5 dicas para criar uma maior igualdade de gênero em redações

por Jessica Weiss
Oct 30, 2018 em Diversidade e Inclusão

Em todo o mundo, organizações de notícias ainda têm muito a fazer para alcançar igualdade de gênero.

Salários equitativos, equilíbrio entre vida profissional e pessoal, e o papel da mulher nos meios de comunicação e a liderança na mídia foram examinados no evento “Closing Journalism’s Gender Gap" (Diminuindo a disparidade de gênero no jornalismo), organizado pelo National Press Club e o Poynter.

No painel do programa, representantes do Women’s Media Center apresentaram os resultados de um relatório que lança nova luz sobre a presença e a ausência de mulheres em várias funções em todo o setor da mídia nos Estados Unidos. O relatório “Status of Women in the U.S. Media 2014” (Status da Mulher na Mídia nos EUA em 2014] diz que 64 por cento dos artigos assinados e aparições em câmera foram para os homens nas 20 principais redes, jornais, sites de notícias e agências de notícias do país no último trimestre de 2013.

Embora os tempos mudaram desde que os homens dominavam esmagadoramente todos os setores da mídia, o relatório mostra que a mídia americana "tem muito mais distância a percorrer no caminho da paridade total de gênero."

"No geral, esta pesquisa é muito mais do que apenas [ter] uma mulher em uma cadeira de âncora, trata de se certificar de que quem define a história, quem conta a história e sobre quem é a história representam as mulheres e homens igualmente", disse Julie Burton, presidente do Women’s Media Center.

O relatório oferece dicas para agências de notícias que querem um melhor equilíbrio entre homens e mulheres. Entre elas:

"Um caminho prático para a paridade"

1. Contrate com intenção: O Women’s Media Center recomenda que veículos "contratem repórteres, editores e produtores que mostrem evidência e capacidade para reportar com precisão". Essas pessoas também devem estar "conscientes sobre [questôes de] gênero, classe e diversidade étnica e como os diferentes grupos, ideais, etc, se cruzam."

2. Diversifique a lista de fontes: Seus repórteres entrevistam principalmente homens? Se for assim, incentive a abordar mulheres e faça uma lista de mulheres especialistas disponíveis para acesso rápido. Para inspiração: o recurso SheSource.org do Women's Media Center é um banco de dados de mulheres especialistas em diversos temas, explicitamente destinado a atender jornalistas, marcadores e produtores que buscam entrevistas no ar e outras fontes de notícias e/ou comentários.

3. Evite linguagem e imagens tendenciosas ou codificadas: "Assim como bons jornalistas examinam suas palavras para a ortografia correta, pontuação, gramática, uso e estilo, devem proteger contra linguagem tendenciosa que pode "injustamente retratar temas e personagens da notícia", segundo a o relatório. E isso deve acontecer em todos os níveis do processo de entrega da notícia, recomendou o Center.

4. Estabeleça normas e mecanismos para o cumprimento das metas: Os jornalistas devem ter uma compreensão clara de como sua organização de notícias define o sexismo, bem como o racismo e outras formas de discriminação. Leis federais, estaduais e locais sobre anti-discriminação também devem ser claramente destacadas, assim como o sistema de garantia para que esses comportamentos não infiltrem no local de trabalho da organização.

5. Monitore comentários da audiência: As respostas à cobertura de notícias que são postadas em um site podem moldar a percepção de pontos de vista de sua organização de notícias, mesmo que não são representativas. O Women's Media Center recomenda que as organizações "se certifiquem que o feedback do leitor/espectador não seja nem desnecessariamente inflamatório, maliciosamente racista ou provocadoramente sexista ou um veículo para espalhar desinformação."

Para acessar o relatório completo, clique aqui (em inglês).

Jessica Weiss é uma jornalista freelance com base em Miami.

Imagem cortesia de Just Ard via Flickr sob licença Creative Commons