Quando uma notícia acontece, as redações cada vez mais recorrem à mídia social para relatos em cena.
Os tuites e atualizações de status vão se tornar ainda mais onipresentes --e úteis para jornalistas-- porque mais pessoas usam smartphones com geolocalização e se habituam a compartilhar a informação na rua.
Isto, por sua vez, irá intensificar questões sobre como as redações devem usar a informação que encontram através das redes sociais, disse Claire Wardle do Storify num chat na IJNet. Wardle é diretora de serviços de notícias para o Storyful, que reúne imagens de testemunha nas redes sociais e as verifica para organizações de notícias.
Aqui está a visão de Wardle sobre as tendências que vêm por aí nas mídias sociais e o que significam para o jornalismo:
Atualizações baseados na localização
"No momento, um número muito baixo de pessoas geolocaliza seu conteúdo, o que dificulta durante eventos de notícias", disse Wardle. "Mas, com mais pessoas com smartphones (onde a localização é muitas vezes ligada automaticamente), vamos ser capazes de mapear mais conteúdo com ferramentas como o Geofeedia."
Mais atualizações da rua nas redes sociais
"Em última análise, a tecnologia móvel é o maior desenvolvimento. É surpreendente para mim quanto conteúdo social está saindo de lugares como a África Oriental e América do Sul", disse Wardle.
"Mais e mais pessoas estão compartilhando o que estão fazendo", disse ela. "Muito não é útil para os jornalistas, mas o que significa é que, quando uma notícia acontece, mais pessoas estão acostumadas a compartilhar a experiência."
Preocupações éticas crescentes
Wardle espera ver "o desenvolvimento de mais orientações éticas sobre o uso da mídia social, particularmente em torno de direitos e permissões."
"Mais e mais organizações de notícias estão se tornando cada vez mais dependentes de UGC [user-generated content ou conteúdo gerado pelo usuários] proveniente da mídia social, mas não temos tido algumas conversas importantes sobre a ética do uso de fotos do Facebook, se é apropriado para fazer o download de um vídeo do YouTube e re-fazer o upload num player com anúncios pré-incorporados num site de notícias", disse Wardle.
"Nós vamos ter que encontrar respostas para essas perguntas, porque, no momento, tiramos vantagem demais de muitos uploaders [quem primeiro postou a imagem], e durante eventos de notícias, parece o Velho Oeste lá fora."
"Só ao passar o dia todo nestes espaços, você vê os problemas, questões e preocupações, e eu acho que nós estamos apenas nos aproximando das questões importantes que precisam ser abordadas por todos os jornalistas."