A chave para ganhar a vida como jornalista freelance

por Jessica Weiss
Oct 30, 2018 em Freelance

Se você quer ganhar a vida como jornalista freelance, não pode simplesmente pesquisar um artigo, escrevê-lo e seguir em frente.

Para sobreviver, freelancers de hoje precisam ser capazes de olhar para uma história de vários ângulos, conhecer a indústria e saber propor a pauta.

A jornalista freelance americana Molly McCluskey, vice-presidente do Comitê Freelance do National Press Club, diz que esta habilidade é a base do seu negócio freelance.

Por exemplo: a pesquisa de McCluskey sobre viagem aérea de ida se transformou em dois artigos, um para o Washington Post, “One Way Flights Make a Comeback”, e o outro para o AOL Daily Finance, “Can One Way Tickets Save You Money on Airfare?”.

Este tino comercial não vem naturalmente para todos os freelancers, mas pode ser aperfeiçoado com um pouco de prática, McCluskey disse em entrevista à IJNet. Aqui estão algumas dicas de McCluskey e outros jornalistas:

Gaste muito tempo para pesquisar exaustivamente

A professora de jornalismo Jennifer Kahn, uma jornalista de revista, diz que ela faz 25 por cento de sua pesquisa e apuração antes de propor a matéria.

"Freelancers inteligentes gastam um tempão pesquisando um tópico profundamente, entrevistando fontes e rastreando as estatísticas antes de abordar um editor", diz McCluskey.

Isso pode ser um grande investimento de tempo e nem sempre compensa. Mas McCluskey diz que a importância de uma pesquisa extensa não pode ser subestimada.

Para manter a pesquisa organizada, McCluskey faz arquivos de áudio de entrevistas e categoriza arquivos em um sistema codificado para que ela possa usá-los mais tarde. Outros jornalistas usam o Google Docs ou sistemas de arquivamento extensos. Descubra o que funciona para você.

Procure ângulos diferentes na sua pesquisa inicial

Quando os freelancers estão preparando sua pesquisa inicial, elaborando suas primeiras perguntas de entrevista e examinando as estatísticas, McCluskey diz que "não faz mal gastar um pouco de tempo extra na toca do coelho."

"Pesquisar uma nova peça de museu, por exemplo, pode render um conto fascinante sobre seu curador, um esforço único de angariação de fundos, e/ou como a organização está usando as redes sociais", diz ela.

Ela tende a pensar em tudo que está trabalhando como "tópicos" até que se tornem artigos. Compara isso com os vários ingredientes em um prato feito. Cada ingrediente pode ser usado em outros pratos também.

"O tópico é a área que você está pesquisando, o que pode render muitos artigos."

Transforme uma pauta em cinco ou seis pautas

A ideia, é claro, não é vender o mesmo artigo várias vezes. (Tudo hoje em dia é publicado online, então seja extremamente cauteloso.)

"Pesquisar uma pauta pode se transformar em cinco ou seis pautas, todas com diferentes metas e ângulos, que podem ser propostas simultaneamente a publicações não-concorrentes", diz ela. "São diferentes artigos, mas extraídos da mesma fonte."

Claro que, se um de seus ângulos acaba por ser especialmente oportuno, como uma notícia de última hora, este terá precedência.

Conheça o mercado

McCluskey diz que o objetivo é que cada artigo, eventualmente, encontre um lar. Fundamental para isso é conhecer o mercado em todos os momentos: "quem está publicando o quê, quais são as publicações que estão trabalhando com freelancers, que editor precisa de um artigo substancial de último minuto."

Parte disso também é cultivar fontes. "Se você tem um bom relacionamento, pode retornar a eles uma vez ou outra", diz ela.

Por exemplo, McCluskey tem um bom relacionamento com um especialista em roubo de identidade, Steve Weisman, que foi sua fonte para uma história sobre a prevalência de roubo de identidade para o AOL Daily Finance. Ela também entrevistou-o sobre sua visão sobre reivindicações do Congresso que uma disposição na lei STOCK tornaria os representantes vulneráveis ao roubo de identidade para um artigo no Motley Fool.

Investigue informações valiosas para reutilizar

Já que você realizou pesquisas e entrevistas extensas, pode tentar reutilizar a informação mais tarde.

Enquanto McCluskey estava morando em Galway, Irlanda, no ano passado, ela escreveu um artigo sobre como gostava da cidade para a National Geographic. Porque ela tinha pesquisado tão completamente, pôde incluir Galway num artigo escrito muitos meses mais tarde para o site Bankrate.com, sobre as "seis cidades europeias por uma pechincha" (em breve).

Como freelancer, sempre há uma chance de poder usar uma pesquisa, uma entrevista ou uma fonte mais tarde.

Jessica Weiss, ex-editora-chefe da IJNet, é uma jornalista freelance com base em Buenos Aires.

Imagem cortesia do usuário do Flickr digitaljournal.com sob licença Creative Commons