5 tendências globais da mídia social

Oct 30, 2018 em Redes sociais

Você será perdoado por pensar que este foi um ano difícil para as empresas de mídia social. No entanto, parece que o nosso amor pelas redes sociais continua inabalável.

Em todo o mundo, o uso da mídia social continua a crescer e evoluir. Uma nova pesquisa da GlobalWebIndex sugere que um em cada três minutos gastos online é gasto nas redes sociais; enquanto os dados da comScore descobriram que o uso de redes sociais e aplicativos de mensagens é responsável por mais de um quarto do nosso tempo em dispositivos móveis.

Aqui estão cinco principais descobertas de vários relatórios recentes, que nos ajudam a entender melhor o panorama atual das mídias sociais:

1. Usuários de mídia social em todo o mundo cresceram 13 por cento no ano passado

Segundo dados do We Are Social e Hootsuite, mais de 4 bilhões de pessoas em todo o mundo agora acessam a internet, com as mídias sociais sendo usadas mensalmente por quase 3,2 bilhões delas.

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Nathan McDonald, cofundador e CEO do grupo We Are Social, observou ao lançar seu relatório 2018 Global Digital:

“Quase 1 milhão de pessoas começaram a usar as redes sociais pela primeira vez todos os dias no ano passado, o que equivale a mais de 11 novos usuários a cada segundo.

O número global de pessoas que usam mídia social cresceu 13 por cento nos últimos 12 meses, com a Ásia Central e do Sul registrando os ganhos mais rápidos (até 90 por cento e 33 por cento, respectivamente) ”.

A penetração global das mídias sociais é de 42 por cento, contra 53 por cento da internet como um todo, o que sugere que ainda há espaço para crescimento.

2. Nossa experiência em mídia social e digital é cada vez mais móvel

Com nove em cada 10 usuários da mídia social acessando essas redes por meio de dispositivos móveis, é essencial projetar conteúdo para dispositivos portáteis.

Como a Ofcom, reguladora de comunicações do Reino Unido, mostrou no final do ano passado no seu 12º Relatório do Mercado Internacional de Comunicações, mesmo em mercados mais maduros como o Reino Unido, EUA, França e Espanha, muitas das redes sociais mais populares (incluindo Facebook, Instagram e Twitter) tendem a ser acessados via celular, ao invés de desktop.

Por outro lado, o Relatório Global Móvel 2017 da comScore, que analisou 14 mercados (EUA, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Espanha, Argentina, Brasil, México, China, Índia, Indonésia e Malásia) enfatizou a predominância de dispositivos móveis para consumo de mídia.

Além disso, mais de um quarto dos entrevistados foram consumidores de mídia somente para dispositivos móveis, chegando a 70 por cento na Índia.

3. O usuário médio tem oito contas diferentes de mídia social

Assim como organizações de notícias e editores precisam atender a usuários de mídia social em dispositivos móveis, eles também precisam reconhecer --e atender a-- o fato de que os consumidores acessam uma ampla variedade de redes sociais.

Em média, a GlobalWebIndex descobriu que os usuários da internet têm oito contas de mídia social diferentes, quase o dobro do número de contas de cinco anos atrás.

A amplitude de uso foi maior na América Latina (média de 9,1 redes) e menor na América do Norte (média 6,6).

4. Serviços de mensagens estão crescendo mais rapidamente que as redes tradicionais

O novo relatório 2018 Internet Trends de Mary Meeker destacou como aplicativos de mensagens como WhatsApp, WeChat e Facebook Messenger estão crescendo rapidamente, muito mais rapidamente do que plataformas sociais tradicionais como o Instagram e o Twitter.

O potencial dessas plataformas --e a ampla funcionalidade encontrada em serviços como Line,  WeChat e KakaoTalk-- foi identificada como uma tendência a ser observada por Meeker em 2015 e novamente um ano depois.

Se você quiser ver onde serviços como o Facebook Messenger ou Snapchat estão indo, então fique de olho nesses aplicativos.

“Essas plataformas com funcionalidades integradas, incluindo comércio eletrônico, chamadas, textos, adesivos e a capacidade de encomendar comida e táxis, oferecem um local único para seus usuários”, escrevi em 2016. “Este UX Sauron-esque ( “Um aplicativo para controlar tudo e todos”) é parte de uma tendência mais ampla que está re-imaginando a comunicação.”

O crescimento de aplicativos de mensagens, especialmente em mercados emergentes, incentivou organizações de notícias como a CNN e a BBC a adotarem essas plataformas. A CNN tem 4,7 milhões de seguidores do aplicativo de mensagens japonês Line, por exemplo, e a BBC estava usando o WhatsApp e o WeChat na Índia já em 2014.

Monthly active users on selected messaging apps

5. 'Stories' [Histórias] estão crescendo ainda mais rapidamente

A esse mix de plataformas de crescimento rápido, precisamos adicionar vídeos sociais, vídeos ao vivo e histórias.

Como Josh Constine do TechCrunch escreveu recentemente:

"As Stories [Histórias] do WhatsApp agora têm mais de 450 milhões de usuários diários. O Instagram tem mais de 300 milhões. O Facebook Messenger teve 70 milhões em setembro. E o Snapchat como um todo atingiu apenas 191 milhões, dos quais cerca de 150 milhões usam Stories, de acordo com o Block Party. Com 970 milhões de contas, é o formato do futuro. O Block Party calcula que Stories cresceram 15 vezes mais rapidamente que os feeds do segundo trimestre de 2016 até o terceiro trimestre de 2017."

Image source: https://techcrunch.com/wp-content/uploads/2018/05/ezgif-4-1524ee87e4.gif?w=600

 

Como o Block Party, uma consultoria digital e agência de serviços, observou em seu relatório "Beyond the news feed: why stories are becoming the new face of social media" [Além do news feed: por que histórias estão se tornando a nova face das mídias sociais], as histórias são um formato projetado para a era dos smartphones com câmera embutida, enquanto as origens da tradicional mídia social se originam na era desktop. À medida que o modo como consumimos e postamos nas redes sociais se torna cada vez mais móvel, os formatos de storytelling do tipo "mobile-first" virão cada vez mais à tona.

Seu otimismo para o formato das histórias é compartilhado por outros, incluindo Mark Zuckerberg. "As histórias estão no caminho certo para ultrapassar as postagens nos feeds como a forma mais comum que as pessoas compartilham em todos os aplicativos sociais", ele disse em uma teleconferência trimestral em janeiro. “Isso é porque as histórias são um formato melhor para compartilhar vários clipes de vídeo rápidos ao longo do dia. O crescimento das histórias terá impacto sobre como construímos produtos e pensamos sobre nossos negócios.”

O rápido crescimento das histórias (uma tendência de mídia social sendo rapidamente adotada por marcas, organizações de notícias e indivíduos) é apenas um exemplo de como as redes sociais continuam a evoluir rapidamente.

Acompanhar esses desenvolvimentos é sempre um desafio, mas abre novas possibilidades criativas e editoriais. Organizações de notícias e jornalistas precisam continuar a acompanhar as preferências dos consumidores e fazer experiências com as mídias sociais.

Como as redes sociais em geral, essas tendências são grandes demais para serem ignoradas.

Imagem sob licença CC no Pixabay via geralt 


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Jornalista

Damian Radcliffe

Damian Radcliffe é professor de jornalismo na Universidade de Oregon, bolsista do Tow Center for Digital Journalism na Universidade Columbia, pesquisador honorário da Escola de Jornalismo da Universidade de Cardiff e membro da Royal Society for the Encouragement of Arts, Manufactures and Commerce (RSA).