Principais tendências da mídia para ficar de olho em 2017

por Elyssa Pachico
Oct 30, 2018 em Diversos

O ano passado teve avanços emocionantes no jornalismo: notáveis investigações transnacionais que expuseram corrupção, o Facebook Live alimentando o boom do vídeo online e a ascensão de nichos como jornalismo mobile, “selfie”, drone and chat bot, citando apenas alguns.

Na página da IJNet no Facebook, queremos saber o que você acha que serão algumas das tendências mais importantes que os jornalistas enfrentarão em 2017 (sinta-se à vontade para tuitar seus pensamentos para @IJNetPortugues se você não usa Facebook). Aqueles que comentarem têm a chance de ganhar um vale-presente da Amazon no valor de US$10 em um sorteio aleatório!

Para começar, aqui estão alguns de nossos pensamentos sobre o que pode vir à frente para os jornalistas globais em 2017. O que está faltando? Fale para a gente!

1.  Checar fatos vai ser mais criativo.

Muito tem sido escrito sobre como notícias falsas proliferaram no Facebook durante as eleições presidenciais nos EUA. Histórias falsas também foram amplamente compartilhadas via mídia social em outros países, como o Brasil, em tempos de mudança política.

A crescente preocupação com notícias falsas levará os meios de comunicação a enfatizar a verificação de fatos em uma variedade de maneiras: colocando links a fontes primárias, criando abrangentes bancos de dados online, tuitando ao vivo e assim por diante. Mesmo que alguns observadores estejam justamente preocupados com o fato de vivermos agora em um mundo "pós-fato", ainda há muito que os jornalistas podem fazer para mostrar aos seus leitores que os fatos ainda existem e que são importantes.

Por um lado, os jornalistas podem tornar a transparência uma parte mais rotineira do seu trabalho (desde que não coloque as suas fontes em perigo). Se os jornalistas têm o hábito de explicar a seus leitores como, exatamente, eles apuraram suas matérias, isso iria percorrer um longo caminho na criação de leitores mais engajados que podem ver as evidências para si. Uma ferramenta que pode se tornar uma ajuda importante para os verificadores de fato existe há anos -- o DocumentCloud, que permite que os usuários façam upload de milhares de páginas de documentos pesquisáveis. Como contou o repórter de justiça penal S.P. Sullivan ao Laboratório Nieman da Universidade de Harvard, o DocumentCloud é "uma maneira de construir confiança com o público. Eu digo a eles: Não tome apenas minha palavra por si. Aqui, veja: os fatos!"

2. Grupos de bate-papo fechados se tornarão uma ferramenta cada vez mais importante de reportagem e distribuição de notícias.

Com mais de 1 bilhão de usuários do WhatsApp em todo o mundo e ferramentas semelhantes como Signal e Telegram em ascensão, os jornalistas continuarão experimentando maneiras de usar aplicativos de bate-papo para acessar seu público. Como o Centro Tow para o Jornalismo Digital da Universidade de Columbia descobriu em um relatório de 2016, a proliferação de grupos fechados de bate-papo também significa que os jornalistas podem precisar se tornar mais aptos a encontrar "fixadores digitais" que podem lhes conceder acesso a determinados bate-papos. Em um exemplo revisto pelo Centro Tow, esses "fixadores digitais" podem ser particularmente úteis se os jornalistas estiverem tentando alcançar manifestantes que estão usando grupos fechados de bate-papo para se organizar.

3. Um número recorde de jornalistas será processado e, em muitos casos, preso.

Como observou o Comitê para a Proteção dos Jornalistas, em 2016 houve um número recorde de jornalistas presos. Duvidamos que essa tendência mude em 2017. Nos últimos anos, milhares de pequenos e independentes sites de notícias digitais apareceram em todo o mundo. Para que esses pequenos meios de comunicação sobrevivam, será mais importante do que nunca garantir que tenham o apoio legal "pro bono" que precisam para poder publicar reportagens que façam diferença, sem medo de debilitantes ações judiciais por difamação.

Imagem principal sob licença CC no Flickr via Jon S.