A jornalista de TV Mercy Juma passou sua carreira cobrindo matérias críticas de saúde e ciência em todo o Quênia. Através de reportagens como "As mães adolescentes de Kwale", ela ajudou a estimular políticas e mudanças sociais, dando voz a marginalizados em seu país.
Seu trabalho alcançou uma audiência mundial em março, quando foi selecionada entre um grupo de 354 jornalistas como a primeira vencedora do Prêmio Michael Elliott de Excelência em Reportagens Africanas. O prêmio, que leva o nome de um ex-membro do conselho do ICFJ, Michael Elliott, reconhece um jornalista africano que tem uma trajetória demonstrada de reportagens importantes e de alta qualidade.
"Foi um momento decisivo para mim", disse ela. "Eu sabia que tinha o potencial, mas receber esse chamado foi uma confirmação."
Como vencedora do Prêmio Elliott, Mercy ganhou US$5.000 para produzir uma reportagem detalhada e embarcou em uma turnê de estudo em redações nos EUA para ganhar novas habilidades e compartilhar conhecimento.
Mais recentemente, Mercy foi promovida a repórter bilíngue da BBC em Nairobi. Antes de começar o novo emprego em janeiro, ela falou com a IJNet sobre suas experiências como a primeira vencedora do Prêmio Elliott.
IJNet: Como foi a resposta à sua vitória no Quênia?
Mercy: A resposta foi excelente. Meus colegas, primeiro na NTV e no Nation Media Group, e agora na BBC, onde atualmente trabalho, estavam e estão muito orgulhosos de mim. Minha família também! E estou sempre em dívida com cada um deles, porque tudo isso é por causa do ótimo sistema de apoio que tenho, tanto em casa como no trabalho. Vários jornalistas da África Oriental também chegaram a mim perguntando sobre o prêmio e quando podem concorrer também.
Quais lições e experiências você tirou da sua viagem aos EUA?
Aprendi muito com a viagem aos EUA. O mais importante para mim foi visitar as salas de redação, onde aprendi muito sobre matérias digitais, que é uma paixão para mim agora. O Twitter também foi ótimo.
Eu levei para casa muita coisa sobre saúde mental, doenças não transmissíveis e como cobri-las, especialmente na África onde há muitos mitos e equívocos sobre saúde mental.
Por fim, conheci pessoas incríveis e fiz amigos que são um ótimo recurso para mim como jornalista.
Como você acha que o Prêmio Elliott influenciou sua carreira até agora?
Eu cresci como jornalista tremendamente. Na turnê de estudo, voltei para casa com ótimas ideias e dicas sobre matérias digitais, um aspecto que amei muito. Quando ganhei este prêmio, tinha acabado de entrar na BBC como jornalista de TV. Este mês, acabei de ser promovida a repórter bilingue da BBC em Nairóbi.
Que conselho você daria a outros jornalistas africanos interessados em concorrer ao prêmio importante?
Vá em frente e envie sua melhor matéria! A experiência, os contatos e a exposição a partir daí são tremendamente benéficos!
Esta entrevista foi editada e condensada.
As inscrições para o Prêmio Michael Elliott de 2018 para a Reportagens Africanas estão abertas até 31 de dezembro de 2017. Saiba como participar aqui.
Imagem cortesia de Mercy Juma