A legislação e os debates em torno dos direitos reprodutivos se movimentam em diferentes direções na América Latina. O aborto foi proibido nos últimos anos na Nicaragua e na Guatemala, mas outros países como México e Colômbia descriminalizaram a prática ou mesmo a legalizaram.
O Brasil, maior país da América Latina, atualmente tem leis muito restritivas em relação ao aborto. Hoje, o aborto só é permitido em caso de estupro ou incesto, se houver risco de morte da gestante ou em casos de anencefalia, um caso grave e fatal de má formação.
Em setembro de 2023, a então presidente do Supremo Tribunal Federal votou para que o Supremo analisasse a descriminalização do aborto realizado em gestações de até 12 semanas. Uma decisão favorável à descriminalização teria ramificações importantes no acesso à saúde reprodutiva para milhões de pessoas no Brasil, principalmente as jovens, cuja taxa de gravidez é ainda muito mais alta que a média mundial.
No episódio mais recente do podcast IJNotes sobre saúde reprodutiva, eu conversei com Ester Pinheiro, produtora de jornalismo da Revista AzMina, cuja cobertura tem enfoque de gênero. Pinheiro também é fundadora do Feminismos del Sur, podcast que aborda questões de gênero no Sul Global.
Pinheiro discute como redes de ativistas e de jornalistas de toda América Latina podem trabalhar em conjunto para cobrir a saúde reprodutiva, os desafios enfrentados por jornalistas na cobertura do tema no Brasil e o que a ação que tramita no STF significa para os brasileiros.