O que focas devem fazer para conseguirem seu espaço no jornalismo

por Samantha Berkhead
Oct 30, 2018 em Jornalismo básico

A virada na carreira da diretora de operações do jornal POLITICO, Kara Kearns, aconteceu no dia 10 de setembro de 2001, o último dia de seu estágio na MSNBC.

"Na manhã de 11 setembro, eu estava no meu carro com tudo que eu tinha no bagageiro", disse ela. "Eu ia dirigir de volta para casa porque tinha que começar a escola em poucos dias."

Em seguida, o primeiro avião voou contra a Torre Norte do World Trade Center.

Em vez de ir para casa, Kara voltou e dirigiu de volta para os escritórios da MSNBC em Secaucus, Nova Jersey. Porque muitos funcionários que moravam em Manhattan não conseguiam ir ao trabalho depois que fecharam as estradas e pontes, Kara chegou a uma redação desesperadamente insuficiente em um dos maiores dias na história do jornalismo.

"Eu cheguei e nem era mais tecnicamente uma empregada -- nem sequer tinha um crachá comigo -- mas fui e dobrei as mangas e fiz tudo o que foi pedido de mim", disse ela.

Catorze anos depois, a carreira jornalística de Kara evoluiu da imprensa ao eletrônico e, finalmente, ao digital. Durante uma recente palestra em uma conferência de jornalismo na Universidade George Washington, Kara estressou a necessidade de estar constantemente ciente das mudanças na indústria e tirar proveito de todas as oportunidades disponíveis.

Ser adaptável

No mundo em constante evolução do jornalismo, onde novas ferramentas e plataformas estão constantemente sendo desenvolvidas e implementadas, Kara afirmou que "a complacência mata".

"O melhor conselho que posso dar é ser adaptável", disse Kara. "Este mundo está em constante fluxo e se você não se adaptar a ele, vai ficar para trás."

Enquanto os jornais tradicionais continuam a dar lugar a meios de comunicação digitais jovens e ágeis como BuzzFeed, Vox, Gawker e outros, Kara disse que os jornalistas de hoje devem ser capazes de perceber as mudanças na indústria do jornalismo -- e acompanhar estas mudanças, em vez de resistir a elas.

"Nunca se permita ficar confortável", disse ela.

Tomar iniciativa

Ter sucesso como jornalista não é apenas ter as habilidades e experiências certas, Kara explicou. Mostrar iniciativa e desempenhar um papel ativo na sua carreira também é necessário para o sucesso.

Tomar a iniciativa como jornalista significa aceitar as oportunidades que você pode pensar que estão abaixo de você -- empregos com baixos salários, longas horas e tarefas aparentemente humildes -- e nunca reclamar do trabalho que você faz, ela disse.

"Passei um ano sólido trabalhando 20 horas por dia recebendo muito pouco", disse ela. "Parecia realmente intuitivo para mim que era assim que eu ia deixar minha marca e me separar do resto da multidão, e funcionou."

Assim como funcionou para ela, provavelmente vai funcionar para você, disse ela.

"Nos últimos anos, tenho sido a pessoa que contrata funcionários e dirige programas de estágio e bolsas de estudo", disse Kara. "Eu realmente fico chocada com o grande número de jovens estudantes e jovens trabalhadores que simplesmente não tomam esse tipo de iniciativa. Não fazem um esforço extra. Reviram os olhos para o trabalho de fim de semana ou entrar cedo no trabalho."

Trabalhar com integridade

Por fim, disse Kara, é crucial para o jornalista agir com ética e integridade, tanto em sua escrita e apresentação da reportagem como ao tratar as pessoas ao seu redor.

"Essa indústria é muito unida; se você tiver uma má experiência com uma pessoa, isso vai segui-lo", disse ela. "Assim como a minha experiência no 11 de setembro me ajudou a ser contratada pelo MSNBC alguns anos mais tarde como funcionária em tempo integral, há outras pessoas lá fora que têm más experiências que as seguem."

Embora nenhuma dessas chaves para o sucesso no jornalismo estão "reinventando a roda", disse Kara, é impossível subestimar o valor de ser trabalhador e respeitoso com os outros na indústria.

"Haverá voltas e reviravoltas, demissões e reestruturações", disse ela. "O mercado hoje vai parecer totalmente diferente do que vai ser mesmo daqui a um ano, por isso gostaria de incentivá-lo a não perder tempo com decepções, mas olhar para as janelas abertas e novas oportunidades."

Imagem principal sob licença CC no Flickr via Bruno Farlas