Você será perdoado por pensar que este foi um ano difícil para as empresas de mídia social. No entanto, parece que o nosso amor pelas redes sociais continua inabalável.
Em todo o mundo, o uso da mídia social continua a crescer e evoluir. Uma nova pesquisa da GlobalWebIndex sugere que um em cada três minutos gastos online é gasto nas redes sociais; enquanto os dados da comScore descobriram que o uso de redes sociais e aplicativos de mensagens é responsável por mais de um quarto do nosso tempo em dispositivos móveis.
Aqui estão cinco principais descobertas de vários relatórios recentes, que nos ajudam a entender melhor o panorama atual das mídias sociais:
1. Usuários de mídia social em todo o mundo cresceram 13 por cento no ano passado
Segundo dados do We Are Social e Hootsuite, mais de 4 bilhões de pessoas em todo o mundo agora acessam a internet, com as mídias sociais sendo usadas mensalmente por quase 3,2 bilhões delas.
Nathan McDonald, cofundador e CEO do grupo We Are Social, observou ao lançar seu relatório 2018 Global Digital:
“Quase 1 milhão de pessoas começaram a usar as redes sociais pela primeira vez todos os dias no ano passado, o que equivale a mais de 11 novos usuários a cada segundo.
O número global de pessoas que usam mídia social cresceu 13 por cento nos últimos 12 meses, com a Ásia Central e do Sul registrando os ganhos mais rápidos (até 90 por cento e 33 por cento, respectivamente) ”.
A penetração global das mídias sociais é de 42 por cento, contra 53 por cento da internet como um todo, o que sugere que ainda há espaço para crescimento.
2. Nossa experiência em mídia social e digital é cada vez mais móvel
Com nove em cada 10 usuários da mídia social acessando essas redes por meio de dispositivos móveis, é essencial projetar conteúdo para dispositivos portáteis.
Como a Ofcom, reguladora de comunicações do Reino Unido, mostrou no final do ano passado no seu 12º Relatório do Mercado Internacional de Comunicações, mesmo em mercados mais maduros como o Reino Unido, EUA, França e Espanha, muitas das redes sociais mais populares (incluindo Facebook, Instagram e Twitter) tendem a ser acessados via celular, ao invés de desktop.
Por outro lado, o Relatório Global Móvel 2017 da comScore, que analisou 14 mercados (EUA, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Espanha, Argentina, Brasil, México, China, Índia, Indonésia e Malásia) enfatizou a predominância de dispositivos móveis para consumo de mídia.
Além disso, mais de um quarto dos entrevistados foram consumidores de mídia somente para dispositivos móveis, chegando a 70 por cento na Índia.
3. O usuário médio tem oito contas diferentes de mídia social
Assim como organizações de notícias e editores precisam atender a usuários de mídia social em dispositivos móveis, eles também precisam reconhecer --e atender a-- o fato de que os consumidores acessam uma ampla variedade de redes sociais.
Em média, a GlobalWebIndex descobriu que os usuários da internet têm oito contas de mídia social diferentes, quase o dobro do número de contas de cinco anos atrás.
A amplitude de uso foi maior na América Latina (média de 9,1 redes) e menor na América do Norte (média 6,6).
4. Serviços de mensagens estão crescendo mais rapidamente que as redes tradicionais
O novo relatório 2018 Internet Trends de Mary Meeker destacou como aplicativos de mensagens como WhatsApp, WeChat e Facebook Messenger estão crescendo rapidamente, muito mais rapidamente do que plataformas sociais tradicionais como o Instagram e o Twitter.
O potencial dessas plataformas --e a ampla funcionalidade encontrada em serviços como Line, WeChat e KakaoTalk-- foi identificada como uma tendência a ser observada por Meeker em 2015 e novamente um ano depois.
Se você quiser ver onde serviços como o Facebook Messenger ou Snapchat estão indo, então fique de olho nesses aplicativos.
“Essas plataformas com funcionalidades integradas, incluindo comércio eletrônico, chamadas, textos, adesivos e a capacidade de encomendar comida e táxis, oferecem um local único para seus usuários”, escrevi em 2016. “Este UX Sauron-esque ( “Um aplicativo para controlar tudo e todos”) é parte de uma tendência mais ampla que está re-imaginando a comunicação.”
O crescimento de aplicativos de mensagens, especialmente em mercados emergentes, incentivou organizações de notícias como a CNN e a BBC a adotarem essas plataformas. A CNN tem 4,7 milhões de seguidores do aplicativo de mensagens japonês Line, por exemplo, e a BBC estava usando o WhatsApp e o WeChat na Índia já em 2014.
5. 'Stories' [Histórias] estão crescendo ainda mais rapidamente
A esse mix de plataformas de crescimento rápido, precisamos adicionar vídeos sociais, vídeos ao vivo e histórias.
Como Josh Constine do TechCrunch escreveu recentemente:
"As Stories [Histórias] do WhatsApp agora têm mais de 450 milhões de usuários diários. O Instagram tem mais de 300 milhões. O Facebook Messenger teve 70 milhões em setembro. E o Snapchat como um todo atingiu apenas 191 milhões, dos quais cerca de 150 milhões usam Stories, de acordo com o Block Party. Com 970 milhões de contas, é o formato do futuro. O Block Party calcula que Stories cresceram 15 vezes mais rapidamente que os feeds do segundo trimestre de 2016 até o terceiro trimestre de 2017."
Como o Block Party, uma consultoria digital e agência de serviços, observou em seu relatório "Beyond the news feed: why stories are becoming the new face of social media" [Além do news feed: por que histórias estão se tornando a nova face das mídias sociais], as histórias são um formato projetado para a era dos smartphones com câmera embutida, enquanto as origens da tradicional mídia social se originam na era desktop. À medida que o modo como consumimos e postamos nas redes sociais se torna cada vez mais móvel, os formatos de storytelling do tipo "mobile-first" virão cada vez mais à tona.
Seu otimismo para o formato das histórias é compartilhado por outros, incluindo Mark Zuckerberg. "As histórias estão no caminho certo para ultrapassar as postagens nos feeds como a forma mais comum que as pessoas compartilham em todos os aplicativos sociais", ele disse em uma teleconferência trimestral em janeiro. “Isso é porque as histórias são um formato melhor para compartilhar vários clipes de vídeo rápidos ao longo do dia. O crescimento das histórias terá impacto sobre como construímos produtos e pensamos sobre nossos negócios.”
O rápido crescimento das histórias (uma tendência de mídia social sendo rapidamente adotada por marcas, organizações de notícias e indivíduos) é apenas um exemplo de como as redes sociais continuam a evoluir rapidamente.
Acompanhar esses desenvolvimentos é sempre um desafio, mas abre novas possibilidades criativas e editoriais. Organizações de notícias e jornalistas precisam continuar a acompanhar as preferências dos consumidores e fazer experiências com as mídias sociais.
Como as redes sociais em geral, essas tendências são grandes demais para serem ignoradas.