Como a mídia utilizou as redes sociais e ferramentas digitais para cobrir as explosões na maratona de Boston

por Margaret Looney
Oct 30, 2018 em Diversos

O atentado na maratona de Boston representou uma série de desafios para os jornalistas que cobriram a cena: entrevistar com cuidado as vítimas do trauma, informar sobre os suspeitos, verificar informações e muito mais.

Como o serviço de telefone celular foi desligado, jornalistas e espectadores recorreram às redes sociais e ferramentas online para relatar a cena.

O Twitter estava ativo ontem em todo o mundo, com a hashtag #BostonMarathon fervendo ao redor do globo. O Trendsmap rastreou as atividade no Twitter em tempo real, mostrando picos na Europa Ocidental, África do Sul, Austrália, Ásia Oriental e Oriente Médio.

O Boston Globe, Wall Street Journal e New York Times suspenderam as barreiras de paywalls de seus sites para permitir que informações mais precisas fossem divulgadas, mas isso não impediu que uma dose ruim de tuite fosse disseminada. Uma informação não verificada no New York Post que a polícia tinha um cidadão saudita sob custódia recebeu tração online. Uma conta paródia prometeu doar US$1 para cada retuite, recebendo cerca de 65.000 retuites antes de ser removida pelo Twitter. Outra conta agora suspensa, @HopeforBoston, postou imagens de crianças alegando que estavam correndo pelas vítimas da chacina na escola de Newtown; as imagens falsas receberam mais de 100.000 retuites.

O efeito do Twitter é um lembrete de que, em tempos de tragédia, às vezes é melhor não dizer nada. "O que é pior do que a desinformação... foi a análise curta instantânea. Os metidões não esperam para criar teorias, dar culpa e fazer previsões", Mat Honan escreveu neste artigo na Wired. "Seja na corrida para atribuir a culpa, especulação sobre o motivo, ou um "não te disse", pouco importa. Esse tipo de coisa pode funcionar mal o suficiente num artigo de opinião no dia seguinte, mas num tuite de 140 caracteres não editado emitido pouco depois de algo terrível acontecer, é veneno puro. "

Um vídeo das explosões no Vine se tornou viral. Um voluntário da maratona de Boston hospedou um Reddit AMA no local. O co-fundador Foursquare Dennis Crowley, que correu na maratona, tuitou ao vivo sobre os eventos em cena, e YouTube criou um canal dedicado à compilação de todos os vídeos relacionados com os acontecimentos, incluindo a declaração do Presidente Obama à imprensa.

O Google lançou seu People Finder/Buscador de Pessoas, oferecendo um lugar para procurar e postar informações sobre pessoas desaparecidas. O Boston.com criou uma planilha no Google Docs para conectar gente que precisa de um lugar para ficar com quem pode hospedar corredores encalhados. O Guardian usou Tableau para mostrar como as ofertas de alojamento mudaram ao longo do tempo e também criou um mapa interativo para mostrar os locais de explosão de uma visão panorâmica.

Para ler um panorama no Storify da cobertura de outros veículos de notícia dos atentados na maratona de Boston, confira o post do Poytner aqui (em inglês).

Margaret Looney, assistente editorial da IJNet, escreve sobre as últimas tendências de mídia, ferramentas de reportagem e recursos de jornalismo.

Imagem da página do Trendsmap