Fazer uma circulação de conteúdo eficiente é o objetivo de qualquer publicação. Mas antes é preciso entender a recepção da audiência e traçar estratégias para melhorar a distribuição. Com novos formatos e canais à disposição, alcançar o público é desafiador.
O Fórum do ICFJ trouxe Milena Giacomini, editora de redes sociais e comunidade no Núcleo Jornalismo, para conversar sobre o assunto. “Quem trabalha com as redes sabe que estão em constante atualização e que passamos pela mediação dos algoritmos para entregar o nosso trabalho”, destaca a jornalista. Segue o webinar e o resumo da conversa na sequência.
Estratégias e objetivos de cada canal
“Um primeiro passo na distribuição é pensar qual o objetivo que você tem com cada canal (redes sociais, aplicativos de mensagens e newsletters) e se existe uma métrica para mensurar se a estratégia está funcionando”, afirma Giacomini, que apresentou ideias para melhorar o engajamento:
- A distribuição tem que ser pensada enquanto a pauta é definida para saber a forma do conteúdo. Nesse sentido, a troca entre o repórter e o editor de redes é fundamental.
- Conheça seu público para definir qual canal e forma irão alcançá-lo. Faça um planejamento e crie editorias para estabelecer os conteúdos a serem publicados, os formatos e direcionar a distribuição. Observe a resposta dos seus leitores.
- Cada plataforma tem sua forma de divulgação e particularidades. “É importante pensar qual tipo de material vai para cada canal conforme o objetivo definido. No caso do Instagram, por exemplo, o carrossel e os stories funcionam bem. O WhatsApp permite que você formate as suas mensagens destacando palavras, adicionando, sublinhando ou até mesmo tachando”, exemplifica.
- Gere um conteúdo para redes similares. “O pulo do gato é agrupar as plataformas com propostas parecidas para facilitar a distribuição e diminuir o trabalho”. Giacomini explica que Bluesky e Threads podem receber o mesmo material. Instagram e TikTok também. LinkedIn tem suas especificidades mais institucionais e WhatsApp e Telegram podem ser agrupados.
Teste estratégias
Fazer um quadro comparativo com as estratégias que funcionaram em cada canal é um método de testar e remanejar soluções, que podem ser aplicadas para melhorar a circulação. “No LinkedIn, você pode convidar seus amigos para seguir a página. Semanalmente, eu faço o convite. São coisas simples que funcionam e precisamos testar”.
Nos aplicativos de mensagens, como o WhatsApp, a lista de transmissão, as comunidades e os canais são formas de divulgar o trabalho. “Conteúdos institucionais vão muito bem no LinkedIn. Nosso público tem interesse em saber e compartilhar se a organização vai participar de algum congresso, por exemplo, mas o leitor do WhatsApp tem interesse em compartilhar uma reportagem que seja relevante para ele”.
Giacomini acrescenta: “Muitos colegas usam a lista de transmissão, sendo necessário que a pessoa adicione o seu contato para receber a mensagem. Eu prefiro utilizar os canais que são mais práticos porque você pode publicar e encaminhar direto”. Outra dica é recorrer ao encurtador, em todas as redes, para acompanhar os cliques e direcionar a ação de interação do usuário, seja compartilhar ou salvar.
Analise os resultados
A jornalista explica que era preciso pagar por aplicativos e sites externos para fazer as análises de resultados e que, atualmente, as plataformas possuem recursos e funcionalidades próprias mais eficientes. “As redes sociais da Meta possuem o seu próprio Analytics, o Meta Business Suite, onde você pode marcar pessoas, programar publicações e analisar as métricas”.
Ela ressalta a importância de estar em constante atualização e trocar experiências com colegas, além de acompanhar perfis que cubram a mesma área e analisar como realizam a distribuição. “Eu gosto de ler algumas newsletters que ajudam na divulgação. Uma delas é o MANDA REFS que separa o que tem funcionado em cada rede. A do Farol jornalismo aprofunda no jornalismo digital e no LinkedIn, eu busco as newsletters dos criadores de conteúdo”.
Crie comunidade
Tenha um contato direto com o seu leitor através da criação de uma comunidade que gosta de consumir o trabalho do seu veículo sem a interferência dos algoritmos. “As redes sociais ficaram reféns dos donos das plataformas, a exemplo do que aconteceu com o Twitter, com muitas propagandas”.
Giacomini destaca que, se tivesse que priorizar uma frente de distribuição, seria a newsletter. “Ela permite a entrega de apuração mais nobre para o usuário, dentro do e-mail, e abre espaço para desenvolver uma relação com quem te lê, gerando um hábito diário ou semanal”.
Foto: Canva
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