Novo site de negócio internacional põe tecnologia móvel no centro de sua estratégia

por Amy Webb
Oct 30, 2018 em Jornalismo digital

Em setembro foi lançado um site de negócios que pretende mexer com a reportagem financeira. Trata-se do Quartz, um projeto da Atlantic Media Company em Washington, D.C.

Quartz é um dos primeiros sites de notícias a funcionar em sua origem como aplicativo móvel, tendo sido construído com design responsivo. Falei com Zach Seward, editor sênior de inovação de notícias, e Gideon Lichfield, editor de notícias globais, para saber mais sobre seus planos de reportagem e suas inovações na distribuição de notícias.

Amy Webb: Pode descrever o Quartz para alguém que nunca tenha ouvido falar dele antes?

Gideon Lichfield: O Quartz é um site de notícias voltado para profissionais de negócios globais. Não é um serviço de notícias abrangente, mas foca sobre as tendências de larga escala e mudanças sísmicas que estão acontecendo na economia, negócios e tecnologia mundial. Nosso alvo é o leitor de mentalidade internacional profundamente consciente do jeito que o mundo está mudando, querendo entender de onde as mudanças estão vindo e desejando que a informação seja entregue de uma forma digerível, especialmente nos dispositivos móveis que utiliza cada vez mais para obter notícias.

AW: O Quartz é construído utilizando design responsivo. Para quem não sabe, o que é isso, exatamente?

Zach Seward: O site muda de forma, dependendo do tamanho da tela que você está usando. Se você usar um computador de mesa, verá toda a largura do site; se está em um smartphone ou um tablet, o site irá ajustar para exibir as informações em um formato mais confortável para que você não tenha que lidar com texto minúsculo ou páginas quebradas. Você não vai precisar fazer o download de um aplicativo especial, ou ir a um site móvel especial -- basta direcionar seu navegador para qz.com.

AW: O foco é na entrega, no conteúdo, ou outra coisa?

GL: É tudo. Sobre o conteúdo, estamos projetando formatos jornalísticos adequados às formas que as pessoas consomem informação online e, especialmente, em dispositivos móveis, ao contrário da mídia tradicional, que tende a usar os mesmos formatos online, como fizeram na imprensa. Nós estruturamos a redação em torno de certos temas atuais, que chamamos de nossas "obsessões", em vez de em torno das tradicionais "editorias". No que diz respeito a entrega, nós já falamos como o site é projetado para funcionar em todas as plataformas. E no lado de negócios, também, há um modelo inovador de publicidade premium, que vai nos tornar mais sustentável do que os sites que têm que produzir uma enorme quantidade de conteúdo barato apenas para pagar as contas.

AW: Como o Quartz difere das outras organizações com foco em notícias de negócios?

ZS: Achamos que é a combinação de ser um dos primeiros sites sérios de notícias que realmente fazem a tecnologia móvel o centro de sua estratégia, em vez de uma reflexão tardia, e não tentam cobrir todas as notícias, mas se concentrar na notícia que vai realmente ajudar as pessoas a entender as tendências complexas que estão afetando seu mundo.

AW: Você pode falar sobre como seus repórteres trabalham nas editorias?

GL: As "obsessões" são questões que têm um impacto global, como a crise do euro, a desaceleração econômica na China, o desenvolvimento da Web em mercados emergentes, bem como o impacto da onda das novas descobertas do petróleo e gás. Cada um de nossos repórteres vão acompanhar um punhado desses temas e mudar ao longo do tempo.

AW: Haverá mais inovações do Quartz no início do próximo ano?

GL: Ah, isso seria falar demais...

Amy Webb é presidente do Webbmedia Group, uma agência de estratégia digital internacional que estuda tecnologias inovadoras e aconselha uma banco de clientes em todo o mundo da Fortune 100 e 1000 empresas globais, agências governamentais, organizações de mídia e fundações. Ela é a co-fundadora da SparkCamp e uma investidora e conselheira ativa. Seu novo livro, "Data: A Love Story" (em tradução livre, "Dados: Uma História de Amor") será publicado pela editora Penguin a partir de 31 de janeiro. Qualquer opinião sobre produtos ou serviços é formada após testes, pesquisas e entrevistas. Nem Amy Webb nem o Webbmedia Group ou seus empregados recebem quaisquer benefícios financeiros ou de outro tipo de clientes.