apoiar a informação? Este é o elemento mais essencial. Uma das maneiras mais fáceis de evitar fazer parte de uma cadeia de propagação duvidosa é gastar alguns minutos e procurar/ler de perto para ver onde o boato ou alegação originou. Não destaque um boato, a menos que você tenha localizado e avaliado a fonte original e suas provas.

Jornalistas especialistas em verificar o conteúdo gerado pelo usuário e investigar as origens de histórias virais geralmente expressam choque e consternação com a facilidade com que seus colegas perdem sinais duvidosos ou não fazem alguns testes básicos para um item de conteúdo. Para saber mais sobre como fazer isso, eu sugiro o Verification Handbook gratuito. (Observação: Eu editei o guia.)

2. Qual é a história?

Quem são as pessoas e entidades envolvidas no boato e sua propagação? O que isso lhe diz sobre a sua veracidade e os agentes envolvidos?

3. Quem mais está dizendo isso?

As organizações de notícias e pessoas de confiança estão dizendo a mesma coisa? Estão questionando a informação?

4. Que necessidade vai preencher?

Rumores preenchem uma necessidade e cumprem uma função. Por que o boato pode estar surgindo agora de um lugar ou grupo de pessoas? Tenha em mente que os boatos surgem em situações caracterizadas pela incerteza, a falta de informações consistentes, ou como resultado de emoções como medo, nojo, tristeza, ou esperança e desejo.

5. Qual é a motivação?

Considere os motivos do(s) propagador(es). É uma propagação levada por interesses egoístas, altruístas ou maliciosos? Quem se beneficia com esse boato? Estão envolvidos em sua criação ou propagação?

6. Como é que vamos agregar valor?

Em alguns casos, você pode agregar um valor maior esperando e optando por não dar fôlego a uma alegação. Tire um tempo e veja se você pode ser a pessoa a produzir uma peça chave de evidência a favor ou contra. Se outros já estão propagando um rumor, a oportunidade para capturar o tráfego de apontamento diminui. Tome uma abordagem de mover a história para a frente e você terá mais chances de ser recompensado com o tráfego.

Craig Silverman é o fundador do Emergent.info, um rastreador de boatos em tempo real, e um dos maiores especialistas em erros de mídia, precisão e verificação. Craig é o fundador e editor de Regret the Error, um blog sobre a precisão da mídia e a disciplina de verificação. Ele faz parte do Instituto Poynter para Estudos de Mídia, onde atua como docente adjunto. Craig editou o Verification Handbook a partir do Centro Europeu de Jornalismo, e ajudou a lançar OpenFile, uma startup de notícias locais canadense.

Imagem sob licença CC no Flickr via cicciopizzettaro