Enquanto muitos veículos de notícias estão reduzindo o tamanho de seus escritórios no exterior ou fechando-os completamente, o site GlobalPost está forjando um modelo novo e promissor para o jornalismo internacional.
O GlobalPost foi lançado online em janeiro de 2009 com o objetivo de redefinir as notícias internacionais para a era digital. Desde então, o site manteve-se comprometido com os ideais do jornalismo tradicional, oferecendo um modelo de negócio sustentável.
A IJNet entrevistou Philip S. Balboni, presidente do GlobalPost quando o site foi criado. Nos últimos dois anos, o cenário da mídia passou por uma série de mudanças, mas o GlobalPost tem continuado a crescer. A IJNet retornou a contatar Balboni para falar sobre as lições aprendidas desde o lançamento do site e como vai o GlobalPost.
IJNet: Como o GlobalPost oferece um modelo de negócio sustentável?
Philip Balboni: Fomos projetados para crescer e como nosso tráfego cresce e aumenta a nossa receita podemos manter um controle apertado dos custos. Sem quaisquer dos custos ou complicações associados com a mídia tradicional, firmamos uma base sólida para o sucesso a longo prazo.
IJNet: Quais regiões seus correspondentes estão focando neste momento?
PB: Temos correspondentes em todas as regiões do mundo e tentamos ir aonde podemos encontrar as histórias mais interessantes que não estão sendo cobertos por outros meios. Claro, temos correspondentes em zonas de conflito e damos-lhes uma boa dose de atenção, assim como aos países que são vitais para os os interesses econômicos dos Estados Unidos a longo prazo.
IJNet: Que desafios o GlobalPost tem com tantos repórteres distantes e redações virtuais?
PB: Bem, o esforço de coordenação envolvido em lidar com jornalistas em todo o globo em fusos horários é significativo. Felizmente, a Web é a grande facilitadora para redações online e somos capazes de lidar com os desafios operacionais de tantas fontes de contribuição por ter uma equipe editorial incrivelmente organizada e trabalhando duro em Boston. Nosso pessoal aqui trabalha por turnos e em coordenação precisa para mover o texto e a multimídia no processo de publicação.
IJNet: Quais as ferramentas que mais utiliza para se manter em contato com esses repórteres e como faz para pagá-los?
PB: E-mail e Skype nos ajudam a ficar em contato. Alguns dos nossos correspondentes são pagos através de PayPal e alguns através de depósito direto. Transferências bancárias também fazem parte do acordo.
IJNet: Pode me contar sobre seus colaboradores do World Blog?
PB: O GlobalPost permite que os escritores da seção World Blogs postem artigos e nós não editamos ou alteramos esses textos com base no nosso acordo com eles. Temos mais de 300 blogueiros no momento e não há planos para uma grande expansão, mas estamos sempre à procura de novas vozes relevantes que podemos acrescentar ao grupo.
IJNet: O que vem por aí para o GlobalPost? Está pensando em oferecer conteúdo em outros idiomas?
PB: É difícil prever o futuro com o setor online, porque a tecnologia e hábitos de consumo estão em constante evolução. Vamos continuar a focar no jornalismo de alta qualidade que informa e entretém e entregá-lo através do maior número de plataformas (e pessoas) possível. Estamos atualmente a trabalhando com parceiros que traduzem e distribuem nossos conteúdos em espanhol e francês. Gostaríamos de, em breve, oferecer outros idiomas como uma opção no nosso próprio site.
IJNet: Qual é a melhor maneira de publicar no GlobalPost?
PB: Leia o GlobalPost, compreenda a nossa voz e ofereça histórias que você acha que as pessoas não encontrariam em outros lugares, que ajudam a nossa audiência a entender uma questão complexa ou levá-la a um lugar que provavelmente nunca vai visitar. Se a matéria é incisiva e uma boa leitura, vamos encontrar um lugar para ela.