A maioria dos jornalistas precisa de uma segunda olhada no texto para detectar eventuais erros factuais, gramaticais ou de ortografia.
Quando mais e mais jornalistas blogam e autopublicam, é fácil deixar passar erros gritantes. Aqui estão algumas dicas de jornalistas sobre como reduzir os erros vergonhosos. Muitas foram enviadas nesta discussão no LinkedIn, mas três se destacaram:
- Tente enganar o cérebro -- altere o tamanho e a cor do texto, a letra e o fundo.
- Não se prenda na narrativa -- leia debaixo para cima, assim você é forçado a pensar.
- Imprima e leia em voz alta -- para poder ouvir bobagens na construção da frases.
Engane seu cérebro
Terry O'Connor, um ex-jornalista de imprensa e online e atual jornalista freelance e instrutor, sugeriu que tudo é uma questão de enganar o cérebro. O'Connor escreveu:
"Já que nós jornalistas não podemos (normalmente) colocar nosso trabalho de lado por um tempo e depois voltar a lê-lo, perdemos um "olhar de estranho", o que é essencial para pegar erros. Os nossos olhos podem ver os erros, mas o nosso cérebro interpreta o que o olho vê como tudo o que pretendia escrever.
"Então é hora de enganar o cérebro, apresentando o material de uma forma estranha, assim, forçando-o a vê-lo como um estranho faria -- um pouquinho, pelo menos. Se você tiver tempo, imprima o artigo e leia novamente. Se você não têm tempo ou papel, altere a resolução da tela, largura da página, cor do texto, cor de fundo ou tudo isso."
Leia o material fora do contexto
Phil Harding, jornalista, consultor de mídia e ex-diretor de notícias na BBC World Service, disse que não sabe de um método infalível, mas concordou com O'Connor na tentativa de forçar o cérebro a olhar para o conteúdo de forma diferente.
"Deixe-o de lado por uma noite... imprima o texto, é claro, se puder... mude a fonte... leia os parágrafos em ordem inversa (parte do truque é não ser pego pela narrativa)... e muitas vezes a melhor maneira é ler em voz alta lentamente."
Leia em voz alta
Nick Raistrick, diretor de capacitação da Media Training Station Community Interest Company, também sugeriu pedir a colegas para verificar seu texto.
"Eu leio meu texto em voz alta em uma letra enorme, com tudo fechado no meu desktop... e ainda perco algumas coisas. Eu não consigo revisar tudo no meu próprio trabalho, o que é constrangedor, porque sou muito exigente com o texto de outras pessoas", disse Raistrick. "Eu desenvolvi uma rede informal de revisores para quem envio coisas às vezes... contanto que seja recíproco! Porém, isso nem sempre é prático em hora de fechamento..."
Fique de olho em frases que não fazem sentido
Bob Doran, ex-jornalista sênior da BBC e atual consultor de mídia e instrutor, disse que usa os mesmos métodos de leitura em voz alta e enganar o cérebro.
"Eu sempre recomendo a leitura de seu artigo em voz alta. Às vezes, uma matéria pode parecer boa na tela; somente quando você lê em voz alta que encontra absurdos.
Lembro-me de ouvir uma notícia de rádio que começou: Um homem morreu após ser baleado durante um show por Madonna (ou alguma outra estrela). O escritor quis dizer que Madonna estava dando o show. Mas quando foi lido em voz alta, parecia que ela tinha puxado o gatilho.
Leia em voz alta para si mesmo e você vai ver. Essa abordagem é particularmente útil para roteiros de rádio e televisão. Se elas (frases) são difíceis de ler, porque são muito longas ou prolixas, você sabe que não vai funcionar no ar."
Distancie-se do texto, se puder, e retorne mais tarde
Catherine Kustanczy, repórter freelancer, sugeriu deixar o texto de lado e regressar mais tarde. Ela concordou com a leitura em voz alta.
"Saia por um dia, uma hora, não importa. Então volte. Leia uma vez. Leia novamente em voz alta. Sempre funciona para mim."
Naomi Goldsmith, instrutora de jornalismo da BBC World Service Trust, usa a abordagem de fazer o cérebro trabalhar.
"Eu mudo o visual do texto. Geralmente mudo o estilo da fonte, aumento o tamanho e imprimo para ler. O segredo é fazer com que pareça estranho."
Por favor, adicione suas dicas
Nick Raistrick também sugeriu a criação de um clube de revisores, onde as pessoas podem enviar textos para serem verificados -- uma boa ideia.
Nesse meio tempo, você pode adicionar suas próprias dicas no final deste artigo ou continuar a discussão no grupo do Media Helping Media no LinkedIn.
Este artigo foi publicado originalmente no Media Helping Media. Foi traduzido e publicado pela IJNet com permissão. Media Helping Media é um site de capacitação que dispõe de recursos de mídia gratuitos para jornalistas que trabalham em países em transição e pós-conflito e regiões onde a liberdade de imprensa é ameaçada.