Plano de seguro oferece proteção para freelancers em ambientes perigosos

por Daria Sukharchuk
Oct 30, 2018 em Segurança Digital e Física

Enquanto freelancers em zonas de conflito podem enfrentar um alto risco de acidente ou sequestro, nem todos conseguem seguro de saúde de seus editores. Seus fixadores -- que geralmente não têm a opção de sair de uma zona de conflito -- muitas vezes enfrentam riscos ainda mais graves.

Essa é a razão pela qual o International Press Institute (IPI) e o Isle of Man Assurance Limited lançaram o programa Insurance for Journalists, um seguro voltado especificamente para cobrir jornalistas em reportagens no campo, incluindo freelancers e fixadores.

Freelancers têm dificuldade em obter seguro antes de viajar para uma reportagem, pois muitas companhias de seguros não cobrem áreas perigosas como zonas de guerra, diz Hugh Brumfitt, diretor-gerente do Insurance for Journalists. Estrangeiros também podem ter problemas em comprar seguro de saúde no exterior se isso conflitar com a política de seu provedor doméstico.

O Insurance for Journalists tem como objetivo cobrir esta necessidade, proporcionando uma solução acessível para todos os jornalistas em missão -- não apenas em zonas de conflito, mas também em países com serviços caros de saúde, como os Estados Unidos. O seguro foi desenvolvido em estreita cooperação com uma equipe de profissionais de mídia dirigidos por Frank Giglio, um ex-gerente de produção de notícias com 42 anos de experiência em rádio e TV.

"O mundo se tornou um lugar cada vez mais perigoso para os jornalistas, pois os riscos associados à profissão parecem crescer a cada ano", diz Steven M. Ellis, diretor de advocacia e comunicação do IPI.

De acordo com o IPI, os últimos 10 anos foram especialmente fatais para os jornalistas, com 1.025 mortos em conexão direta com seu trabalho em comparação com apenas 636 na década anterior. A principal razão para este aumento acentuado são os conflitos em curso em países como a Síria, o Iémen e o Iraque. Desde 2003, 374 profissionais de notícias perderam suas vidas nesses três países apenas.

O Insurance for Journalists envolve uma parceria com a Northcott Global Solutions, uma empresa de atendimento de emergência que lida com  emergências no local com um centro de atendimento 24 horas por dia, 7 dias por semana, com equipes ex-militares. Northcott tem a autoridade para pagar hospitais diretamente, portanto jornalistas assegurados não têm que pagar suas despesas e depois esperar por um reembolso.

O preço dos planos de seguro depende do país de destino, com países divididos em cinco zonas que vão de "extremo" a "baixo risco". A opção mais barata começa em US$12 por semana em zonas de baixo risco, subindo para US$62 por semana em áreas de risco "extremo". O seguro cobre até US$100.000 em custos, incluindo doença, acidentes, incapacidade e morte. Também pode ser usado para cobrir ajudas não relacionadas à doença no país de origem de um jornalista. Embora o seguro não cubra atualmente danos a equipamento ou sequestro, há planos para expansão em um futuro próximo.

Qualquer jornalista que comprove sua ocupação pode solicitar o seguro. Isto inclui a adesão a uma organização de jornalismo como o IPI ou a Federação Internacional de Jornalistas (IFJ, em inglês), emprego em uma empresa de mídia ou trabalho publicado.

Embora o site do Insurance for Journalists esteja atualmente disponível somente em inglês, há planos de lançar versões em espanhol e árabe -- os dois maiores mercados de língua não inglesa -- dentro de seis meses.

Imagem principal sob licença CC no Flickr via Sergio Russo. Segunda imagem cortesia do World Media Wire.