Não há receita mágica para fazer com que sites de notícias sejam negócios de sucesso.
Mas novas formas de ganhar dinheiro estão tomando forma, mesmo enquanto alguns sites continuam a seguir o velho modelo de venda de anúncios. O projeto de pesquisa Sustainable Business Models for Journalism (Submojour) (modelos de negócios sustentáveis para o jornalismo) examinou 69 empresas iniciantes em 10 países. Johanna Vehkoo e Pekka Pekkala discutiram os resultados do projeto num post recente no Nieman Lab.
Aqui estão três tendências que eles encontraram:
Sites hiperlocais ainda dependem de publicidade
Muitos dos sites centrados em comunidade que o projeto examinou no Reino Unido e Estados Unidos ainda dependem de métodos tradicionais de publicidade para a receita, o projeto revelou. Os três sites locais americanos do estudo vendem banners semanais ou mensais, sendo que o DavidsonNews.net na Carolina do Norte faz 75 por cento de sua receita com publicidade de banners e anúncios. "Foi quase uma decepção para a nossa equipe de investigação descobrir o quão forte o velho modelo de publicidade é usado entre muitos dos sites que estudamos", escrevem os autores. Mas acrescentam, "embora a dependência dos anúncios permanece forte, alguns sites encontraram formas alternativas e, em alguns casos, inovadoras para rentabilizar seu jornalismo."
Produzir jornalismo, vender tecnologia
Entre as táticas inovadoras de fazer dinheiro é o desenvolvimento de ferramentas tecnológicas, afirma o relatório. Por exemplo, o Blottr no Reino Unido permite que o cidadão publique relatos multimídia de notícias locais, e o Tweetminster usa dados para organizar o que pessoas em liderança no Reino Unido acham que é interessante. Ambos fazem dinheiro vendendo tecnologia.
"Nós partimos da visão de que temos uma grande tecnologia fortalecendo o Blottr", Adam Baker, fundador do site, disse aos autores. "Então, projetamos para poder licenciá-la como um marca branco para outros editores, para permitir que seus usuários sejam colaboradores, bem como consumidores."
Criar novos tipos de notícias
Sites novos cada vez mais encontram e criam novos tipos de notícias para oferecer aos consumidores. A empresa italiana China Arquivos opera de Pequim e proporciona notícias da China a vários veículos de mídia italianos e espanhóis, segundo o relatório.
Algumas empresas têm encontrado sucesso de marketing como novidades no mercado. A irlandesa Storyful, por exemplo, chama-se a "primeira agência de notícias da era da mídia social." O Demotix no Reino Unido é descrito pela sua administração como "a AP [Associated Press] do jornalismo cidadão", vendendo seu conteúdo para publicações como The Guardian e The Wall Street Journal, dizem os autores. "Nosso entendimento é que a AP não tem repórteres em 40 por cento dos países do mundo, enquanto o Demotix está em quase todos os países", disse o presidente do site, Turi Munthe, ao Nieman Lab.
Leia o post original no Nieman Lab (em inglês).
Leia o relatório completo (em inglês) aqui.
Foto usada com licença CC via Flickr