A cada mês, a IJNet apresenta um jornalista internacional que exemplifica a profissão e usa o site para promover sua carreira. Se você gostaria de ser apresentado, envie um e-mail com uma biografia curta e um parágrafo sobre como usa os recursos da IJNet, aqui.
O premiado jornalista freelance Patrick Egwu adora ler. De autores nigerianos como Chinua Achebe, Wole Soyinka e Chimamanda Adichie a jornalistas como Bob Woodward e Carl Bernstein, esses escritores influenciaram sua decisão de seguir na carreira de jornalismo.
Quando ele foi aceito na Escola de Comunicação em Massa da Universidade da Nigéria em Nsukka, tudo mudou. Ele colaborou com as publicações do campus e jornais nacionais e estagiou na Rádio Nigéria.
"A partir daí, me apaixonei pelo jornalismo", disse ele.
Egwu, que conheceu a IJNet através de um amigo em 2014, disse que o site ajudou a progredir na carreira enquanto fazia um mestrado em jornalismo.
“Sou muito grato às oportunidades que vi na IJNet. Todos os dias quando acordo, visito a IJNet”, disse Egwu. "É como uma bíblia para mim."
Em 2016, Egwu conquistou o segundo lugar no Prêmio Haller de Jornalismo de Desenvolvimento por uma reportagem sobre o acesso de crianças à tecnologia em um campo de refugiados no norte da Nigéria. Ele inscreveu a mesma matéria para os prêmios Zimeo Excellence in Media e ganhou o terceiro lugar no Prêmio Ameenah Gurib-Fakim de Ciência e Tecnologia. Ele encontrou ambas as oportunidades através da IJNet. E também foi selecionado para cobrir o fórum de empreendedorismo da Fundação Tony Elumelu ao lado de outros 60 jornalistas de países africanos.
“[A bolsa da Fundação Elumelu] foi uma grande oportunidade de aprendizado para mim”, disse Egwu. “Eu conheci, fiz contatos, interagi e compartilhei ideias com outros jornalistas no continente.”
Como jornalista freelance, ele colabora com o Orient Daily, BRIGHT Magazine no Quênia, OZY nos EUA, Financial Times, This is Africa no Reino Unido e outros. Seu trabalho se concentra em vários tópicos, mas ele está mais interessado em saúde, conflito, educação e desenvolvimento.
Atualmente, ele está trabalhando em uma investigação sobre centros de saúde inadequados para a febre de Lassa, com apoio do Centro Internacional para Reportagem Investigativa e a Fundação MacArthur.
"Estou interessado nestes tópicos porque eles afetam diretamente as pessoas", disse ele. "Esses são tópicos para os quais me arriscaria para contar suas histórias."
A IJNet falou com Egwu sobre seu trabalho, a influência da IJNet em sua carreira e conselhos para jovens jornalistas:
IJNet: Quais foram suas matérias favoritas de cobrir?
Egwu: Especificamente, não tenho matérias favoritas. Todas são minhas favoritas. Eu coloquei muito trabalho, muito interesse, muita paixão em cobrir cada história. No entanto, algumas das matérias me emocionaram e focaram em tópicos pelos quais sou muito apaixonado.
Eu viajei para o estado de Zamfara, no norte da Nigéria, para investigar a alegação de que autoridades estavam vendendo drogas que eram destinadas gratuitamente a pacientes de meningite. Essa foi uma história que realmente me pegou porque falei com os pais de crianças falecidas, pais que perderam seus filhos para meningite porque não havia vacina disponível para eles. A matéria realmente gerou reações na Nigéria. Alguns dos funcionários envolvidos foram processados.
Outra matéria que eu realmente amei foi a história sobre os veteranos de Biafra que lutaram na guerra de Biafra na Nigéria de 1967 a 1970. Muitos deles estão incapacitados. Eles foram abandonados pelo governo (não recebem cuidados), estão morrendo de fome e mendigando. Fiquei comovido com a situação deles, por isso resolvi fazer uma reportagem sobre eles.
Quais são alguns desafios que você encontra como jornalista na Nigéria?
Um dos desafios que enfrento nesta profissão é o desafio de obter documentos ou dados para realizar uma investigação. Em 2011, o ex-presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, assinou o ato de liberdade de informação na Nigéria para disponibilizar informações públicas aos jornalistas. Apesar dessa lei, os jornalistas estão achando difícil conseguir que os funcionários liberem documentos para eles.
Também somos mal pagos, como muitos jornalistas de todo o mundo são mal pagos, mas não estamos reclamando. Estamos fazendo nosso trabalho, mas as autoridades intimidam jornalistas porque não querem que seus segredos sejam expostos ao público.
Qual é o seu conselho para jornalistas jovens ou emergentes?
O jornalismo em si é uma profissão taxativa e muito arriscada. Meu conselho para os jornalistas iniciantes e estudantes é que eles não devem desistir da profissão se realmente têm a paixão de contar histórias, histórias de comunidades marginalizadas e desfavorecidas, dando voz aos sem voz em suas comunidades.
Eles devem obter um mentor que os guie e lhes dê coragem, e devem ler livros, concorrer a oportunidades e visitar a IJNet o tempo todo para encontrar treinamentos, conferências ou workshops.
O jornalismo é, em qualquer parte do mundo, o principal motor da sociedade. Então, qualquer um que esteja entrando no jornalismo deve saber disso. Não é um caminho fácil, mas [pode ser feito] com dedicação, muito trabalho e comprometimento.
Esta entrevista foi resumida e editada.
Imagens cortesia de Patrick Egwu