Nos 15 anos desde o lançamento do Facebook, a plataforma de mídia social evoluiu radicalmente. No passado, em 2004, os usuários podiam interagir apenas com postagens escritas, por exemplo. Hoje, usuários podem postar fotos, vídeos, conteúdo ao vivo e até realidade virtual e vídeos em 360 graus.
Na Conferência Excellence in Journalism 2019, em San Antonio, Texas, a jornalista Lynn Walsh descreveu como jornalistas e redações podem usar as ferramentas do Facebook para promover suas reportagens. Aqui estão algumas de suas dicas mais valiosas:
Perfil x Página
Compreender a diferença entre perfis e páginas é útil ao determinar como criar uma presença online. Os perfis podem ter seguidores ilimitados, mas no máximo 5.000 amigos. Já as páginas permitem curtidas ilimitadas. Ao contrário dos perfis, eles fornecem análises para que os usuários possam monitorar engajamento, alcance e demografia. Páginas também permitem que os usuários envolvam os fãs com mensagens e paguem por anúncios para aumentar as postagens.
Quando se trata de privacidade, perfis permitem configurações mais específicas. Oferecem ao usuário a capacidade de bloquear conteúdo para tornar o perfil menos público. No entanto, não permitem que o usuário exclua comentários. Devido a essa liberdade, os usuários da página podem bloquear com mais facilidade palavrões ou outro conteúdo indesejado.
Dependendo da presença do Facebook que você deseja desenvolver como jornalista, essas diferenças podem ser importantes a considerar. O Facebook também permite que os usuários convertam suas contas de um perfil para uma página.
Tags do autor
As tags de autor permitem que as organizações de notícias adicionem "bylines" que se conectam ao perfil ou à página de um autor. Por meio desse link, os leitores podem acessar diretamente as páginas ou perfis de repórteres nos quais estão interessados e seguir ou curtir suas contas públicas.
Implementar tags de autor pode ser extremamente útil para redações que desejam expandir seu público e incentivar o crescimento de seus repórteres. No entanto, requer um nível básico de codificação.
Busca no Facebook
Embora você possa já usar esse recurso, muitos esquecem que podem se aprofundar mais usando a barra de pesquisa avançada. Ao procurar algo, clique em "Ver todos os resultados" para filtrar o conteúdo e torná-lo mais específico.
Os usuários podem classificar por data, grupo, tipo de postagem e local, entre outros filtros. Todos os resultados públicos e disponíveis através de conexões de amigos estarão acessíveis. Walsh observou que a barra de pesquisa avançada é melhor para uso em desktop, pois não é tão fácil de acessar em um telefone.
Grupos de Facebook
Os grupos permitem que jornalistas e redações construam comunidades que podem alimentar conversas e cujos membros podem servir como fontes de matérias. É importante lembrar que não basta criar um grupo e deixá-lo crescer, no entanto. O envolvimento com os usuários e a moderação do grupo tornam possível que a comunidade cresça de uma maneira que seja útil e gerenciável para a redação. Para permitir um crescimento gerenciável, é essencial definir diretrizes e regras da comunidade e aplicá-las se os membros do grupo as violarem.
Ao pensar nos grupos do Facebook, considere também que tipo de grupo beneficiaria mais sua organização. Grupos públicos permitem a participação de qualquer pessoa e podem ser encontrados nos resultados da pesquisa. Grupos fechados também aparecem nas pesquisas, mas exigem que o usuário solicite permissão antes de ingressar. Os grupos podem conceder permissão de várias maneiras, inclusive através de questionários. Se uma organização quer alcançar leitores de uma determinada cidade do estado, por exemplo, pode exigir que os usuários forneçam seus códigos postais no questionário antes de permitir o acesso.
Por fim, se você quer privacidade máxima, pode criar um grupo secreto. Grupos secretos não aparecem nos resultados da pesquisa e os usuários precisam de um link de convite para participar.
Vídeo ao vivo
Segundo o Facebook, vídeos ao vivo recebem seis vezes mais interação do que os vídeos comuns e 10 vezes mais comentários. O conteúdo ao vivo permite imediatismo e interatividade com seu público, algo difícil de alcançar com vídeos comuns. A conexão social e a autenticidade oferecidas pelos vídeos ao vivo significa que os usuários têm mais probabilidade de prestar atenção. Jornalistas e redações devem tirar vantagem disso.
Walsh enfatizou a importância de adicionar uma descrição e localização ao vídeo ao vivo e lembrar de selecionar o público com o qual você deseja compartilhá-lo. Testar a conectividade antes de entrar no ar também é importante. Você pode fazer isso transmitindo ao vivo apenas para si mesmo na opção "Only Me".
Redações têm acesso a recursos que permitem fixar o conteúdo na seção de comentários durante seus vídeos ao vivo. Se os vídeos forem agendados com antecedência, as organizações também poderão definir alertas que notificarão todos os que se interessarem pelo vídeo quando ele for publicado. Por último, redações podem selecionar a opção "Live With", que permite que os espectadores participem do vídeo em uma transmissão para duas pessoas. Os convidados podem ser qualquer um que estiver assistindo ao vídeo ao vivo e terão que aceitar a solicitação para ingressar na conversa. Os espectadores poderão ver os dois participantes e aqueles que usam um telefone verão uma tela dividida.
Luisa Pires Luciano é oficial de programa do ICFJ.
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